Erros e solidão

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Os dias estavam tão leves mas como tudo aqui acontece de maneira tão rápida e a na maioria das vezes sinto que nossa relação afeta algumas pessoas aqui dentro e sinto que tenho a necessidade de me afastar tanto por mim quanto por ela.E  não demorou muito e ela estava na berlinda pra ir embora e meu estomago estava demasiado embrulhado e não sabia e nem tinha palavras pra dizer,só consegui dizer pra ela , eu tô pedindo pra você ficar e pude perceber que ela estava com medo mas o que mais me encantava que nenhum momento ela mostrou fraqueza ou arrependimento de sua trajetória.

Os dias iam acontecendo de maneira pesada,saca,nada me fazia tirar o medo de perde-la, e eu precisava fazer algo,mas agora tinha sido tarde e como eu me arrependido,eu sentia que precisava dizer mais,mas como sempre as palavras eram poucas.E ela ficava perto de mim e isso só aumentava meu nervosismo.

Eu a beijava e expressava minha vontade de que ela permanecesse ao meu lado e ela me abraçava forte e podia sentir que ela sentia o mesmo e isso me dava uma esperança inabalável de que ia superar mais esse desafio, e que eu tinha que dar apoio pra ela.

A tensão era mais que perceptível e ela estava disputando com amigos e tudo estava ficando algo que eu não sei descrever,e o tempo parecia que nos massacravam,ele que sempre é implacável, nesse momento parecia que tinha um misto de tortura com um aprendizado,um aprendizado cruel.

A grande noite de decisão estava próxima e passamos a tarde conversando sobre a possibilidade de sua saída e também alguns planos para quando saíssemos daqui,mas na minha cabeça não era o momento certo,e não era justo com ela.Nada o que ninguém me falava era suficiente,ninguém podia compreender o que estava sentindo,e pra me acalmar eu a beijei naquela tardinha e falava que era pra ela ficar que eu precisava dela.Eu ajudei ela arrumar os últimos detalhes e ela segurou minha mão e me olhou e disse que ia ficar tudo bem.Nos abraçamos e a beijei e disse que ela era do tamanho dos meus sonhos e muito melhor,ela somente riu e foi pro banho.

Ela estava pronta de saia branca e uma blusa preta,falei que ela tava linda como sempre e ficamos olhando a lua e resolvemos sentar no gramado e pela primeira vez ela falou que tava com medo de atravessar aquela porta,eu só soube puxar seu pequeno corpo pra dentro do meu abraço, e pode sentir que suas mãos tocavam minha tatuagem que dizia amor e contei a história dela,rimos e uma música começou a tocar e a beijei e disse eu vou te esperar, e ganhei um sorriso.Poderia morar dentro daquele sorriso,só queria registrar esse momento com alguma fotografia e guardar.

Nossos beijos tinham mais que desejo,estavam acompanhado de medo da separação.E mais pessoas se juntaram a nós e a conversa foi acontecendo e ela mesmo apreensiva não deixava de ser gentil e doce,ah como era doce.E um aviso para adentrarmos na casa e o momento decisivo aconteceu, e ela foi embora.Meu coração e mente não conseguiam processar esta informação,minhas mãos estavam geladas e a vontade de chorar me embargava a possibilidade de falar mais de que apenas algumas palavras,e ela me deu um abraço e se despediu de todos, eu a acompanhei seus últimos passos naquela grama sintética e a porta se fechara.E dei passos tímidos até pra dentro da casa e mais uma despedida,mas eu não conseguia demostrar nada e só falei pra ele um boa sorte e sucesso e mais uma vez aquela porta vermelha se fechava.

Ninguém ou qualquer conversa me fazia sair do pensamento de que tinha algo de errado acontecendo,resolvi deitar,talvez uma noite de sono me fizesse bem.Entrei no quarto onde passamos tanto tempo juntos e parecia que meu corpo estava sendo atingindo por algo afiado,olhei pra cama e só vi o vazio,vazio que vinha com a voz dela na cabeça chamando meu nome e só consegui olhar pra cama dela e pensar que hoje mesmo estava aqui com ela dando um beijo e falando da nossa vontade de viajarmos juntos.Não era pra acontecer desse jeito,acariciei minha barba e ainda incrédulo dentei na cama dela,pude perceber e absorver o cheiro dela,que me trouxe a lembrança do cheiro dos seus cabelos e como eu precisava dela.Voltei pra minha cama,resolvi tomar um banho e em silêncio fui deitar.Mexi novamente na cama que um dia era dela e estendi minha mão e como sempre fazíamos quando queríamos sentir o toque do outro,mas não tinha nada lá.

A madrugada estava silenciosa e meu sono não vinha,eu me mexia o tempo todo na cama,nem a dor na coluna era pior que ver aquela cama vazia,não tinha mais a bagunça dela,que ela falava que era muito funcional,não tinha mais o chinelo pequeno dela que ela botava do lado do meu tênis branco.Levantei e fui beber água e algumas ainda estavam acordados,não queria estar perto de  ninguém,e entrei no quarto escuro de novo e mais uma vez foi doloroso.Deitei e me cobri até a cabeça e pra não conversar com ninguém fiquei no mais absoluto silencio e fingi dormi mas minha cabeça estava mais alerta que o costume,e de novo o som das conversas só me faziam procurar a voz dela e eu não ouvi nada.

E os dias seguintes eram assim,eu conversava muito menos que o mínimo,precisava da quietude e por tudo aqui dentro em ordem.Nem o calor do sol era o mesmo,deitei e dormi,e tive um sonho estranho.Acordei,resolvi comer mas a comida e cozinhar hoje estavam sendo algo tedioso.Dava passos devagar pela casa,olhava os ambientes e parece que tudo estava cinza,até as pessoas.Não ficava muito tempo no quarto,ele me sufocava e causava um tipo de dor, eu tinha que ir em frente,mesmo sabendo que essa continuidade não tinha mais o mesmo sentido que o de antes.Nossos planos de dominar o mundo estavam sofrendo uma alteração e isso me dava tanto medo,do futuro será que teríamos um futuro,ou tudo tinha já recebido o seu ponto final.

Eu só queria uma chance de fazer algo e oferecer a ela e venho a oportunidade perfeita,e eu me enchi de vontade precisava daquilo por ela e seria pra ela,sei lá o que estava passando na minha cabeça, estava tudo confuso e eu só sentia com clareza isso e eu tinha que seguir este pedido do meu coração.

E mais uma vez a sorte não tava a meu favor e...

Caminhos até o meu Acre interiorOnde histórias criam vida. Descubra agora