Capítulo 5: A primeira sentença.

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Karsal ficou na porta da sala do rei durante três dias inteiros, sem comer e nem beber, estava pensando sobre tudo o que aconteceu desde que chegou à terra. E tudo o que ele não imaginava estava acontecendo, e estava triste com todos os acontecimentos. Pensou sobre Job, que havia sumido, não voltou nem pra saber como ele estava, e isso deixou karsal furioso, mas logo lembrou que Job é só um garotinho, mas e Siro que deixou toda a culpa cair sobre seus ombros, mas ele estava bêbado, até o momento Karsal ponderava, mas o ódio era algo que crescia no seu sangue, como se fosse algo natural.

Após três dias Karsal foi liberado do seu castigo real, e poderia sair do seu posto sendo substituído por um guarda real. Aproveitou que pode sair do seu posto e foi descansar um pouco, então pediu a sir Major que o levasse até um aposento onde ele pudesse dormir. Sir Major o deixou dormir em sua casa, já que era uma casa feita para alguém da sua estatura.

Era uma casa bem alta, pra alguém da estatura de sir Major, sua paredes eram bem rústicas, sem nenhum enfeite ou pedras caras, e o chão era de terra batida, enquanto Karsal entrava na casa, ficavam no chão as suas pegadas e sua cama que ficava bem a vista, assim que se entrava na casa era possível vê-la, era um pano velho por cima de fenos, e no mesmo cômodo que ficava a sua cama tinha um fogão à lenha e alguns grãos e Legumes em sacos grandes, era uma casa com um aspecto bem pobre, sir Major precisava dela bem pouco já que passava boa parte do seu tempo com o rei. Logo assim que Karsal se deitou, adormeceu bem rápido.

Enquanto Karsal dormia, sir Major aproveitou para apurar a história, então conversou com Siro e tentou conversar com Job, mas ele nunca achava Job, o garoto não parava em lugar nenhum, ele tinha uma energia muito grande, então sempre que sir Major chegava onde ele poderia estar ele já não estava mais, todo esse tempo ele ainda fazia compras, mas ninguém sabia o que ele comprava e nem pra que servia. Então ele resolveu ir falar com Siro, assim saberia melhor o que aconteceu, sabia onde encontrá-lo.

Sir Major foi diretamente até a taverna, onde Siro adorava ir, dentre todas as tavernas da cidade de Dorman, ele sempre ia a mesma taverna, que no centro da cidade de Dorman, desde que ele chegou a essa cidade criou esse habito, pois sabia que os seguidores dele estavam sempre a espera do matador de dragões, eram nada mais que amigos de copo. Quando sir Major chegou a taverna, Siro estava mais uma vez contando suas histórias em forma de canção, claro que em seu repertório jamais poderia faltar a morte do dragão, era lei uma canção improvisada sobre o fato para engrandecê-lo, embora Siro fosse um artista, pessoas que sempre tinham algum problema emocional, Siro era muito auto confiante, e cheio de si, então estava sempre com seu queixo erguido e peitos pra frente, agia com um nobre, mesmo sobre efeito da embriaguez, o que era de costume em épocas comemorativas. Mas sem demoras sir Major chegou em Siro sem sutileza alguma e o arrancou do meio de todos os beberrões que estavam em volta de Siro, e eram muitos, é claro que eles não gostaram nada da atitude de sir Major.

_Diga-me o que quer comigo, para me arrancar do meio do meu publico! _ exclamou Siro, levantando os ombros e erguendo o seu queixo, com os olhos bem apertados.

_Quero que me diga o que aconteceu naquela loja! Você tentou roubar o anel que Karsal deu ao menino? _ Sir Major estava um tanto alterado, ainda mais porque uma multidão eufórica queria que Siro voltasse a cantar. Além do mais Siro não ajudava muito, fazia uma cara de desdém para o que sir Major queria apurar.

