Boa leitura!
Henry saía a pé de Hanover Square, o rosto ainda quente do tapa que Rickard havia dado, mas a boca guardava uma sensação muito mais prazerosa: os lábios macios e carnudos da jovem.
Quando a viu de perto pela primeira vez, na noite passada, ele imaginou que aqueles lábios deviam ser bons para se beijar, mas ele estava enganado, eram divinos. Ele sentiu a doçura daquela boca mesmo que o beijo tenha sido rápido e que ela tenha se afastado no momento em que ele ia prová-la com a língua. E aquele corpo com certeza estava à altura da boca carnuda de Vênus. Ele se surpreendeu quando a pegou pela cintura e sentiu apenas a maciez do corpo feminino, livre do espartilho. Henry começava a ansiar por se deitar com ela e aliviar aquele desejo incipiente. O plano era apenas um beijo superficial para comprometê-la, em troca, ele gemeu como um adolescente excitado ao primeiro gesto que ela fez de corresponder ao beijo. Ele não agia assim com nenhuma mulher, nunca o havia feito, não poderia começar agora, quase aos 30 anos. Precisava voltar ao seu objetivo.
Pegou uma carruagem de aluguel que passava e deu o endereço que havia descoberto naquela manhã e se foi, a caminho de mais uma parte de seu plano.
...
Longbourne esperava na sala de estar de Sir Ernest, que morava em um prédio antigo, mas bem conservado. A sala era espaçosa para um apartamento e possuía algumas estantes com estátuas, muito estranhas, na opinião de Henry. O mordomo, que parecia ser o único empregado da casa, deixou-o esperando enquanto ia chamar o patrão.
Cinco minutos depois, Ernest Bishop entrou na sala com uma expressão confusa no rosto.
– Longbourne – disse o homem apertando a mão do marquês. – Confesso que fiquei confuso quando vi seu cartão. Nunca fomos apresentados antes.
– Não há motivos para cordialidades. – disse Longbourne, fazendo questão de acentuar a diferença de altura entre ele e Bishop, que era pelo menos 15 cm mais baixo. – Quero apenas avisar-lhe das minhas bodas com a senhorita Rickard.
– O quê? Que bobagem! Catharina não está comprometida.
– Em breve estará.
– Ela não vai se casar com você se eu a propor primeiro, ela nem o conhece.
– Então deixe-me ser claro. Falei com seu advogado hoje e se você se atrever a fazer qualquer proposta a ela, Londres inteira saberá que você está completamente falido e o mais importante: saberá o motivo de sua falência – os olhos do baronete se arregalaram e ele engoliu em seco, a cor fugiu por completo de seu rosto.
– Você não sabe o motivo de nada. – desafiou Sir Ernest, mesmo que com um leve tremor na voz.
– Você quer arriscar? Eu ainda tenho economias suficientes para suborno e seu advogado não hesitou em me dar todas as provas que eu precisava, e por um valor bem abaixo do que eu esperava, devo dizer. – Replicou Henry com um sorriso irônico nos lábios.
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Caçador De Dotes
Romance(DEGUSTAÇÃO) Inglaterra, 1823. Henry Marlow acaba de herdar o marquesado do tio, o que não imaginava era que o falecido marquês de Longbourne havia defasado quase por completo seus bens. Agora está em suas mãos encontrar um modo de salvar suas prim...