Após o último evento, Hux estava convencido de que Kylo estava apenas tendo um período ruim e que se insistisse, Ren voltaria a ser o mesmo de antes, nas não podia estar mais errado. Continuava pedindo para ficar com Kylo mas ele se recusava. Não satisfeito, começou a visitar o quarto do cavaleiro noite sim, noite não. Nas primeiras vezes Kylo não o deixava entrar, só ia até a porta para fazer com que Hux o deixasse em paz.
- De novo Hux? O que você quer?
- Você sabe... Conversar, passar um tempo com você...
- Eu sei muito bem o tipo de ‘passar tempo’ que você quer.
O ruivo se irritou e alterando a voz disse:
- Eu também tenho necessidades sabia?
- Problema seu. Use as mãos, funciona comigo, pode funcionar com você.
Hux ficou sem palavras. Abriu a boca para dar uma resposta, mas nada lhe saiu. Kylo estava encostado na soleira da porta de braços cruzados, usava somente calças pretas como de costume, o cabelo levemente úmido. Vendo que Hux nada respondeu, falou :
- Pode ir. Não há nada pra você aqui.
Antes que pudesse se virar, para fechar a porta na cara dele, o homem de cabelos ruivos segurou no antebraço de Kylo e com a cabeça baixa pediu:
- Por favor Kylo. Você acha que eu já não me humilhei o suficiente? Eu não sei porque você está assim, mas talvez, você me deva uma explicação. Pelo menos isso. Eu vou me comportar, prometo!
O homem de cabelos negros soltou uma respiração pesada, fez um olhar confuso. Era demasiado difícil acreditar que era mesmo o Hux que estava ali na sua frente. Sentindo compaixão por ele, fez um leve aceno com a cabeça, mas para si mesmo do que para Hux que permanecia com os olhos fechados e a cabeça abaixada.
- Pode entrar então. Acho que precisamos conversar, afinal de contas.
Hux deu um singelo sorriso e adentrou o quarto. Sentou-se na beirada da cama de Ren e cruzando as pernas em posição de lotus. Ele usava pijamas azul Marinho: calça e camisa larga de manga comprida com botões. Kylo se sentou de frete para ele, cruzando as pernas também e eles se encararam por alguns minutos, até Ren quebrar o gelo.
- Sobre o que quer conversar... Primeiro?
- Eu queria saber o que você pensa sobre nós hoje, depois de tanto tempo...? Tem o que... Alguns anos, talvez?
- Eu não sei, sinceramente não cheguei a contar... – Respondeu Kylo com sinceridade –
- Pra falar a verdade eu também não...
Outro silêncio constrangedor se espalha...
- Você quer saber o que eu acho disso?
Hux o observava com atenção, enquanto Kylo falava sem o encarar.
- Eu nunca parei para pensar. Não sei se cheguei a considerar que temos alguma coisa. Eu... – Ele criava coragem para admitir tanto para si mesmo, quanto para a pessoa a sua frente - Eu gosto de você, eu acho. Gosto de estar com você e gosto das coisas que fazemos.
O rosto de Hux se iluminou ao ouvir aquelas palavras e respondeu num tom alegre:
- Eu também gosto. Sei que não podemos oficializar nada por causa, das nossas ‘condições’. Mas se eu pudesse, queria levar a diante.
- Mas nunca poderemos... E mesmo se pudéssemos, eu não sei se hoje eu desejaria isso Hux.
O sorriso do ruivo na mesma velocidade que veio, se foi. Kylo sentiu a dor dele, mas não sabia o que fazer. Tinha consciência que ele era o causador daquilo. Mas não podia mais fugir. Sentia um carinho pelo general? Claro que sentia, mas ele sempre suspeitou que os sentimentos de Armitage iam além. Agora tinha certeza. E infelizmente Ren percebera que jamais sentiu o mesmo. Tudo parecia fazer sentido para ele agora, ficava mais evidente depois que conhecera Rey.
- Então você, nunca... Gostou de mim?
- Bem eu... Gosto, gostava... Gosto, mas não na mesma intensidade que você, entende?
- É a menina Rey, não é. Você sente algo por ela...
- Não. Claro que não!
- Não precisa mentir Kylo. Seja honesto comigo. Eu sei quando mente.
- Não sei ainda o que ela é pra mim. Somos inimigos.
- Mas ela te desperta algo...
Kylo levante da cama irritado. Seu temperamento, não era dos melhores.
- Se vai ficar me azucrinando por causa disso, melhor ir embora.
- Se eu parar, posso ficar?
