Owen
— Quando você vem? — perguntei a Linda. Sentia a sua falta. Parece que agora ela se encontrava em algum campo de refugiados na África.
— Não sei Owen, ainda tenho muito trabalho nesse campo e depois vou para outro. Espero que entenda. — sua voz ecoou pela caminhonete enquanto voltava para a fazenda depois de uma negociação lenta e demorada. Passava das onze da noite e o cansaço tinha caído em minhas costas.
— Eu entendo todo esse altruísmo que você tem Linda, mas eu sinto sua falta. Eu estou ficando velho e quero uma família — disse frustrado, tentando manter focado na estrada à frente. E para completar, eu teria uma visita inesperada em casa. Aparentemente teria que ser uma espécie de tutor para uma garota mimada de Nova Iorque.
— Eu sei, amor. Assim que terminar aqui eu juro que vou voltar e vou dar a família que você tanto quer. — Podia ouvir o seu sorriso e acreditei nela.
— Não estou te pressionando Linda, mas eu quero você aqui do meu lado, não em outro continente. Você não ficou muito tempo aqui na fazenda comigo e arranjou um jeito de fugir.
— Eu prometo que dessa vez eu vou para ficar, Owen. Preciso desligar, o tempo de ligação aqui é curto e tem pessoas na fila querendo usar o telefone. — ela disse e eu sabia que no fundo ela estava frustrada também, pois era a coisa que ela mais gostava de fazer, ajudar as pessoas, mas ela também queria estar aqui ao meu lado, e estávamos nos matando lentamente com isso.
— Tudo bem, eu vou esperar — disse cansado.
— Eu te amo, Owen.
— Eu também.
Desliguei o telefone e suspirei mais uma vez frustrado. Estava há vários meses sem sexo, nem me lembrava de quanto tempo fazia. Estava cansado de esperar, mas se Linda prometeu que voltaria, ela o faria.
Com trinta e dois anos eu queria uma família, ter filhos, mas estava a espera por Linda. Ela era enfermeira e desde que descobriu que poderia ajudar refugiados, Linda fugiu da fazenda me deixando aqui sozinho. Acho que a vida na fazenda a deixou um pouco claustrofóbica.
Cheguei e a casa estava toda apagada, por isso segui para o meu lugar favorito no mundo: o sótão em cima do celeiro que eu tinha transformado na minha casa. A cama ficava no fundo, com uma janela enorme de vidro que adaptei apenas para apreciar a vista das montanhas, um banheiro e uma enorme sala. Subi a pequena escada e me joguei na cama, cansado, frustrado e feliz pelos negócios terem dado certo e toda a lavoura de cevada vendida para uma cervejaria famosa.
Fiquei olhando para o teto e fechei fortemente os meus olhos quando me lembrei da menina que ficaria um tempo aqui na fazenda, vinda de Nova Iorque. Ri um pouco. Era um bom castigo coloca-la para fazer algum trabalho braçal. Não que eu gostasse, mas assisti-la dando comida aos porcos seria divertido.
***
— Bom dia, filho. — Às cinco da manhã em ponto eu estava na cozinha para tomar café. A minha mãe andava com maestria pela cozinha preparando toda a mesa. Todo dia era assim, um banquete para começar o dia bem. Ela bem conhecia os seus dois filhos e sempre fez questão de manter Troy e eu bem alimentados. O trabalho e a correria do dia a dia nos consumiam muito.
— Bom dia, mãe. — Dei um beijo em sua testa e me sentei para comer.
— A menina chegou.
Ela disse e dei de ombros. Uma menina mimada que eu teria que ser babá e cuidar. Além de não saber nada, ainda teria que alertar todos para que ficassem de olho nela. Um vacilo e isso poderia ser fatal. Com a venda da lavoura e a necessidade do descanso da terra para a próxima safra, eu ficava um pouco mais livre para voltar a dar as minhas aulas e laçar.
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Owen Hart - Cowboys de ferro vol. 1
Romance"Minha boca secou e as minhas mãos seguram firmes as rédeas do meu cavalo agitado. Conseguia sentir o coração bater forte no peito. Agora éramos eu, o Usuaia e os três tambores a nossa frente. Nada pode nos parar agora..." Anne foi a menina criada p...