Capítulo 2

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Anne

Depois de três horas de voo de Nova Iorque ao Texas e mais uma hora de estrada de terra, finalmente pude visualizar um grande casarão de madeira antiga, Cody foi me buscar no aeroporto e ficou encarregado de me levar para a fazenda. Ele era funcionário da fazenda e foi muito simpático, falou bastante sobre a fazenda no caminho, mas infelizmente não estava em um bom momento para conversas e não prestei muita atenção no que ele estava falando. Não podia negar que a vista era linda e eu nunca tinha visto algo tão belo em toda minha vida, era tão verde que doía os meus olhos. Durante o caminho pude ver vários animais pelo grande pasto verde. Era verão no Texas e estava tudo brilhando. O carro estacionou na porta da casa e uma mulher loira e alta me esperava. Ela se parecia muito com aquelas mulheres em filmes de cowboys que eu assistia. Vestia uma camisa polo azul escura, calças apertadas e uma bota de montaria que ia até os seus joelhos, uma verdadeira vaqueira.

— Oi — disse timidamente assim que desci da caminhonete. Eu estava desconfiada de tudo ao meu redor, nunca tinha visto essas pessoas antes e não sabia como agir.

Eu sabia que o Texas era um estado muito quente, tinha ido para a Califórnia algumas vezes no verão, mas nada se comparava ao sol escaldante do Texas. Sentia a minha pele molhada pelo suor e previa que dias difíceis estavam por vir.

— Olá querida, meu nome é Lucy, Lucy Hart. Meu filho está na cidade a negócios e infelizmente não pode recebê-la, mas ele voltará em breve te dará boas-vindas. Ele é ótimo nisso. — Fui pega de surpresa com um abraço de urso que Lucy me deu. Parecia tão jovem e delicada para ser mãe de um cowboy brutamontes.

— Não tem problema, fico feliz que seja a senhora — respondi ainda dentro do seu abraço, desconfiada. Eu iria ser escrava por todo o tempo que ficasse aqui e não estava nada feliz com isso. Só de pensar em vacas me dava arrepios.

— Olá, seja bem-vinda. O meu nome é Troy. — O cara todo simpático e lindo tomou a frente e pegou firme em minha mão. Ele tinha lindos cabelos castanhos que apareciam por baixo do seu chapéu branco. Troy era alto e magro, mas bem definido. Aparentemente, o trabalho pesado do campo fazia maravilhas ao corpo masculino.

— Olá Troy, eu sou a Anne. — Devolvi o aperto na mesma intensidade. Sempre me diziam que pessoas do interior eram mais hospitaleiras que o normal e adoravam abraçar e beijar pessoas quando as conhecia. Eu estava acostumada apenas com pessoas que tentavam me derrubar e mantinham um sorriso no rosto ao mesmo tempo.

— Vamos entrar, o sol está forte. O Troy leva as suas malas. Ele é o meu filho mais novo e com certeza vocês dois serão ótimos amigos, assim como sua namorada, Megan. — Lucy me puxou para dentro da casa. Da mesma forma que o seu exterior, a parte interna era toda de madeira, o que, combinado com os móveis, formava um ambiente bem rústico. Os meus saltos batiam no piso de madeira fazendo um enorme barulho, me deixando constrangida.

— Vou te levar até o seu quarto, espero que goste.

— Obrigada, senhora Hart — eu disse a ela enquanto me levava pelo enorme corredor. Eu não imaginei que ficaria aqui na casa principal, pensei que ficaria em algum tipo de alojamento para funcionários. Até que não estava tão ruim assim.

— Oh não, querida, me chame apenas de Lucy, aqui não temos toda essa formalidade, somos uma enorme família e agora você faz parte dela.

— Tudo bem, Lucy. — Gaguejei um pouco e notei como o sotaque era forte e puxado. Já tinha visto alguns sulistas se aventurando na cidade grande, mas eles tentavam disfarçar seu sotaque quando estavam por lá. Aqui eles não se incomodam e é muito fofo. Eu só esperava não carregar isso para Nova Iorque quando voltasse.

Owen Hart - Cowboys de ferro vol. 1Onde histórias criam vida. Descubra agora