Capitulo 10

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Algum erro me avisem chuchu's.


Ainda retirando o gelo deixado pelo olhar de Louis no meu ombro, abri a porta do meu apartamento. Lá dentro a secretária eletrônica me recebeu com o número "13" piscando em vermelho. Havia mais nove mensagens de voz no meu celular. Todas eram de Sarah e refletiam uma preocupação crescente com alguma coisa que o sexto sentido dela captava em Oxford.

Sem ânimo para encarar as minhas tias videntes, abaixei o volume da secretária eletrônica, desliguei o som dos dois telefones e deitei na cama, exausto.

Na manhã seguinte, passei pela portaria para fazer a minha corrida e Fred acenou para mim com uma pilha de recados na mão.

– Eu pego depois – gritei e ele ergueu o dedo polegar em sinal de entendido.

O percurso a pé pelos caminhos de terra conhecidos que conduziam aos campos e aos limites da parte norte da cidade me ajudou a repelir tanto a culpa de não ter telefonado para as minhas tias como o rosto frio de Louis cravado na minha nuca.

De volta ao prédio, peguei os recados e joguei tudo no lixo. Depois, protelei o inevitável telefonema para casa, ocupando-me com o ritual de fim de semana: cozinhar um ovo, preparar o chá, lavar a roupa, arrumar a papelada espalhada pela casa. Depois de ter passado a maior parte da manhã ocupado, não restava mais nada senão telefonar para Nova York. Lá ainda era cedo, mas ninguém devia estar dormindo.

– O que está acontecendo, Harry? – perguntou Sarah, sem dizer alô.

– Bom-dia, Sarah. – Eu me afundei na poltrona ao lado de uma lareira inativa e cruzei os pés sobre uma pequena estante à frente. O telefonema levaria algum tempo.

– Não é um bom dia – disse Sarah em tom azedo. – Já estamos quase loucas de tanta preocupação. O que está acontecendo?

Em pegou a extensão.

– Oi, Em – eu disse, recruzando as pernas. O telefonema levaria um longo tempo.

– Aquele vampiro está te incomodando? – perguntou Em ansiosa.

– Não exatamente.

– Nós sabemos que você tem passado o seu tempo com vampiros e demônios. – Minha tia explodiu de impaciência. – Você perdeu o juízo ou é alguma outra coisa muito errada?

– Eu não perdi o juízo, e não há nada de errado. – Esta última afirmação era uma mentira, cruzei os dedos e torci pelo melhor.

– Você acha mesmo que pode nos fazer de bobas? Não se pode mentir para uma bruxa! – exclamou Sarah.

– Desembucha, Harry.

O plano rolou pelo ralo.

– Deixe-o falar, Sarah – disse Em. – Já se esqueceu que concordamos que Harry é capaz de tomar decisões certas?

O silêncio que se seguiu me fez pensar que isso tinha sido o tema de alguma controvérsia.

Sarah recuperou o fôlego, mas Em se adiantou:

– Onde você esteve na noite passada?

– Na ioga. – Não havia como me esquivar do interrogatório, mas nada me impedia de ser lacônica.

– Na ioga? – repetiu Sarah, incrédula. – Por que foi fazer ioga com essas criaturas? Você sabe que é perigoso se juntar a vampiros e demônios.

A Descoberta Das Bruxas -Larry StylinsonOnde histórias criam vida. Descubra agora