VIDA

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OLÁ! MEU NOME É SOPHIE. SOPHIE BALZAC. Eu nasci em uma nublada manhã de maio em São Paulo, no Brasil, 27 anos atrás. Faço parte da massa de pessoas que move o mundo. Sim, aquela massa mediana que trabalha, paga contas, movimenta a economia e, apesar de não chegar ao topo, também não está no fundo da camada social. Embora eu seja uma pessoa comum, minha vida não é nada comum.

Vida! Ah... a vida! Ela é engraçada. Aliás, não sei bem se engraçada seria um termo correto. Para ser sincera, a vida é irônica. É uma estrada sem sinalização, sem retorno e cheia de buracos e curvas perigosas. E é isso que vim fazer aqui: contar um pouco da minha breve história para que você possa entender os caminhos que eu decidi trilhar.

Não sou brasileira. Não digo isso por negar a terra onde nasci, longe disso, mas entendo que para você ser alguma coisa, você precisa viver aquilo e eu nunca morei no Brasil. Eu sou fruto de uma paixão fulminante que meu pai, um comerciante francês à época com 40 anos, teve pela minha mãe em uma semana que passou a trabalho em São Paulo. Os dois chegaram a trocar alianças em Paris uma semana depois que nasci, mas, infelizmente, o casamento não durou. Cinco anos depois eles se divorciaram. Acredito que foi nesse ponto que começou minha saga.

Após o divórcio, minha mãe nunca mais foi feliz. E eu também não. Aliás, hoje com mais maturidade, eu me dei conta de que o preço a se pagar pela felicidade é muito alto e, ainda assim, na estrada da vida, os momentos felizes não ultrapassam os tristes. Estamos constantemente em uma montanha russa, em que depois da ascensão, sempre há uma queda brusca.

Já percebeu como a vida é feita de escolhas? Para cada escolha são necessárias mil renúncias. Se você quer ser magra, então abra mão daquele doce maravilhoso ou de horinhas na cama e vá malhar; se você quer viajar, terá que liberar o dinheiro; se você quer estudar, desista das horas de lazer; se você quer lazer, não terá tempo para estudar; se você quer poder, esteja preparado para pressão. Sempre são dois pesos e uma moeda. A grande questão é: qual preço você está disposto a pagar? No meu caso, já não quero pagar mais preço nenhum.

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