_Sir Major sei que você é um homem inteligente, e sei também que conhece muitas coisas nessa vida, é possível ver pela sua cara de experiente, então sabe muito bem que um artista e um ladrão são coisas totalmente diferentes. Eu sou um artista e não um ladrão. Você suspeita de mim, porque eu sou do povo, mas eu faço parte do mesmo mundo que você, agora me diga uma coisa, prefere confiar em um homem gigante de asas?

Quando Siro Falou essas palavras, deixou na mente de sir Major a duvida, foi o suficiente para deixar de lado a investigação que mal começou, mas ele sabia que havia algo de errado com o caráter de Siro, apenas não podia provar no momento, claro que ele imaginou também que Siro poderia ter razão quanto a Karsal, alias ninguém sabia de onde veio ele, talvez o único que soubesse, fosse o feiticeiro que o invocou.

Enquanto Karsal dormia, sonhava que seu criador lhe arrancava um par de asas, enquanto lhe dava um sermão pelos seus feitos na terra, parecia que todo o céu estava diante de Karsal, como uma nuvem gigante com olhos, boca e nariz, uma face humana em meio as nuvens de tamanho colossal, e Karsal batendo asas parado apenas ouvindo, o que a nuvem falava, com uma voz pesada, com um ódio intenso, que soltava até trovoadas com raios, e a voz dizia tudo o que Karsal fez até agora.

_Eu não lhe enviei a terra para causar escândalo! Você é um guerreiro. Aja como um, não foi a terra para fazer amizade, e nem para proteger um macaquinho, e causar escândalo a meu nome, não desgrace mais o meu nome, agora você terá que pagar por seus erros, e se moldará ao guerreiro que eu enviei a terra.

E o sonho continuou feroz, A nuvem Se aproximava de Karsal, e criava braços e pernas que alcançavam o chão da terra, era uma coisa fora do normal, que nem mesmo em sonhos gostaríamos de ver, e as mãos que se criaram, arrancaram um par de asas de Karsal lhe causando muita dor, e os raios lhe davam uma descarga por todo o corpo, e o trovão ensurdecedor, machucava seus ouvidos, e ele sangrava tanto que descia até a terra, então a nuvem o agarrou pelo corpo e o jogou de volta na terra, e o ordenou que não errasse mais. Nesse exato momento Karsal acordou com um susto enorme, a mesma reação de quem sonha que esta caindo e treme todo o corpo. Karsal abril seus olhos ao mesmo tempo que saia da sua boca um som ensurdecedor de um grito de dor, que parecia uma alcatéia de lobos uivando pra lua a perda um lobo do bando. Ele estava sentindo uma dor que vinha de sua costa, e notou que a cama estava toda ensangüenta, com o sangue ainda fresco, e seu corpo estava abatido. Ele chorava e gritava, de uma forma que todos a um raio de cem metros poderia ouvir sua voz com um tom de ódio, e desprezo por ele mesmo. Sir Major que estava conversando com Siro sobre o acontecido ainda. Ouviu o grito de Karsal, e Siro também, assim como o rei, Job e muitos moradores da cidade. Sir Major correu rapidamente para sua casa, e Siro o acompanhou para saber o que estava acontecendo, pois o grito era assustador, só poderia ser algo muito ruim, Job estava ainda olhando várias coisas que existia em Dorman, coisas que ele nunca havia visto antes, e enquanto ele comprava ouviu o grito de Karsal, como a voz estava um tanto alterada ele não reconheceu a voz do anjo, mas sentiu uma tristeza tão forte vinda daquela voz que preferiu ficar longe dela, como se estivesse oprimido pela tristeza, ainda mais Job sendo um rapaz tão alegre.

Passaram-se alguns dias depois da perda das asas de Karsal, ficando com dois pares que lhe sobrou. Como o povo de Dorman já tinha se acostumado com a visão de um anjo, isso fez com que Karsal pudesse andar livremente com suas asas amostra, mas era possível ver a tristeza dele ao andar pelas ruas, em companhia de Job ou sir Major, ou na escolta do rei junto de Siro, ele ficou abatido por um longo tempo, e em cada batalha que entrava, parecia ter mais força, com base em uma dor que sentiu.

Mensageiros da guerraWhere stories live. Discover now