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É doloroso perceber como as relações mudam rapidamente, pessoas antes conectadas, agora desconhecidas.
Planetas saem de órbita, galáxias se difundem, átomos se derrotam; a vida é um imenso ciclo. Errar e acertar, perder e ganhar, acabar e finalmente recomeçar.

Quando você chegou se fundindo à mim, meu universo vazio se enriqueceu de cores, minha monotonia virou agitação.
Você apareceu tão carente de amor e eu tinha amor. Expus minha vida a você, compartilhei traumas, medos, sonhos. Permiti que você visse minhas feridas, minhas crises, minha desordem, eu confiei em você.
Aguentei suas negligências, abracei seu caos, te ensinei a beijar suas feridas e entender que nem tudo precisa resultar em dor. Crescemos juntos.

Quando você decidiu seguir em uma direção totalmente oposta, eu vi tudo desabar. Você era minha única parte que não doía, e foi embora fazendo barulho, balançando minhas estruturas, causando mais feridas, usando palavras duras difíceis de ouvir. Virei escuridão, o amor esfriou por alguns segundos. As pequenas negligências somadas as grandes explodiram. Era o fim.

Eu quis gritar, me retorci de dor, tentei te puxar pelo braço, tentei te chacoalhar e te trazer de volta pra realidade;
você é a minha melhor parte, não pode ir embora assim!

Quero que saiba que não julgo sua atitude, até entendo se eu pudesse também fugiria de mim.
Mas quando permiti que você visse toda fragilidade em mim, era na intenção de você enxergar como tudo aquilo me doía e assim não me machucar como os outros. Porém você escolheu fazer igual.

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