Falsas Verdades™

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PARTE II
Hospital de Nova York
-Quarto 413-

Não consigo enxergar nada no momento em que tento acordar, tudo está preto, como se estivessem apagado as luzes, ou algo parecido, parece que estou deitado sobre uma cama ou algo do tipo, vozes de pessoas conversando a minha volta não param, não reconheço nenhuma. Minha cabeça dói muito, não me lembro do que aconteceu antes de vim parar aqui, apenas da Angela dizendo...verdades? Não dá pra acreditar naquilo...mas faz sentido. Barulhos de aparelhos apitando para todos os lados roubam minha atenção, me fazendo retomar o foco para tentar acordar, minha cabeça continua doendo, uma dor intensa, como marteladas ou algo muito parecido.

Começo a ter lapsos de memórias, como um filme dentro da minha cabeça, tudo volta a se apagar, acordo em um grande terreno aberto e vazio, a grama do lugar é baixa, muito bem cuidada pela natureza. Me vejo tão imerso nesse "sonho" que consigo sentir até mesmo o cheiro da terra molhada.

(Bryam) -É uma memória? Ou realmente estou vivendo esse momento?

No centro do campo há uma grande árvore, com galhos enormes subindo para os céus, é um carvalho enorme, muito bonito, chama bastante atenção, não sei oque é exatamente aqui, mas por instinto, diria que é a primavera de dois mil e dezessete, quando eu tinha dezesseis anos. Começo a caminhar rumo a árvore, ao me aproximar da mesma, escuto a minha voz e a voz de uma garota, se aproximando por trás de mim. Algo impossível a princípio, ouvir minha própria voz, por curiosidade, me viro para trás, me assustando com oque vejo. Um jovem, melhor...eu mesmo, mais novo.

(???) -Hey Bryam, espera!

(Bryam) -Vem logo preguiçosa, cadê aquele ânimo pra fugir da escola e vim pra cá?

(???) -Deixei pra trás, junto com as nossas mochilas. Aliás cadê o cavalheirismo? Poderia me levar em suas costas né?

(Bryan) -Quando você voltar a me chamar pelo primeiro nome, quem sabe. Hehe

(???) -Ah meu grande amor, senhor dos oceanos e da terra, ah grande Robert, me leve em suas costas!

Como isso é estranho, não me lembro de nada do que está acontecendo aqui, mas ali estou eu, brincando com uma garota, parece um pouco mas velha do que eu, será que isso que estou vendo é um lapso de memória do aconteceu antes do acidente? Ao perder o foco, parece que avancei no tempo. Agora já estou carregando a garota nas costas em direção a árvore, sigo a mim mesmo, ao chegarem próximo ao carvalho, a mesma desce das minhas costas, se deitando na grama ao lado das raízes da árvore, começo a procurar por algo no chão.

(???) -Hey Robert? Vem, deita aqui comigo...

(Bryam) -Calma aí, srta apressada, estou a procura de algo.

(???) -Oque seria, "algo"?

(Bryan) -Aqui, encontrei...

Pegava uma pequena pedra, com a ponta longa devia estar um pouco afiada, indo na direção da árvore sendo seguido pelos olhares da garota, após alguns instantes, escrevo na árvore, minhas iniciais e abaixo começo a riscar as iniciais "J.P", em volta dos "nomes", desenho um coração. Assim que eu mesmo se afasta da árvore, joga a pedra no chão, se deitando com a garota sobre a grama.

Me aproximo mais da árvore tocando a mesma, onde está as iniciais, sentindo o relevo das linhas cravadas na árvore, aquilo me parece ser tão real, como se não fosse apenas uma lembrança ou um sonho, acaricio as iniciais. No momento que termino a ação, isso me trás uma sensação tão boa, o cheiro da terra molhada ainda paira sobre o lugar, viro minha cabeça na direção dos dois, a garota deita a cabeça sobre o peito da minha "cópia", levando uma das mãos até o local que está deitada o acariciando ela começa a sorrir levemente sem abrir os lábios, parecemos estar tão felizes, como em um contos de fadas de livros infantis.

Prazeres da Noite (em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora