Capítulo 7.

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| H O P E |


As palavras de Dylan foram tão duras que jamais esqueceria de, nem mesmo, uma vírgula. Seus olhos odiosos me encarando e seus gritos ainda estavam vivos em mim.

A dor era tão grande que se me perguntassem, diria que meu coração havia sido esfaqueado e seus cortes foram tão fundos que rasgaram a minha alma, ficando apenas dor.

Eu amava Dylan, mas o meu amor não era tão egoísta como ele dizia. E ele sabia disso, até porque, nunca esperei nada dele. Nem mesmo um olhar. Eu sempre soube que não era recíproco.

Dylan jamais me amaria e eu estava completamente conformada com isso. Eu não confundia amor e ilusão. Na época da adolescente ele apenas brincou comigo e eu tinha plena consciência quando me envolvi de corpo e pouco tempo depois, de alma.

Eu não obrigaria Dylan a ficar comigo sabendo que ele seria infeliz ao meu lado sendo que não sou o suficiente, como ele acabou de deixar claro para mim. Seu coração não era meu e nunca seria, mas o meu era dele e eu iria ter que lidar com a dor de não ter meu coração cuidado e sim pisado por quem eu amo.

Talvez eu não fosse feita para o amor e me apaixonar por Dylan era o meu castigo.

Apesar do amor que eu sentia, a vontade de o querer comigo e a inveja que eu sentia de Heaven por ter o que eu jamais teria, nunca inventaria uma traição para separa-los. Eu o queria feliz e não me importava se para isso iria sofrer.

"Porque o amor é isso. É mover céus e terras, fazer o possível e o impossível, enfrentar tudo e todos e se preciso for, dar a vida por quem você ama."

E eu morreria todos os dias por não ter Dylan comigo.

Olhando para o teto do meu quarto, pensava nos momentos em que passei com ele. Quando eu, ele e Noah viravamos a noite jogando vídeo game. Ou quando fazíamos sessão cinema e Dylan sempre deixava a pipoca queimar.

Ou da vez que eu fui em sua casa e ouvia gritos, sem pensar duas vezes liguei para a polícia, para minutos depois ver Dylan no chão todo ensanguentada assim como sua mãe e seu irmão. Naquela hora, achei que tinha perdido não só um grande amor como também um amigo. Porque era isso que ele era para mim. Um dia depois da tragédia, a primeira pessoa que Dylan viu ao seu lado no hospital foi eu e por horas molhou minha blusa com suas lágrimas.

Por ter visto tudo o que ele passou, por o conhecer tão bem, por ter dividido com ele todas aquelas dores que eu jamais deixaria Dylan sofrer novamente, por isso fiz questão de fazer o que fiz. Não por ciumes, mas sim por amor. Eu sabia que não era à pessoa certa para ele, assim como Heaven também.


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