O DONO DA PORRA TODA 3 (herdeira da dor)

capítulo 01

KAUE

Puxo mais uma carreira de pó e ergo a cabeça pra briza bater, esfrego o dedo no nariz tentando disfarçar o amargo que a cocaína causa. Não sou dependente da coca, mas uso pra relaxar, pra esquecer os inúmeros problemas que me afetam.

Negão: Abre essa porta Kaue - meu pai bate forte na porta do meu quarto - Vamo caralho! Vou ter que meter o pé nessa bosta aqui?!

Acendo um cigarro e me atiro na cama soltando a fumaça para o ar. Como eu queria que tudo fosse diferente, queria nunca ter vindo para cá, queria minha mãe ao meu lado, os conselhos e os baguio tudo que os pais devem fazer pelos filhos.

Fernanda: Kaue amor, abre isso vamos conversar - consigo ouvir perfeitamente a Nanda falando com o meu pai pedindo calma

Pego o controle e ligo a TV não dando importância pra porra nenhuma, todo mundo ta boladinho porque o grande e temido Picasso me pegou conversando com a filhinha dele. O viado veio pra cima de mim e eu não abaixei a cabeça, isso não é comigo não, sou homem não um bosta pra arregar para aquele cuzão. Ah irmão, vão tudo se fode ta ligado! Não tenho medo desse bosta não! Já escolhi Vitória pra ser minha mulher e não me interessa se vão concordar ou não.

Aos poucos eles param de falar na porta do meu quarto e depois de alguns segundos já não ouço mais nada. Passo um zap pra Vitória e outro pra Camila uma mina que pego pra fuder às vezes já que a Vitória ta fazendo cu doce e não fuder agora. Depois de alguns minutos Camila me responde dizendo que tá sozinha e eu já logo entro para o banho da aquele trato no boneco porque hoje ele vai brincar com uma puta gostosa.

Assim que saiu do banheiro vejo o celular piscar na cama e logo pego abrindo a mensagem da Vitória

Mensagem on:

Amor: Oi vida, sim meu pai mais uma vez me colocou de castigo 😭

Chorona do caralho. Eu amo essa novinha e faço o que for pra ter ela ao meu lado. Porém comigo ela vai aprender que a vida não é esse mar de rosas que ela pensa não.

Kaue: Ele te bateu cara?

Kauê: E nem vem com essas carinhas de choro Vitória. Vai enfrentar a vida!

Amor: Ai vida para de falar assim comigo, e não ele não me bateu já disse que meu pai por pior que seja nunca ergueu um dedo sequer para mim.

Kaue: Sorte dele 🔫

Amor: Que horror para com isso! Que tu ta fazendo meu gurizinho?

Ela vem a melação do caralho

Kaue: Tô deitado tô com dor de cabeça vou dormir um pouco. Tchau

Amor: Ta bom, toma remédio tá. Te cuida quando acordar me chama aqui.

Amor:❤❤❤

Amor: Te amo 😘

Kaue: Também te amo chata. 😘

Mensagem off:

Pode deixar que te chamo sim sua burra. Caralho vei, eu gosto da Vitória gosto de verdade, mas ela é muito criança, tá sempre chorando e pensa que a vida é mar de rosas. Mas logo ela vai ser totalmente minha e vou mostrar a ela a realidade da vida.

Coloco celular no bolso, a carteira e pego as chaves da moto. Abro a porta do meu quarto e dou uma olhada pra vê se não encontro ninguém que possa me torrar a paciência. E pra minha sorte não tem ninguém não, sai e tranco de volta a porta do quarto indo para escadas.

Luíza: Onde você vai Kaue? - olho pra minha direita e noto um par de olhos curiosos - papai tá brabo Kaue

Kaue: Eu sei Lulu, mas não conta que eu saí tá? - beijo o topo da sua cabeça e sigo meu caminho.

Luíza tem síndrome de down, ela Milena e Gabriel não são meus irmãos de sangue, uma vez enquanto brincava na beira da praia encontrei eles vagando pelas ruas e catando comida no lixo pra poder saciar a fome. Eu tinha apenas 8 anos mas me lembro muito bem, havia perdido minha mãe a pouco tempo e apesar de todo amor que o meu pai e a Nanda me passavam eu não estava me adaptando muito bem a família. Foi aí que em simples passeio conheci eles, notei que um homem brigava com aquelas crianças magras e sujas e fui ver o que era, chegando lá descobri que eles só queriam comer o tal homem que era dono de um food truck não queria dar nem os restos pra eles muito menos fazer um lanche para cada.

Como era muito pequeno e não conseguia fazer nada chamei meu pai que foi lá ver o que tava acontecendo e acabou adotando os irmãos. Luiza é uma menina mulher muito especial, e apesar de sua deficiência não se deixar levar por cochichos e olhares maldosos. Já tive que descer o pau em muito neguinho pra defender ela ou até mesmo a Milena, e sempre farei isso, eles não são minha família de sangue mas são de coração.

Tenho irmãos de sangue também, Pedro e Anthonella são meus irmãos por parte de pai, eles são únicos filhos que meu pai teve com a Nanda, no total eles têm seis filhos, três adotados, eu que sou filho só do Negão, e Anthonella e Pedro que são filho dos dois. É muita gente não é mesmo povo?! Puta que pariu, mas espero que acabe por aqui.

Estaciono a moto em frente a casa da Camila e desco já entrando no portão e nem preciso chamar ou bater assim que passo pra dentro do terreno ela abre a porta sorridente. Tadinha dela, acha que um dia vai ser minha fiel.

Camila: E ai meu preto - ela tenta me beijar mas empurro ela pra dentro - que isso meu. Quando tu vai abrir nosso lance em?

Kaue: Nunca! - ela cruzou os braços e ergueu uma sobrancelha. - Tu sabe do meu lance com a Vitória nem vem

Camila: Vitória?! A meu! Me poupe né. Aquela pirralha. - ela passa a mão no rosto várias vezes

Kaue: Pois então, aquela pirralha mesmo - sento no sofá cruzando as pernas e pegando o controle da TV

Camila: Sentou porque? Se não vai me assumir também não vai me comer mais. Sai daqui! - ela abre a porta da casa e aponta pra rua

Levanto sofá e sigo pra porta, mas quanto menos ela espera eu seguro nos cabelos e dando dois tapas no rosto da vadia e atirando ela no chão em seguida. Saiu pra rua indo em direção minha moto e deixo ela no chão gritando e me xingando

Kaue: O Aline, bora dar uma voltinha? - mas que de pressa a puta vem correndo e eu ainda olho pra trás piscando pra camila que ainda chora jogada no chão.