Conflito.

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A cápsula se abriu revelando a garota. Se encaram por um instante. Rey usava uma roupa diferente, com tons de cinza. Ela se preparava para sair quando Kylo ergueu o braço afim de ajudá-la. Rey aceitou a gentileza e desembarcou segurando o braço dele. Nenhum dos dois queria desvencilhar-se do toque que trocavam, mas era necessário.

- Vamos ter que revista-la. – Informou Kylo. – É o protocolo.

- Eu não tenho nada a esconder. – respondeu ela encarando-o.

Os stormtroopers que os acompanhavam pegaram algo no cinto dela e entregaram a Ren.

- Aqui senhor, encontramos isso.

- Somente isso? – Perguntou se dirigindo a Rey –

- Eu disse que não tenho nada a esconder Ben.

Kylo observava o sabre de luz desativado que segurava. Tinha consciência de que era seu por direito, e que por mais que odiassem admitir, ela foi tão merecedora ou até mais de poder usá-lo. Ele estremeceu ao ouvi-la dizer seu nome de batismo. Aquele nome tinha um peso enorme para Ren, porém quando as palavras sairam da boca dela, não houve tristeza em seu coração. Levou as algemas até Rey e prendeu suas mãos. De certo modo lhe dava prazer vê-la daquele jeito, provavelmente era seu instinto dominador falando mais alto. Colocou uma de suas mãos nas costas da garota e a guiou até o elevador. Finalizou dizendo :

- Por aqui senhorita Rey.

O clima era tenso dentro daquelas paredes, mas Rey se aproximou de Kylo, dizendo num sussurro que ele não se curvaria a Snoke. Ela o olhou de cima a baixo, como se desejasse algo mais.

- Eu posso ajudá-lo.

Kylo retribuía o olhar. Disse a ela que também viu algo quando tocaram as mãos, que ela ficaria com ele no final de tudo. Rey não entendia muito bem o que aquilo significava. O que ele vira? Se ele achava que ela se curvaria ao lado negro, estava enganado. Quando o momento chegasse, ela tinha certeza que ele seria a pessoa que voltaria para a luz.

As portas se abriram. Eles entraram na sala vermelha. Snoke estava sentado em seu Trono, trajando roupas douradas. Seu rosto era deformado, mas não se sabia ao certo o motivo. A guarda pretoriana que ficava a sua volta, uma espécie de guarda costas particular do supremo líder. Kylo se curvou ao seu mestre, enquanto ele fazia seu discurso. Rey tentava discutir com Snoke, tentava resistir. Kylo sabia que era inútil, mas Ela não desistiria, até que Snoke se cansou de brincar. Se a informação não seria tirada por bem, seria tirada por mal. O supremo líder a suspendeu no ar e a torturou na frente de Ren, tirando as informações da mente dela à força. Rey gritava e Kylo sentiu sua agonia. Ren Tentava se conter ao máximo, para que seu mestre não percebesse seus próprios sentimentos, pois ao vê-la ali sofrendo, teve convicção que ela era algo pra ele. Pela primeira vez em muito tempo, alguém se tornara especial na vida de Kylo ren. Snoke a derruba no chão com um baque e instiga Kylo a matá-la para finalizar seu treinamento, mas ele não deseja fazer isso. Rey tenta se levantar do chão, mas Snoke a prende deixando-a de joelhos na frente de Ren, ela olha em seus olhos e o chama seu nome: - Ben!
Snoke ri de Rey e diz: - Eu vejo todas as intenções dele menina tola. Eu não posso ser vencido ou derrotado.

Kylo a encara de volta e reponde :

- Eu sei o que tenho que fazer!

Ele ergue o seu sabre na frente dela, Rey com receio de que o golfe final fosse dado, um barulho de sabre de Luz é ouvido ao longe, mas não é o de Kylo. O sabre em questão é o que Rey trouxera e Snoke havia pegado e posto no braço de seu trono. Agora a luz azul atravessava o corpo do líder supremo, cortando-o ao meio. A guarda pretoriana se aproxima, Kylo ativa o sabe e uma luta é travada ali. A Jedi e o cavaleiro lutam lado a lado. A guarda é forte, eficiente, mas eles são melhores. Passam por um pouco de dificuldade, mas triunfam no final. Depois do último golpe, um par de olhos esmeraldas se encontram com um par de olhos negros. Kylo sente uma vontade de alcançar os lábios de Rey, e assim ele o faz. Vai de encontro a ela tão rápido, que a Jedi não tem tempo para reação. Suas bocas se encontram pela primeira vez, em meio ao caos de cadáveres e morte que os cercam. Naquela sala vermelha estavam só eles agora. Mas o beijo é singelo, se trata apenas dos lábios se tocando de modo simplista.

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