Capítulo 15.

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Dedicado a andressa100203 ♥♥

| H O P E |

- Dylan? - perguntei o encarando. Já fazia uma semana que eu tinha recebido alta do hospital. Estava tomando remédios para as minhas crises, indo em um psicólogo e tentando viver.

Sim, viver.

Perder meu filho, a pessoinha que ia me amar, o anjo que viria para me salvar, de tudo que aconteceu comigo isso foi o pior. Era uma parte de mim, meu foco estava todo no bebê e, saber que se não fosse por Dylan, meu filho ainda estaria aqui. Dentro de mim.

Ao mesmo tempo que eu amava Dylan, eu o odiava. Chegava a ser doente, como eu podia amar alguém que me destruiu? Em todos os sentidos?

Dylan me fez ficar como ele, me fez ser a garota quebrada que eu nunca fui. Odiava ele por isso, por tudo, com força.

Sempre lidei bem com os meus sentimento em relação a ele, eu amava mais de uma maneira reprimida. Sabia que não ficaríamos juntos, mas de qualquer maneira, acima do meu amor estava a nossa amizade.

A amizade que eu presava tanto.

Eu e minha famílias o ajudamos, Noah o tratava com irmão e minha mãe como filho. Dylan passava o Natal conosco, ficava em nossa casa e sempre o recebíamos de braços abertos.

Agora eu pude ver o quão egoísta Dylan se tornou. Ele só enchergava a si mesmo, se ele estivesse bem o resto não importava. E a prova viva disso era tudo o que ele tinha me feito.

Mas o meu coração me traí, pois sempre era as mesmas sensações, pernas bambas, coração saindo pela boca e as famosas borboletas no estômago. Tão clichê. E era nessas horas que deixava claro o quanto eu era completamente apaixonada por ele.

- Precisamos conversar, Hope. - Minha vontade era de rir, rir descontroladamente da pessoa a minha frente. Dylan estava um pouco bêbado e desesperado, não arrependido pelo o que aconteceu conosco, mas sim com medo. Medo de ficar sozinho.

Eu o conhecia o bastante para saber que esse momento iria chegar. Desde a primeira vez que ele me deu as costas com Heaven  naquela festa.

Tentei fechar a porta, porém foi em vão, ele conseguiu me impedir, invadindo a minha casa. Noah havia saído, eu estava bem, poderia ficar sozinha e ele foi. Não quis ser um peso para ele e minha mãe. Não queria que ele parasse de se divertir por minha causa, agora me arrependo amargamente. 

Não queria ter essa conversa agora, não queria ser fraca. Não depois de tudo. Porém, eu não estava preparada para isso:

- Você estava certa, Hope. - cambaleando, se aproximou de mim. - Não... - fez uma pausa - Não me deixe sozinho, eu não aguent..

- O que você realmente quer? - disse já sem paciência. Depois de tudo, como ele ainda tinha coragem?

- Você me am... - Sem hesitar, o cortei, tentando parecer mais convincente possível.

- Eu te odeio, Dylan. - como se estivesse sido pego de surpresa, deu um passo para trás. Os olhos eram puro desespero, como se não acreditasse nas minhas palavras.

- Você está mentindo. - Continuei calada. - Hope, você não pode me deixar sozinho. Eu só tenho você e o Noah. Ele..

- Não, Dylan. Você não tem ninguém.

- Ela me traiu. - magoado, virou-se para a janela. Sabia que o álcool já estava deixando o seu corpo. Então era por isso que ele estava aqui? Não me deixando raciocinar direito, continuou. - Sinto muito pelas coisas que aconteceram, não queria que nossa amizade terminasse assim, Hope. Entende, eu sou apaixonado por ela. Eu a amo.

- Você não sente, Dylan. Só não quer ficar sozinho. E não me interessa seus sentimentos por ela, eu não me importo mais.

Uma parte de mim o amava, mas a outra o odiava profundamente. Não sabia qual parte falaria mais alto ao longo do tempo.

- Deixa de ser orgulhosa... - De repente, uma grande raiva tomou conta de todo o meu corpo. Como ele tinha coragem de me dizer isso? Justo ele?

- Sabe o que eu não vou deixar de ter Dylan? - perguntei, porém não esperei reposta - Amor próprio.

- Hop... - Aquela altura eu já tremia, o choro entalado em minha garganta e meu rosto começando a ficar vermelho. Tentou me interromper, mas foi em vão.

- Você é um bosta. Um garoto completamente quebrado. Fodido. Tão cego, tão burro que foi se apaixonar por uma vadia. - Minha respiração acelerada denunciava a minha raiva - EU FUI SUA AMIGA. NUNCA QUIS QUE VOCÊ CORRESPONDESSE AO MEU AMOR! ALGUM DIA JÁ TE PEDIR ISSO? - Eu gritava, gritava querendo descarregar toda a minha raiva nele - RESPONDE, DYLAN! - ele continuou calado. Estava tentando se controlar, eu via. - AGORA QUE FOI TRAÍDO, QUE LEVOU UM PÉ NA BUNDA, AGORA, SOMEMTE AGORA QUE VOCÊ VEM DIZER "SINTO MUITO?" VOCÊ NÃO SENTE DYLAN. ME HUMILHOU, DEIXOU... DEIXOU EU SER ESTUPRADA, MATOU O MEU FILHO! VOCÊ, TUDO VOCÊ! EU TE ODEIO INFELIZ, TE ODEIO!

- VOCÊ NÃO PODE FALAR ASSIM COMIGO DEPOIS DE TUDO QUE EU PASSEI! MEUS PAIS MORRERAM, A MELHOR PARTE DE MIM SE FOI NO DIA DO MEU ANIVERSÁRIO E VOCÊ SABE! A UNICA PESSOA QUE EU AMEI, QUE EU ME DOEI ME TRAÍ E VOCÊ... EU ESTOU QUERENDO UMA AMI...

- EU POSSO! VOCÊ MATOU O MEU FILHO, MATOU TUDO DENTRO DE MIM! O MEU AMOR! TUDO! EU NÃO SINTO PENA DE VOCÊ! NÃO SINTO. SAÍ DA MINHA CASA, SAÍ DA MINHA VIDA. SOME. SOME DAQUI, SEU CORNO! SEU DESGRAÇADO! - as lágrimas desciam demasiadamente. Não conseguia controlar. - Eu te odeio, eu te ode... - Sem dó algum, Dylan me empurrou com tanta força que eu bati minhas costas na parede, indo de encontro ao chão. Segurou os meus pulsos com brutalidade, em seus olhos havia raiva. Muita raiva. Seu toque me lembrou o de Josh, e sem que eu pudesse me controlar, tive uma crise.

- JOSH, ME SOLTA. ME SOLTA. SOCORRO! NOAH! - Em pânico, eu estava em pânico. Minha garganta se fechou. Aos prantos, eu estava mal. Muito mal. Como se estivesse se culpando, Dylan me soltou e foi embora me deixando sozinha em meio a pior crise que eu já tive em toda a minha vida.

HOPEOnde histórias criam vida. Descubra agora