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Já era quase de manhã quando Lay decidiu que era hora de me entregar em sua Dodge Tomahawk que o dava um ar extremamente badboy e poderoso. Isso combinava extremamente com sua aparência. Nós decidimos que ele me levaria até a esquina, mesmo que ele não entendesse muito bem porque eu não queria que ele me levasse até o meu quarto. Presumi que ele achava que eu estava me fazendo de difícil ou querendo manter um segredo para deixar o relacionamento ainda mais excitante. Em partes, não estaria errado, mas também existe o fato de que agora eu era (apenas no papel) casado. Me ajudou a descer de sua moto e retirou o capacete da minha cabeça, sorrindo quando meu rosto foi revelado sob a luz do sol subindo preguiçosamente. Segurou minha mão, quase que a envolvendo completamente.

— Você está gelado a todo momento... – Falei, me queixando num tom brincalhão.

— É um pouco irônico, na verdade. – Se aproximou mais de mim, usando sua mão que não apertava a minha para me puxar mais pra perto pela cintura, colando os corpos e deixando sua boca rente a minha orelha. — Tocar você me deixa quente por dentro.

Ah, como eu arrepiei. Tanto que era como se meus pelos fossem pular para fora. Mesmo as palavras de Lay me deixavam levemente excitado. Até que ter vindo a Madrid não era tão ruim assim, o chinês tornava isso maravilhoso, e eu não ia negar que queria continuar trocando carícias com um desconhecido gostosão. O abracei, apoiando meu queixo em seu ombro.

— Eu vou ter oportunidade para te ver novamente? – Sussurrei, quase duvidando de que ele havia escutado. Pela forma como ele me forçou mais forte contra si (admito, seu volume apertado na calça encostando em mim estava me matando), garanti que havia sim ouvido, apesar de ter demorado um pouco para responder. A esse ponto, eu queria curtir cada segundo com ele. Era como se tivéssemos uma ligação extremamente forte e nem ao menos nos conhecíamos direito. Uma sensação tão boa que eu não ia jogar fora apenas para ser racional.

— Eu adoraria. Acho até mesmo que eu poderia acabar me tornando dependente da sua fragrância. Quero sentir seu doce pólen se alastrar mais uma vez em mim como agora. – Falou-me, com emoção. — Quem sabe sob mim.

Como sempre, suas palavras eram românticas e ao mesmo tempo atrevidas. Não forçadas, claramente Lay era alguém que deixava se levar bastante pelos sentimentos e sabia expressá-los de forma que eu nunca tinha visto antes, tanto verbalmente como fisicamente. Ele sabia como me derreter completamente e quase me deixar submisso.

— Você precisa mesmo sair dos meus braços?

— Sim... – Retruquei, voltando a ser racional. Yifan deveria estar arrancando cada fio do seu cabelo agora, isso se não tivesse chamado a polícia. Nem me dignei a olhar meu celular para ver se tinha alguma ligação ou mensagem dele, o que com toda certeza ele havia mandado. Infelizmente, me soltei de Lay, fazendo um último carinho nos seus cabelos tão escuros quanto os olhos penetrantes. Ele, de forma relutante, soltou minha cintura, ainda agarrando minha mão como se eu fosse desaparecer se a soltasse.

— Nós precisamos nos reencontrar. Por favor, eu quero te ver novamente.

— Eu também quero, Lay. – Falei, com o tom mais sensual que eu poderia oferecer. Ele pareceu pensar um pouco, seus olhos correndo pelo grande prédio do resort.

— Posso te esperar na floricultura pela tarde?

— Estarei lá. – Retruquei. Nem conseguia pensar direito em como Yifan me deixaria em paz, apenas queria loucamente sair com o homem e sentir seus lábios mais uma vez. — Tchau.

— Te vejo mais em breve do que imagina.

Sorri, gesto que ele retribuiu de forma calorosa. Corri para o resort sem olhar para trás, com medo de que meu coração ordenasse que os pés dessem meia volta.
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flor de madrid  [ sulay ]Onde histórias criam vida. Descubra agora