Kylo sentiu pena de Hux. Não importasse o que ele dissesse, sabia que Armitage insistiria. Sentia que Hux ainda estava angustiado, então decidiu ceder mais uma vez. - Só se prometer se comportar... De verdade, sem truques.
- Eu vou. Prometo. Respondeu o ruivo levantando as mãos, rendido.
Kylo voltou para a cama. Hux se aconchegou ao lado dele encostando a cabeça em seu ombro. Ren afagou os cabelos alaranjados e se lembrou de quando era uma criança e fora rejeitado pelos pais, pelo tio... Agora ele sentia que fazia algo similar com aquele homem, mas pelo menos dera uma explicação.
No outro período, Hux foi embora e pediu para Kylo se poderia voltar novamente. Ele disse que sim, com a condição que eles não fizessem nada, como na noite anterior. O general concordou e foi embora. Ren decidiu deixar as coisas assim por enquanto, até pensar num jeito de desfazer aquilo definitivamente. Mais dias se passaram. A mesma rotina se seguia: Treinamentos, planos, ataques aos rebeldes, sua busca por Rey para levá-la ao seu mestre Snoke. Uma rotina que de certa forma o confortava. Mas logo ela seria quebrada novamente.
Em um de seus treinamentos na sala de hologramas, sentiu a presença dela. Dessa vez, decidiu que faria diferente. Se sentou no canto da sala com os olhos abertos e ocultou sua energia. Rey uma hora acabaria percebendo sua presença, Mas até que isso acontecesse, poderia lhe render um tempo extra para investigar a sua volta e descobrir onde ela estava. Mas foi inútil. Tudo o que ele via era ela, somente ela. Rey estava treinando. Devia estar fazendo sol, ela estava corada e suada, pois desferia golpes contra o que parecia ser uma Rocha. Kylo notou que ela ainda não percebera que ele estava ali. Seus olhos divagavam sobre ela. Rey usava sua calça cinza, a camiseta bege claro de mangas curtas e finas. O suor fazia com que a tecido ficasse grudada no corpo de Rey, a roupa superior revelava o bico de seus seios, pois ela não usava nenhum tipo de sutiã.
Kylo admirava o corpo da jovem com atenção. Ela era forte, com uma ferocidade naqueles olhos verdes que o deixava hipnotizado. Apesar de toda a dificuldade que passava em Jakku, o seu corpo era atlético devido aos esforços que realizava para conseguir as peças das naves. As sardinhas apareciam no seu rosto e em partes do seu braço. A pele bronzeada deixava ela ainda mais radiante. Finalmente ela olha para o lado e o vê, mas não diz nada, ela apenas recupera o fôlego e continua o treinamento.
- Quem te ensinou esses movimentos? Ele pergunta, mas ela permanecia em silêncio.
- Posso te mostrar além disso se quiser. Apesar que você já se assemelha muito a mim...
Sua última fala chamara atenção dela.
- Como assim? Eu não sou nada parecida com você!
- É sim... O jeito que você luta. Muito similar aos meus próprios golpes.
Kylo se levanta, ativa o sabre e faz um movimento usando-o.
- Está vendo? Muito similar...
Ela olha pra ele sem compreender muito bem. – Vá embora! Está atrapalhando minha concentração...
- Eu não controlo isso sabia? E... Porque eu tiro sua concentração? – perguntou ele presunçoso –
Ela o encarou ficando enrubescida. Ren usava uma regata preta que deixava os braços expostos. O cabelo dele era um caos perfeito. Rey mais uma vez, se pegou admirando-o. Ia dar uma resposta pela insolência dele, mas a force bond se fechou. Ren ficou muito irritado. Com o sabre ainda ligado, começou a quebrar alguns equipamentos ao redor. Se aquietou respirando ofegante e desligou o sabre. Maldita força, porque isto estava acontecendo com ele? Porque desejava tocá-la? Porque queria ensinar tudo o que sabia a ela? Ele não compreendia, não tinha certeza. Só sabia que precisava encontrá-la. Tinha uma missão a ser comprida. Mas o resto das horas foram torturantes. Rey, Rey, aquelas sardas, os seios delicados, os olhos ferozes. Era nela que Kylo pensou e pensou. Chegou a se tocar sozinho, pensando nela. Foi nesse momento que sabia que sentia algo. Mas o que seria? Era atração sexual, como ele sentira por Hux? Não, era mais do que isso... Ele sabia que era mais. Mas não tinha certeza... Chamavam de amor, de estar apaixonado. Ele nunca sentiu nada assim, nem mesmo por Armitage. Essa dor, essa agonia, esse desejo...
