Amanda estava muito feliz porque estava precisando de dinheiro e naquela mesma noite foi convidada para ficar como babá dos filhos da família vizinha. Eles pareciam estar preocupados, pois algumas pessoas, a maioria mulheres, estava sumindo de maneira a misteriosa. As duas crianças gostava demais dela então o casal se sentiu seguro em deixá-las com Amanda.
O combinado seria que oito da noite a babá já estivesse na casa que, na verdade, era uma mansão e as crianças já estivessem dormindo. E foi exatamente assim que aconteceu. Antes de saírem, a mãe das meninas falou à Amanda:
- Vamos passar pouco tempo fora, algo em torno de 3 horas. Você só precisa ficar de olho nas crianças, principalmente a Rebeca. Ela tem tido uns pesadelos estranhos essa semana e me preocupo com ela. Acho que ela tem medo de sumir, como está acontecendo com algumas pessoas da cidade.
- Tudo bem, pode deixar. Rebeca e Vanessa ficarão bem.
- Elas gostam muito de você então a partir de hoje você é oficialmente a babá delas. Isso se você quiser, é claro.
A moça nem pensou duas vezes:
- Claro que eu quero! Vai ser uma honra trabalhar para os senhores.
O casal se despediu, deixando antes o número do celular deles, caso algo acontecesse. Amanda entrou e ligou a TV, sentindo-se bem à vontade na casa dos patrões que, a considerar pela organização e requinte, pareciam ter uma condição financeira ótima.
Passado alguns minutos, a babá ouviu alguns gritos vindos do andar de cima e correu para ver o que tinha acontecido. Quando entrou lá, viu Rebeca, a filha mais nova do casal, em prantos na cama.
- Cadê a mamãe? - a garotinha perguntou.
- Ela saiu, meu amor. Mas ela não deve demorar. Agora me diga: O que aconteceu pra você estar chorando assim?
A garotinha sentou-se na cama e disse à Amanda, que também sentou-se logo em seguida:
- eu acho que tem alguma coisa dentro do guarda-roupas.
Amanda sorriu de leve e disse:
- Alguma coisa? Como assim?
- já faz uma semana que eu escuto barulhos estranhos lá. Estou com medo. Às vezes ele fala que vai me pegar.
- Tudo bem - A babá falou isso levantando rapidamente da cama. - Eu vou olhar o guarda-roupas pra você ver que não tem nada lá. Tá bom?
A menininha só balançou a cabeça positivamente.
À medida que se aproximava, amanda diminuia o ritmo dos passos. Ela não queria demonstrar medo à garotinha, então apertou o passo e escancarou as portas no guarda-roupas, que só tinha roupas e nada mais.
- Viu? Não tem nada aqui!
- Mas ele estava aí. Eu o ouvi.
- Eu vou ficar com você até você dormir de novo, tá bom?
- Tudo bem.
Amanda fechou as portas do guarda-roupas e voltou para a cama. Passaram-se alguns minutos e Rebeca dormiu. A babá levantou-se, deu um beijinho na menina e, quando estava perto da porta, ouviu alguma coisa, um barulho que se parecia com estalar de dedos. Olhou para trás rapidamente, mas o barulho cessou. A outra filha permaneceu no mesmo local, nem sequer se acordou com o choro da irmã.
A moça desceu as escadas e notou que a televisão estava ligada, mas ela não lembrava de tê-la deixad assim. Jurava que tinha a desligado. Então foi até a cozinha
e pegou uma pequena faca, colocando-a no bolso da calça e percebeu que lá dentro tinha um papel. Foi o papel com os números de telefone do casal e com a senha do wi-fi. Essa última informação arrancou um sorriso de seu rosto, pois estava sem créditos.
Conectou o com celular, mas não teve tempo de usufruir, pois novamente os gritos foram ouvidos. A moça subiu os degraus as pressas e, quando chegou lá, reparou que a menina estava do mesmo jeito: chorando. Mas, desta vez, a outra irmã também se acordou.
- O que houve? -A babá perguntou, abraçada com a pequena. A menina não conseguia falar, apenas apontou para o guarda-roupas, cujas portas estavam abertas. Naquele momento, Amanda sentiu medo, pois tinha certeza de que havia fechado as portas antes de sair.
Nesse momento, tudo começou a tremer, quebrar e bater nas paredes.
As três correram, tentando desviar dos vidros, até a porta do quarto na tentativa de fugir dali. desceram as escadas e foram rumo à porta da sala principal mas, ao tentar abri-la, não conseguiram pois ela estava emperrada.
Então elas desceram até o porão; lá talvez elas se sentissem mais seguras. A babá aproveitou aquele momento para ligar para os pais das meninas e dizer que alguma coisa estava acontecendo dentro da casa. Eles disseram que estavam a caminho. Nesse período de tempo, Amanda percebeu que até o porão, que geralmente é um lugar de tralhas e sujeira, estava impecavelmente limpo e repleto de quadros nas paredes e vasos extremamente brilhantes em cima de mesas devidamente organizadas. Estranhou isso.
O barulho de quebradeira acabou de repente. "Talvez já tenham levado tudo que queriam e foram embora", ela pensou.
Pegou as crianças, uma em cada mão e, devagar, sairam do porão e andaram até chegar na sala principal.
Porém algo muido estranho havia acontecido, pois a casa estava em perfeito estado, nada parecia ter saído do lugar.
- Fiquem aqui. Vou dar uma olhada no quarto de cima e ver se está tudo bem.
- Não vá, por favor! - Disse Vanessa, a mais velha.
- Eu tenho que ir, querida.
- Então vá logo! - Disse a mais nova. - Estamos em perigo.
Amanda foi.
Ao chegar lá, percebeu que estava tudo limpo, sem vidros no chão nem portas quebradas.
- O que diabos está acontecendo aqui? - disse para si mesma antes de receber uma porrada na cabeça.
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Contos De Arrepiar - Uma Coletânea de Histórias de Terror
HororFamílias Amaldiçoadas, Palhaços, Lobisomens e Fantasmas... Nesse livro, você encontrará histórias de terror e suspense que mexerão com o seu imaginário. São Contos, Causos e Lendas Urbanas variados de todos os tipos e um final completamente surpreen...