Capítulo 2 - O Homem de Outra

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A semana estava se arrastando, lenta e dolorosamente, enquanto minha ansiedade me consumia de dentro para fora. Já tinha visto Enrico, ele era primo de uma das paixões recorrentes de Carmem, e como toda prima, amigo, colega, tia e mulher no geral, eu aceitei sair com ele por indicação. Estava começando a acionar a função mágica do meu dedo.

Minha mãe não percebeu nada, como era de se esperar para Carmen, e eu passei a cada segundo consumindo em expectativa e medo.

Então sexta chegou e logo eu estava pronta com uma mochila, esperando Carmem vir me buscar enquanto minha mãe tinha ido trabalhar, como ótima faxineira, tinha arranjado mais uma casa para trabalhar naquela tarde, então o caminho estava livre e eu estava quase desistindo de tudo.

Era errado, ruim e extremamente excitante o que estava preste a fazer.

Ia fugir, e como Carmem dizia “dar um jeito” na minha virgindade, por Deus, eu estava em estado de choque.

Já na casa dela, estávamos somente nós duas. Seus pais eram empregados em uma casa de classe media alto, e a deixavam praticamente o tempo todo sozinha.

- Bem trouxe tudo? Porque vamos começar uma nova vida prima... Vai ser uma vida de muita aventura e emoção... Ai já consigo ver tudo...

- Tá, para de sonhar um pouco e me diz de novo como vamos fazer? - estava nervosa, tinha muita coisa em jogo e uma delas era a mim e meu sonho de se tornar uma dançarina profissional.

- Lana, se acalme, bom vamos encontrar Pedro no cinema, ele vai nos levar até a casa de Enrico na divisa do Arizona e depois ele nos levará para Los Angeles, nossa terra prometida... – ela falava o final da frase cantando. Parecia perfeito pra ela, mas pra mim... Não muito.

- Hum...

Foi tudo o que disse. Até a chegada de Pedro. Parecia que tinha uma lagarta quente se arrastando por minha pele, de tanta agonia que sentia. Era como se tivesse indo pra forca.

Pra entender, não era uma coisa horrível sair com Enrico, só que ele era tipo, muito acima das minhas expectativas, era muita areia para meu pequeno caminhãozinho. E não sabia se uma viagenzinha seria suficiente para ele.

Ainda mais a volta que ele queria dar. Tinha medo de ele, sei lá, estragar uma alguma coisa em mim. Carmem vivia falando do “bem dotado” do primo dele, Pedro. Será que era coisa de família? Se fosse, será que caberia dentro de mim? Ai e se eu não conseguisse andar?

Carmem me deu um tapa quando falei isso para ela, parecia que eu estava falando bobagens. Bem para ela eram.

- Lana, se ele for grande, como é Pedro, o que eu acho que é, você vai é ter sorte, ainda mais que a sua primeira vez vai ser com ele, sabe quantas meninas queriam sair com ele?

Enquanto minha prima tentava me acalmar da crise pré-perda de virgindade, Pedro chegou com a sua Picape antiga amarela, toda enferrujada. Jogamos nossas mochilas na caçamba e sentamos ao lado dele.

Minha indiscreta prima não fez cerimônia ao subir em cima dele, e lhe dar um pouco de atenção, tudo o que enxerguei com o canto do olho era um vai e vem de mãos e beijos molhados. Oláaaa, eu ainda estava dentro do carro!

- Hum, hum, hum... – pigarreei.

- Ah, Oi Lana. Enrico esta ansioso para te ver. – ele voltou a olhar para Carmem – Teremos a casa somente pra nós.

Claro que nem consegui mais olhar para eles, só pensava na frase “Teremos a casa somente para nós”.

A viagem foi longa, provavelmente ficamos no carro por mais ou menos 12h. Eu já estava enjoada da sessão erótica deles ao meu lado. Não via a hora de chegar à casa de Enrico, claro que não pelos mesmos motivos que minha prima.

Eu, e Meu Dedo PodreOnde histórias criam vida. Descubra agora