**
O general continuava a visitá-lo como combinado. Mas depois dessa última force bond, era difícil não querer possuir Hux. Além de Ren andar extremamente tenso e excitado por causa dela, Hux o provocava as vezes. Suas próprias mãos não estavam mais sendo o suficiente. Não queria ceder, o ruivo pensaria que Kylo ainda o queria, ele ainda se importava é claro, mas a verdade era que Ren só precisava do corpo dele.
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Uma reunião com o supremo líder Snoke foi convocada. Apenas ele, Hux e o Holograma gigante de Snoke estavam na sala. Quando a reunião terminou e o líder supremo desapareceu, Kylo ordenou: Quero que Venha comigo!
Hux confuso pergunta: - Porque?
- Você sabe porque...
- Mais um dos seus ‘impulsos’ Kylo?
- Sim. Eu não consigo esperar.
- Dessa vez acho melhor não.
Kylo se surpreendeu. Realmente não esperava por isso. Mas não acreditou em Hux, o puxou pelo braço fazendo-o derrubar a prancheta e o comunicador que segurava. Pegou o rosto dele e o beijou ali mesmo. Enquanto fazia isso pensava nela. Pensava em Rey. Não houve resistência do general como esperado, Ren estava certo no fim das contas, era apenas um blefe. Hux se agarrou ao pescoço dele rapidamente. As bocas, línguas e lábios se devorando com fome. Mas eram fomes distintas: Ren queria a garota e Hux o desejava. Kylo segurava a cintura do ruivo com vontade. Droga, mesmo ali pensava em nela a todo momento, mas não podia refutar o fato de que o homem de cabelos de fogo era extremamente delicioso. O empurrou para a parede mais próxima, sem interromper o encontro das bocas, Depois pegou uma das pernas dele e a ergueu prendendo-a em sua cintura, logo Hux prendeu a outra ficando ‘pendurado’ em Kylo. As intimidades mais uma vez se tocavam deixando-os extasiados.
Kylo desceu até o pescoço do ruivo provando seu sabor. Mordeu e lambeu aquela área com desejo. O outro, gemia em seu ouvido, por causa das carícias. Ren começou a desabotoar a calça de Hux. O homem de cabelos negros desceu até abaixo da cintura e colocou o pênis do general na boca.
- Kylo... – Ele suspirava – O que você...?
Mas se calou de imediato ao sentir aquela língua grande e molhada. O ruivo segurava os cabelos de Ren com as duas mãos e começou a se mover pra frente e para trás. Kylo sabia o que iria acontecer, mas se deixou levar. Depois aquele putinho ruivo, teria sua punição. Hux se moveu, o membro entrando e saindo da boca de Ren, ele acelerou um pouco chamando por Kylo e gozou em sua boca. Armitage, que estava encostado na parede, deslizou até o chão se sentindo mole, cansado. Fazia muito tempo que não sentia a boca do moreno ali. Aquilo o fez chegar a um ápice forte que pareceu tirar toda a sua energia. Kylo obviamente ainda não estava satisfeito e ele sabia disso. Ren deu um tempo ao ruivo, enquanto tirava as próprias roupas e depois ordenou que Hux fizesse o mesmo. Ele obedeceu, e esperou por mais instruções.
- Deixe o meu pau molhado com sua língua e não se demore muito.
Como sempre muito obediente ao cavaleiro, o ruivo de aproxima fazendo o que lhe é mandado. Ren geme em resposta, porém sua mente imagina um belo par de olhos verdes o encarando de volta ao invés dos olhos azuis abaixo de si. Ele não queria mais olhar para Hux, então deu outra ordem:
- Assim está bom! Agora deite no chão e fique de quatro!
O general se colocou na posição ordenada, Ren veio atrás dizendo : - Vou te fuder do jeito que você merece, sem piedade!
Kylo penetrou a fenda apertada com dois dedos, até sentir a região se expandir mais. Depois enfiou seu pênis com força, mexendo-o pra frente e pra trás numa selvageria já conhecida pelo parceiro que recebia as estocadas.. Kylo pressiona a cabeça de Hux para que ele se curve, deixando o tronco mais alto, a face do ruivo ficara de lado e era empurrada contra o chão. Numa posição considerada humilhante, Hux foi penetrado com grande violência, mas não se importava, pois gostava muito de ser dominado pelo outro homem daquele jeito. Kylo gemia alto, as estocadas cada vez mais fortes, os olhos revirando com a aproximação do orgasmo. Hux sentia o pênis de Kylo pressionar sua próstata com força, fazendo-o pedir por mais.
