Prólogo

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Cansado, é assim que me sinto. Cansado do fato de que não consigo controlar meus poderes como uma pessoa comum da minha idade, cansado do fato de ter que aturar minha fraqueza todo dia. É torturante ter que olhar no espelho e não enxergar meu reflexo e sim todos os fracassos que carrego em uma enorme bagagem em minhas costas. Até mesmo meus olhos transmitem isso, esses sentimentos deixam sua marca arroxeada bem a baixo deles.

Eu realmente não consigo controlar meus poderes, mesmo depois de inúmeras tentativas. O poder simplesmente não transborda de mim, não consigo fazer evacuar pelos meus poros ou deixa-lo me dominar.

Talvez se eu pudesse ir ao colégio como meu irmão, mas não, meus pais se recusam a pagar qualquer coisa deste nível para mim. Afinal, não tenho o poder de desejo deles, eu era diferente. Eu era o oposto.

Bufo irritado e me deito no chão. Eu só queria poder sumir. Ir para algum lugar bem distante, onde eu poderia ser feliz, sem me preocupar com o fato de não conseguir usar meus poderes. Sem sentir vontade de simplismente acabar com a minha vida todos os dias pela manhã.

Solto um suspiro sentindo o vento bater em meus cabelos fortemente, mais forte do que o normal. Me sento rapidamente e olho em volta, o ar se tornou denso demais e isso dificulta minha respiração, parece magia. Ouço um barulho atrás de mim, o que me faz pular de susto e levantar assustado. Olho em direção as árvores para ver se vejo alguém, mas parece que tudo ficou mais escuro. 

- Tem alguém aí? - pergunto já me preparando para correr. 

Sinto a intensidade do vento aumentar, então saio correndo o mais rápido que consigo na direção de minha casa, que graças a Zeus era na direção oposta ao barulho. Quanto mais eu corro, mais eu sinto o ar voltando ao normal e isso me deixa aliviado. Eu não gosto de ter que ficar correndo quando sinto magia por perto, mas é somente isso que posso fazer já que não consigo usar a minha. 

Entro em casa e vejo minha mãe na cozinha, seus cabelos ruivos estão presos em um coque e seu usual vestido está sujo de farinha. Subo para o meu quarto calado, sem chamar atenção e um pouco desconfortável pelo calor que faz ali dentro. Abro a janela do meu quarto e me olho no espelho, minha roupa está um pouco suja por conta de hoje, mas sem nenhum rasgo, o que é ótimo.

Mas meu rosto é o que esta na situação precária. Exausto, é assim que me sinto, não só pela corrida desgastante que tive mas também pelo rumo que minha vida toma -
o que é compreensível já que me sinto pisando em cacos conforme tento seguir com ela. Meus olhos estão sem vida e abaixo deles está duas bolsas arroxeadas que sempre me recorda o quão ruim estou. Meus fios loiros estão despenteados e descuidados. Em resumo, estou acabado.

Me deito na cama pensando em como posso fazer para controlar meus poderes, mas nada me vem a cabeça. Eu até pesquisaria na internet, mas a tecnologia fica somente nas capitais e nas escolas. Uma casa do interior não tem acesso a tecnologia avançada. Talvez na biblioteca tenha alguma coisa, mas fica na cidade de Vesper, que é a horas aqui da vila e eu tenho certeza que meus pais nunca me dariam dinheiro para pegar a carroça. Nós vivemos como se fossemos caipiras ambulantes, sendo que nosso país é um dos mais ricos de toda Eunomia. Mas as vilas são insignificantes demais para o sistema. Espero sinceramente que um dia alguém consiga mudar isso. 

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Oi, eu só apareci aqui pra dar as minhas sinceras desculpas por este prólogo horrível. Prometo que irei compensar no primeiro capítulo.
Obrigada 💞

ᴄᴏʟᴅ · ᴊᴊᴋ + ᴘᴊᴍOnde histórias criam vida. Descubra agora