P52 - Os Objetivos

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 - Esse carro é roubado né? – Pergunta Sabrina sentada no banco do carona enquanto P52 dirigia.

- Se eu disser que não você vai se sentir mais confortável? – Diz o garoto olhando para ela e esboçando um sorriso tímido.

 Desde que saíram da casa de Rafael os dois não trocaram muitas palavras. Sabrina ouviu alguém buzinar em frente a casa e saiu com o caderno de anotações e o vídeo que gravou no celular entrando rapidamente no carro com o garoto no volante.

- Acho que não... – Responde vagamente olhando para a janela vendo os prédios passando por ela.

- Mas, se ajudar, eu roubei de alguém que tem seguro. Está no porta luvas se quiser conferir.

- Não precisa eu confio em você. Mas é melhor parar em algum lugar antes de encontrarmos uma blitz. Além do mais a minha carteira de motorista é verdadeira.

  Após dirigir alguns quarteirões eles pararam em um estacionamento no MC Donalds.

 - Porque decidiu confiar em mim? – Sabrina perguntou assim que P52 puxou o freio de mão – Vários outros jornalistas teriam aceito sua história assim que mostrasse suas cicatrizes.

 - Você era o meu Objetivo. Eu deveria matá-la e caso eu procurasse outro jornalista você morreria pelas mãos de outro. – Ele tira as mãos do volante e se vira para ela – Só juntei o útil ao agradável.

 - Mas e depois, o que vai acontecer comigo?

 - Você sobrevive. Não vou expor você - Disse com um sorriso - Somente os purificadores e pupilos do Instituto que vão receber a mensagem que quero enviar e não saberão que você teve participação nisso.

 - Meu pai irá alertar a mídia sobre o meu desaparecimento. Preciso de algo para dizer o que aconteceu enquanto estiver fora.

 - Você não vai sair de mãos vazias. Acredito que as pessoas que seu pai expôs no desvio de verba do nordeste esteja por trás da contratação dos serviços do Instituto...

 - Quer dizer que eles pediram pra me matar?

 - Para calar seu pai. Sim.

  Sabrina se encosta no banco respirando fundo. Coloca as mãos sobre os olhos como se estivesse tapando a luz do sol.

  Em pensar que em menos de quinze horas ela beijou o garoto que gostou a vida toda. Era uma pessoa com metas comuns para alguém de sua idade, como fazer faculdade, estagiar, conhecer o mundo e diversas culturas. Mas agora está sendo caçada por uma organização que ninguém sabia que existia.

 - Qual é seu plano para conseguirmos isso?

 - É melhor a gente entrar, você deve estar com fome...

 - Eu não estou com fome, eu só quero saber... – Mas Sabrina já estava falando sozinha pois P52 já havia saído do carro e estava na porta do Fast Food.

  Entrando na lanchonete Sabrina achou prudente não abordar o garoto com a pergunta para não chamar atenção das atendentes sobre eles. Em algumas horas provavelmente já dariam conta de seu sumiço e após quarenta e oito horas sua família notificará a polícia e seu rosto estará nos noticiários pela influência de seu pai. Por algum motivo ela mesma não sabia por que estava ali, mas estava. Aguardando o plano de um garoto de quatorze ou quinze anos com documentos falsos, um nome estranho e sendo caçada por uma mulher loira que lutava algum tipo sinistro de karatê.

  Pediu seu lanche após P52 que se identificou como André. O garoto tirou uma nota de cem reais do bolso e pagou os dois lanches.

 - André? – Perguntou ela quando se sentaram.

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