Prólogo

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Setembro, 1998.

A pouca luz no ambiente criava um clima calmo para o fim de tarde. O vento agitava a cortina, atraindo a atenção do bebê sonolento que era protegido pelos braços de sua mãe e contemplada por seu pai.

- É apenas o vento, meu amor. - sussurrou sua mãe enquanto acariciava a pele delicada de sua filha com a ponta do dedo, observando a mesma lutar contra o sono.- Ela é igual a você, Caleb.

A mulher olhou rapidamente para o marido, esboçando um sorriso capaz de fazer o mesmo sentir borboletas no estômago. Há 13 anos que isso acontecia, um simples sorriso era capaz de fazer ele se apaixonar cada vez mais por sua esposa.

- Mas ela tem a cor dos seus olhos, Alícia.- o homem sorriu, segurando a mão tão pequena que fazia o mesmo sentir medo de machucar com um simples toque.

Foram interrompidos por ruídos no piso de madeira causados por passos apressados e desajeitados que eram seguidos por broncas, fazendo com que os pais dentro do quarto rissem suavemente.

- Vamos meu bem, abra a porta para poder conhecer sua irmã. - A voz da senhora era baixa, quase inaudível para quem estava dentro do quarto. - Seus pais estão com saudades de você também.

A porta foi aberta com cautela pela criança enquanto se mantinha perto da avó, tentando se proteger do que poderia estar ali dentro. Assim que viu seus pais, a expressão da menininha mudou totalmente, começando a ficar com os olhos vermelhas pela vontade de chorar.

- Não chore, minha vida. Venha aqui com seu pai. - O rapaz de apenas trinta anos pegou sua filha mais velha no colo, aninhando junto ao seu peito, esperando que se acalmasse primeiro. - Sentimos muito a sua falta, Amy.

Olhou para a sua primogênita, não podendo evitar de perceber as diferenças físicas que tanto chamavam atenção no lugar pacato onde viviam. A menina olhou na direção da mãe com curiosidade, mas especificamente para o pequeno embrulho que ela segurava com firmeza.

- A mamãe sentiu tanta sua falta, mas agora nada mais vai separar a gente de você. - dizia calmamente enquanto acariciava e beijava o rostinho pálido da sua filha que recentemente tinha completado quatro anos.

- Irmã ? - Desde que chegou essas foram as primeiras palavras ditas pela criança. Era compreensível o fato de estar reclusa no seu próprio mundo e por esse motivo seus pais repetiam quantas vezes fossem necessárias que a amavam e sentiam falta da sua presença.

- Sim, minha vida. Ela é sua irmãzinha. - Respondeu a mãe com doçura, mostrando a nova integrante da família.

O rosto de Amy se iluminou, abrindo um sorriso tão espontâneo como o sentimento que crescia dentro dela. Era puro e inocente, porém incompreendido pela criança que não sabia explicar o motivo de ter começado a sentir isso simplesmente por ter visto o rostinho da sua irmã.

- Olhe vovó, é a minha irmã ! - sua atenção era dividida entre a mais velha e o bebê gordinho. Um riso baixo vindo de sua avó era contagiante, deixando o momento marcado na memória de todos. - Nunca vou deixar nada de ruim acontecer com você, eu prometo.

[...]

Janeiro, 2011.

" - Quem são eles , Amy ?

 - Ele, não eles. existe um. Meu medo em carne e osso.

Sussurro pausadamente ainda abraçando meus joelhos com força. Não queria surtar novamente.

Ele me encontrou ontem depois que eu saí do hospital. Olhe para mim! olhe o que ele fez comigo.

Abro o casaco, deixando visível meus ombros e o colo do pescoço. Ambos tinham hematomas quase negros e ferimentos com o sangue já seco.

- Eu preciso matar ele. "

O problema de Morgan.Onde histórias criam vida. Descubra agora