- Continua desse jeito Kylo, por favor...
Não seria nada difícil para Ren permanecer naquele ritmo. Depois de mais algumas estocadas, puxou os cabelos alaranjados para trás enquanto se derramava dentro de Hux. Sentindo a dor, que era o que faltava para chegar ao ápice, o homem de cabelos de fogo gozara segundos depois. Kylo saiu de cima dele. Recuperando as energias se trocou e disse:
- Não ache que isso é alguma coisa. Porque não é.
- Eu sei Ren, eu sei.
Kylo havia ficado pronto primeiro, deixou a sala sem o general e voltou ao trabalho. Hux sentiu uma angústia, estava desapontado. Sabia que dessa vez fora usado como um alívio, por falta de uma opção melhor da parte dele. Refletiu se talvez Kylo não estivesse certo e se aquilo realmente não precisava terminar.
**
Já havia escurecido. Rey não se conteria dessa vez. Em uma das force bonds cogitou em visitar a caverna da ilha que a chamava. Mas foi impedida por Luke que a convidou para jantar com ele. Porém hoje era diferente, não sabia onde o mestre Skywalker estava ou o que fazia. Era a oportunidade perfeita. Chegou na beirada da caverna. O lugar a puxou para dentro. Rey cai numa água fria, nada até a borda guiada pelo impulso de sobrevivência, afinal jamais nadou em sua vida e não teria chegado tão longe para morrer ali. Quando finalmente saiu da água, estava molhada e com frio. Ela andou em direção a enorme parede de gelo, viu o seu reflexo como se fosse um espelho e pediu com todas as forças.
- Me deixe vê-los. Me deixe ver meus pais.
Viu duas sombras vindo em sua direção através do reflexo, essas sombras se juntaram em uma só, uma silhueta familiar se formou ali, mas não reconheceu quem era, depois a sombra se dissipa, mostrando ela mesma. Rey cai de joelhos, abraça o próprio tronco e chora. Não encontrou as respostas que procurava e aquilo a atinge em cheio. Se acalmou e saiu da caverna. Voltando a sua cabana de pedra, acendeu uma fogueira, pegou uma manta e se cobriu. Ela estava desolada, queria alguém para conversar, alguém que pudesse entender sua dor. Então enquanto tentava se aquecer, a visão de Kylo surgiu do outro lado da fogueira. Ele parecia perturbado, mas ela não soube dizer porque. Mal sabia que ele também possuía dúvidas e que estava dividido por causa dela. Rey começou a contar a ele o que passara. Kylo imediatamente se identificou com a ela. Então esse era o principal motivo que se sentia tão atraído por ela, o passado. Ambos possuíam um histórico de abandono extremante parecido, ambos compartilhavam os mesmos sentimentos: rejeição e solidão. A diferença era como cada um lhe dava com isso. Kylo queria fazer algo por ela, seu coração doía ao vê-la daquele jeito. Tentou usar as palavras como meio de conforto.
- Você não está sozinha.
- Nem você.
Rey ansiava por conforto, uma ânsia por tocá-lo a invadiu. Ela ergueu a mão em direção à ele. Nem sabia se aquilo era possível. Estavam a galáxias de distância um do outro, mas tentaria mesmo assim. Kylo tirou uma das luvas, receoso, mas entregue. O que mais desejava era tocar Rey. Então ele ergueu a mão até seus dedos se tocarem. Quando as peles se encontraram, Kylo viu o passado de Rey, viu também fragmentos de um futuro glorioso e feliz ao seu lado. Enquanto ela também vislumbrava Algo similar: ele deixaria de ser Kylo Ren e se tornaria Ben Solo, viu toda a dor e magoa que ele sentia e o que o levara ao lado negro. Foram interrompidos com a chegada inesperada de Luke que ao vê-los, destruiu a cabana e a conexão foi cortada.
Kylo absorvia tudo o que acabara de presenciar, sabia que Rey viria até ele. Então se preparou. Tomou um banho, trocou de roupa, secou os cabelos e se dirigiu ao hangar de desembarque das naves. No caminho encontrou o general, que o parou perguntando:
- Onde vai com tanta pressa Ren?
- Eu tenho uma convidada. – Respondeu Kylo com um sorriso singelo. Ele saiu deixando Hux atônico sem entender muito bem o que ele quis dizer. Kylo chegou no hangar olhando para a imensidão do espaço, sabia que ela viria, ficaria o tempo que fosse necessário esperando por ela. Algumas horas depois, avistou uma pequena cápsula espacial próximo da nave, sentiu a presença de Rey e ordenou que trouxessem-na para dentro.