Capítulo 1 - Começo

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Olá!

Então, é a terceira vez que estou postando essa fic. Minha antiga conta foi permanentemente deletada por causa das minhas adaptações, por isso não vou mais postar nenhuma adaptação.

Estou revisando essa fic e vou fazer algumas mudanças, mas nada que mude muito o enredo da estória.

Espero que gostem!

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LAUREN'S POV

Felicidade.

Todos sabemos o significado dessa palavra, todos almejamos alcança-la, mas poucos realmente conseguem. Eu por exemplo, não me considerava uma pessoa feliz, mas também não era infeliz. Havia dias em que a felicidade era inexistente, como no dia em que perdi meus pais, ou quando minha avó faleceu alguns anos depois. Mas então eu pude sentir a felicidade renascer quando minha prima nasceu. E apesar dos meus poucos amigos e do que restou da minha família serem de grande importância para mim, Júlia foi a única que conseguiu me tirar do buraco em que eu me encontrava. Esse era o meu significado de felicidade. E eu me achava completa.

Mas ao encontrar aqueles olhos, aqueles castanhos que te sugam a alma, eu soube que me faltava algo.

Cresci acreditando no amor. Meus pais se amavam e sempre faziam questão de deixar isso claro. Não éramos a família perfeita, mas éramos felizes. Lembro-me de comentar com meu pai sobre uma briga que eles tiveram, foi a pior de todas. Ficaram sem se falar por uma semana, e naquele momento, achei que eles poderiam se separar. Então meu pai disse;

"Prefiro passar o resto da minha vida brigando com sua mãe, do que ficar em paz com qualquer outra pessoa."

Depois desse dia, eu disse a mim mesma que iria encontrar alguém assim. Mas agora, com meus vinte e nove anos, não sei se ainda há alguém para mim, alguém que me complete, que me faça querer ser melhor, que me faça sorrir feito uma idiota todas as vezes que pensar nela.

Sim, você leu certo. Ela.

Meus devaneios são interrompidos pelo despertador. Era desnecessário, já que eu não dormia uma noite inteira há anos, mas eu gostava, me fazia parecer normal.

Desliguei o mesmo e fui para o banheiro. Depois de tomar um banho demorado, fui para o closet onde peguei meu celular e chequei as mensagens, o que me tomou longos minutos. Eu tinha uma péssima mania de ficar nua mexendo no celular depois do banho. Minha avó sempre chamou minha atenção para isso, mas mesmo quando eu estava na faculdade, fazia isso. O que deixava minha colega de quarto constrangida.

Quando finalmente larguei o aparelho, peguei uma cueca boxer e um sutiã, vestindo os mesmos enquanto escolhia o que usaria hoje. Optei por vestido vermelho justo com mangas curtas, na altura do joelho. Fiz uma rápida maquiagem, penteei meus cabelos, os prendendo em um rabo de cavalo, e calcei meus saltos.

No andar de baixo, cumprimentei a governanta e segui para a garagem. Entrei no range rover e deixei a casa.

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Assim que cheguei no Jauregui's Hospital, estacionei na vaga reservada para mim e segui para minha sala. Cumprimentei algumas enfermeiras e medicas pelo caminho, procurando pelo rosto que deveria me receber. Bufei ao perceber que não o encontraria, e segui as presas para minha sala.

Revisei alguns relatórios e assinei mais papéis do que gostaria, enquanto esperava. Quando já estava preste a pegar o telefone, a porta é aberta.

"Desculpe o atraso." Entrou, sentando-se em umas das poltronas em frente minha mesa. "Bom dia."

"Bom dia. O que houve?"

"Julia ficou gripada, e eu acabei virando a noite acordado. Ela não estava conseguindo respirar bem."

"Ela está bem agora? Podia ter me ligado, e não precisava vir já que..."

"Sim, ela está bem, não se preocupe. Não liguei porque tinha tudo sobre controle, e sabia que você iria se desesperar sem motivo." Deu de ombros. "Revisou o relatório?"

"Sim, mas quero discutir algumas coisas com você."

"Pode ser mais tarde? Tenho uma ronda para fazer agora."

"Tio, preciso resolver isso o mais rápido possível."

"Então me acompanhe. Faz um longo tempo que não me acompanha nas rondas." Foi até a porta, a segurando aberta para mim.

"Ok." Peguei o tablet com minhas anotações, e o segui.

Conversávamos enquanto seguíamos para a enfermaria do hospital. Uma ala grande com camas enfileiradas e divisórias separando uma da outra. Era localizada no terceiro andar, onde ficavam as pessoas que não podiam pagar por um quarto. Tio Alberto sempre dava atenção especial para a enfermaria. Ficava por ali para ajudar nas coisas mais banais possíveis.

Assim que entramos, parei de falar sobre os relatórios e deixei que ele começasse a trabalhar, apenas o acompanhado a alguns passos atrás.

Quando decidir fazer faculdade de administração, para administrar o hospital, tio Alberto me fazia sempre vir e ajudar. Ele sabia que meu pai faria o mesmo, me ensinando a ser humilde e não deixando o dinheiro subir para a cabeça. Ele sempre fez o impossível para garantir que eu não me sentisse sozinha.

Foi andando pelo corredor que eu a vi pela primeira vez. Ela estava deitada em uma das camas, com uma aparência cansada. Parecia magra e pálida demais, mas ela sorria, de leve, mas sorria. Ao seu lado, havia um casal e algumas garotas. Elas conversavam animadamente e faziam a paciente sorrir alegremente. 

Mas não foi isso que me impediu de desviar olhos dela. Foi sua beleza, seu sorriso, seus olhos, e a forma como ela parecia feliz, mesmo estando nas condições em que estava.

O Som do Coração (Intersexual)Onde histórias criam vida. Descubra agora