se o teu amor acabar
e as andorinhas, as flores e o sol
ainda cá permanecerem
contrariando a chegada do nosso outono,
leva contigo,
pelo teu eterno verão,
a lembrança de que se nasci,
foi para agradecer por teres nascido também.
se o teu amor acabar
e a vontade, o entusiasmo e o querer
não forem mais encontrados
naquilo que era o teu mais profundo ser,
leva contigo,
pela tua eterna consternação,
a lembrança de que tudo o que eu tinha,
foi teu também.
se o teu amor acabar
e as minhas manhãs, tardes e noites
forem agora de tremenda solidão,
e a minha maior companhia
for a voz que ouço a sussurrar-me ao ouvido
que nada neste mundo vale a pena
se não tiver o teu nome escrito,
leva contigo,
pela tua eterna caminhada,
a lembrança de que não há nada que eu preferisse ver,
além dos teus meigos olhos negros.
se o teu amor acabar
e nunca mais conseguir recuperá-lo,
recebê-lo,
senti-lo,
e retribui-lo,
se nada em mim mais te encantar,
apertar forçosamente o teu peito enamorado,
rejuvenescer até a tua mais pequena célula,
leva contigo,
na tua eterna memória,
a lembrança de que,
independentemente do que aconteça,
o meu amor por ti não acabou,
o meu amor por ti nunca acabará.
