Capítulo 3

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Na verdade a Fanny é uma cadela.

Eu já tenho a Fanny há muito tempo, mas lembro-me como se fosse ontem.

Foi há cinco anos no meu aniversário.

Eu já há muito tempo que queria um cão e então a minha mãe me levou à loja de animais para eu escolher o cão que eu quisesse.

Havia cães de todos os tamanhos e de todas as raças, mas ouve uma cadelinha que me chamou a atenção.

– Mãe, eu quero aquela. – disse à minha mãe apontando para a jaula onde estava uma cadelinha sozinha.

Então a minha mãe falou com o dono da loja e disse-lhe qual era o cão que eu queria.

Então o homem disse há minha mãe quanto a cadelinha custava e então ela pagou-lhe e depois assinou alguns papeis.

Depois de ela assinar tudo o homem entregou-me a cadelinha e eu resolvi chama-la de Fanny não sei por que, mas sempre achei um nome bonito.

Então desde esse dia que a Fanny anda comigo para todo lado apesar de haver algumas exceções.

Eu e a Fanny já éramos muito próximas e quando descobri que ela falava só nos aproximamo-nos mais.

Eu quando era pequena acreditava em contos de fadas e que a magia existia, mas à medida que eu fui crescendo deixei de acreditar nessas coisas, mas graças à Fanny descobri que na verdade hesitem muitas coisas neste mundo que nós não sabemos.

Para além de mim mais ninguém sabe que a Fanny fala e que tem poderes mágicos.
Nem ao João contei, na verdade eu arrenjei a Fanny no tempo em que fiquei sem ver o João.

Quando o João voltou eu pensei em contar-lhe, mas sempre que lhe ia a contar alguém nos interrompi-a ou acontecia alguma coisa por isso desisti de lhe tentar contar.

Eu desperto dos meus pensamentos com telemóvel a tocar.

Eu pego o telemóvel e vejo que quem está a ligar-me é o Mateus, mas eu não quero falar com ele agora por isso a pousei o telemóvel na cama ao meu lado e deixei tocar.

– Não vais atender? – perguntou-me a Fanny.

– Não me apetece. – respondi-lhe.

– Fanny. – chamou-a a minha irmã do fundo das escadas.

– Têm a certeza que está tudo bem? – perguntou-me a Fanny.

– Sim, vai lá antes que ela suba. – disse-lhe enquando eu abraçava a almofada decorativa em forma de morango que eu adoro.

– Está bem, mas lembra-te se quiseres falar estarei aqui para te ouvir. – disse-me a Fanny e depois começou a andar em direção à porta do meu quarto.

– Fanny. – chamei-a.

Então ela parou de caminhar e olhou para mim.

– Obrigado. – agradeci-lhe com um sorriso verdadeiro.

Então a Fanny saiu do meu quarto sem dizer uma palavra e eu apousei a almofada em cima da cama e levantei-me.

Peguei no meu lepto que estava em cima da secretária e sentei-me na cama encostada à parede.

– "Eu revolvi criar este blog, porque preciso de conselhos." – comecei a escrever.

Desconhecido: Conselhos sobre o quê?

– "Bem, eu perdi a virgindade com o meu melhor amigo enquanto estávamos bêbados." – expliquei.

Desconhecido: É só isso?

Desconhecido: Pensei que fosse algo mais emocionante.

– "Na verdade, eu tenho namorado, mas eu vi ele aos beijos com outra rapariga e então eu fui para a casa do meu amigo e nós revolvemos beber, mas acabamos por beber de mais." – continuei a explicar.

Desconhecido: Que drama.

Desconhecido: E o teu namorado já falas-te com ele?

– "Não, não tenho coragem e se ele me confirmar o que eu já sei? Eu não tenho coragem para acabar com ele." – continue a escrever.

Desconhecido: Já pensaste que se calhar tu sentes alguma coisa por esse teu amigo e a bebida só te ajudou a fazer aquilo que tinhas vontade?

– "Não, nós nos conhecemos desde pequenos e eu nunca senti nada por ele sem ser um grande carinho, para além disso ele têm namorada e ela é minha amiga. Eu agora não sei o que fazer quando o voltar a ver." – escrevi.

Desconhecido: Age naturalmente.

Desconhecido: Eu acho que tu devias falar com ele para esclarecer as coisas.

– Joana anda jantar. – chamou-me a minha mãe do fundo das escadas.

Então eu desliguei o computador, sai do meu quarto, desci as escadas e fui em direção à cozinha.

Quando passo pela sala vejo a minha irmã no chão a brincar com a Fanny, mas nem dou muito importância e continuo o meu caminho até à cozinha.

Depois do jantar eu fiquei um pouco a ver televisão e depois fui para o meu quarto.

Fartei-me de dar voltas na cama até que finalmente adormeci.

No dia seguinte passei o dia todo na cama e como a minha mãe tinha ido trabalhar e a minha irmã tinha uma festa de anos de uma amiga não teria de me levantar e fingir que estava tudo bem enquanto não estava.

No Domingo estava um dia bonito e por isso decidi levantar-me, vesti-me e ir dar uma volta com a Fanny.

– Joana. – chamou-me o João quando me viu.

Então eu olhei para ele e ele começou a caminhar na minha direção, mas antes que ele me alcançasse eu comecei a acelerar o passo, porque ainda não me sentia preparada para falar com ele.

Como o João estava do outro lado da rua ele não me conseguiu alcançar.

Eu só parei para recuperar o fôlego quando achei que estava suficientemente longe do João.

– Porque é que não esperas-te pelo João? Ele estava a chamar-me. – perguntou-me a Fanny olhando-me sem entender nada.

A sério? Eu não reparei. – respondi-lhe esperando que a Fanny acredita-se.

Então eu e a Fanny fomos andando para casa por um caminho mais longo, porque eu não queria correr o risco de encontrar-me com o João.

Durante todo o caminho para casa a Fanny não me perguntou mais nada não sei se foi por ter acreditado no que eu lhe disse ou por não saber mais o que perguntar, porque sabia que apesar do meu corpo estar ali a andar com ela a minha mente estava a viajar por lugar muito distante.

– Eu sei que alguma coisa se passa com a Joana, mas ela não quer falar por isso eu vou ser paciente e esperar que ela me conte. - pensou a Fanny.

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