01 - Mônica

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Desde que eu me entendo por gente sempre estive sonhando com o Ensino Médio, mas ele está acabado.

Falta menos de um mês para nos formarmos. Dá para acreditar? E aí será "Olá, faculdade", "Olá, festas", "Olá, caras gatos" e "Eu odeio esse lugar!".

Digamos que isso me deixa em êxtase, eu sempre tive uma relação de amor e ódio com a escola.

— Acorda pra vida, Mônica! — Tomás Bragança estala os dedos tentando chamar minha atenção.

Tomás é o irmão mais velho de Eduardo Bragança, ele repetiu o último ano e é adotado, assim como o irmão. Isso é básico sobre ele, qualquer um sabe, mas a verdade é que para mim ele é muito mais que isso. Tipo a minha pessoa favorita e o meu melhor amigo.

— Para com isso, garoto. — Mando e ele revira os olhos.

Típico.

— Deixa de ser mandona — ele resmunga. — Você não faz ideia do que eu tava falando, né?

— Não — respondo por fim, ignorando o primeiro comentário.

Eu já mandei ele parar de me chamar assim, mas afinal é verdade.

— Festa, na minha casa.

— Tia Julieta e tia Amanda vão viajar de novo? — Pergunto me referindo à suas mães.

Tomás assente, esperando a minha resposta.

— Eu apareço lá.

— Anda, vamos pra aula.

— Não — prolongo o "ão". — Qual é, nós não podemos faltar só hoje?

Tomás ri de mim, ele faz muito isso. Principalmente em suas festas, quando eu fico bêbada e começo a dançar como uma louca, ou a tirar a roupa no meio de todos, ou fazer propostas indecentes para o mesmo.

— Você disse isso segunda. — Meu amigo põe um fim na conversa, ele praticamente me arrasta até a sala de aula.

Nós temos todas as aulas juntos, e, Graças a Deus, ele sempre me cobre quando eu preciso. E eu sempre o cubro também, é claro. A gente sempre precisa um do outro.

❁❁❁

A festa começava às 23 horas, eu já havia falado para o meu pai que dormiria na casa dos Bragança.

Agora tudo o que me resta é me arrumar e esperar o meu motorista particular chegar. E com isso eu quero dizer, esperar Tomás vir me buscar.

Finalmente resolvo vestir um vestido preto e fazer uma trança no cabelo. Eu estava básica, porém bonita.

Para falar a verdade eu sempre adorei o básico, é tão mais simples. O mais "não básico" que já fiz em toda a minha vida foi cortar os cabelos nos ombros e pintar as pontas de rosa.

Eu permaneço no meu quarto, esperando Tomás chegar, devo esperar só por uns 10 minutos e alguém bate na porta.

— Entra — digo enquanto me olho uma última vez no espelho.

— Tomás chegou, ele te esperando lá embaixo. — Minha irmã mais nova, Sabrina, avisa.

Assinto em resposta. Antes que eu sequer perceba, Sabrina já está fora do meu quarto, indo em direção ao seu.

— Ei! — A chamo. — Você devia ir...

— Eu em uma festa de Tomás Bragança? — Ela pergunta e logo solta uma risada, como se fosse algo cômico. — Não, obrigada. Eu tô fora de adolescentes bêbados, se pegando nos cantos.

Exagerados (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora