Lucio estava em sua cama, um grosso livro de paginas amarelas aberto na metade, estava escrito em uma das muitas línguas dos humanos, o rei estava realmente entretido, começou a ler o livro no meio da tarde, após a reunião com seus conselheiros e não parara desde então.
- E ele tinha na sua destra sete estrelas; e da sua boca saía uma aguda espada de dois fios; e o seu rosto era como o sol, quando na sua força resplandece... – lia em voz baixa.
- Meu rei, atrapalho-te? – era Agatha em pé no lado de fora do quarto
Lucio ergueu por olhos por um instante, e ignorou a intromissão da mulher.
- O que desejas garota?
- Vossa majestade está preso neste livro há três dias...
- Cala-te garota – o rei esfregou as têmporas e fechou o livro – onde está Abel?
- Meu rei, estamos sem noticias dele desde sua saída
Lucio levantou-se de sua enorme cama, estava nu devido ao calor daquela terra infernal, seus longos cabelos loiros reluziam a luz que entrava pela janela. Seu corpo brilhava devido ao suor, aproximou-se de Agatha. A mulher não escondeu seu olhar em direção a nudez de seu rei.
Lucio colocou uma mão na nuca da mulher, aproximou-se dela. A serenidade exalava de seu corpo. A pele negra de Agatha arrepiou-se ao toque de seu rei, estava em transe. Sentiu-se excitada. Queria tocá-lo, queria possui-lo, sempre quisera, seria esta sua chance?
- Agatha – a voz penetrava em sua cabeça, as mãos de Lucio se enrolaram nos cabelos negros da mulher, as bocas se aproximando e a respiração ofegante.
- Sim meu rei? – as respirações se encontraram, o coração da mulher disparava.
Então Lucio se afastou, os olhos cor de esmeralda se encontraram com o âmbar dos olhos da mulher. Sua vontade era beijá-lo .O rei sorriu e soltou-a.
- Da próxima vez que atrapalhar minha leitura com noticias infortunas sofrerá – o tom era serio.
O rei pegou uma de suas roupas, um manto branco, amarrou-o na cintura deuxando seu peito nu.
- Sabe Agatha, encontrei esse livro na estante de Sirius, ele foi escrito pelos humanos. – voltou-se a garota que continuava afetada pelo simples toque do homem presente no quarto – este livro contem algumas semelhanças conosco.
- Semelhanças?
- Um grande criador, com poderes ilimitados, acredito que este é a resposta. – pausou um momento para refletir – creio que este pode ser o Imperador. Em resumo, mulher, eu irei procurá-lo em meio aos humanos
- Mas majestade...
Lucio se irritou com a intromissão da mulher e deu-lhe um forte tapa no rosto.
- Não me atrapalhe e saia do meu caminho – Lucio atravessou o quarto chegando ao corredor de quadros.
Olhou para o quadro de Vitor.
- O ultimo monge, aproveite sua curta vida, corvo insignificante.
- Vossa majestade irá ao mundo humano sozinho?
O rei olhou por cima do ombro, os cabelos se moveram como nuvens douradas, virou-se para a mulher.
- Este livro foi escrito com as letras humanas, a resposta está lá, partirei de imediato. – o tom de Lucio dizia quer não queria mais ser interrompido.
- Mas meu rei... – Agatha sabia o risco que corria – se os outros reis souberem...
- Por isto não saberão – tocou seu ombro novamente, a pele negra reluzia graças as luzes, estava com os cabelos presos, fixou-se nos olhos, misteriosos e oblíquos, principalmente quando o olhava – não é mesmo?
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Vitor Salavar - Os Quatro Reis
FantasyNo principio de tudo, antes do tempo existir e muito antes das criaturas serem criadas, o caos dominava o universo. Luz e trevas eram um ser apenas que não tinha consciência de si. Em um momento, cansado dessa vida tediosa esta criatura criou uma n...