·Chapter Three-Philip·

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"-Em quem você acha que eles vão acreditar?"

*Antes do cruzeiro*

-Garoto, acorda!

Ele abriu os olhos que na mesma hora arderam por causa da forte luz que vinha da janela de seu quarto.

Ele levantou e foi tomar banho.

-Odeio esse lugar...

Ele dizia todos os dias. Esse "lugar", era o orfanato da cidade. Ele mora lá desde os 5 anos de idade, nunca conheceu o pai e sua mãe morreu durante o parto. Após isso ele foi morar com uma tia, porém ela o abandonou ao descobrir que seu pai era um traficante.

A diretora do orfanato, Sra. Keil, o tratava de forma diferente. Ela gostava dele, o tinha como um filho de verdade.

Ele saiu do quarto e desceu ao refeitório, onde havia mais adolescentes, incluindo Bryan. Os dois nunca se deram bem, e de uns dias pra cá, Philip sentia que ele estava preparando algo.

-Olha só, o rato saiu do quarto.

Bryan disse isso e riu junto de seus colegas.

-Vai se ferrar.

Philip passou por ele e pôde ver o olhar maligno sobre ele.

-Phil!

Aí vem ela, a única pessoa que o fazia bem. Tiff, uma pequena garota que sofria de câncer. Os dois se davam bem, e ela vinha melhorando muito.

-Oi pequena, como vai?

Ele sentou na mesa, do lado dela.

-Muito bem. Hoje a enfermeira tirou o tubo do meu nariz.

Ele não pôde deixar de sorrir. Se sentia feliz por ela.

-Que bom. Então daqui uns dias você vai poder dar uma volta comigo...

-Bom dia!

Sra. Keil entra no refeitório com uma grande panela. Os dois param de conversar e olham para ela.

-Espero que estejam todos aqui, quem não estiver não vai comer, nem agora, nem no almoco!

Ela era bem rígida, mas nunca deixaria qualquer um deles com fome. Ela passava pelas mesas colocando para cada um, uma colher de sopa e um pão.

Philip não considerava ela uma mãe, mas se sentia bem sabendo que ela estaria lá quando ele precisasse.

-Aqui, Phil.

Ela deixou para ele uma maçã, e por um momento ele sentiu que Bryan o estava observado com aquela expressão raivosa de sempre.

-Obrigado.

Ela apenas sorriu e continuou.

Após comer, ele foi até o pátio. Lá era grande, mas muito sujo, ele não se importava, se sentia bem ali.

-Um lugar perfeito para um rato como você.

Ele se virou e viu Bryan e seus amigos se aproximando.

-O que você quer?

Bryan não disse nada, apenas avançou com seus amigos e começou a bater em Philip, que conseguiu segurar o braço de um dos amigos de Bryan e envolver seu braço forte em volta de seu pescoço.

-Que merda é essa?

Ele apenas os via rindo.

-Logo vai saber, rato.

Ele ouve alguém se aproximando por trás, mas antes que possa se mexer algo o acerta e ele desmaia.

[...]

-Não! Me solta! Phil!

Ele abriu os olhos com dificuldade, sua visão estava embaçada e sua cabeça doendo. Podia ver três pessoas, pareciam brigar. Sons agudo invadiam seus ouvidos fazendo sua cabeça doer ainda mais.

-...

Os barulhos pararam, e novamente ele tentou enxergar o que estava na sua frente, havia uma menina no chão, e agora um só garoto, vindo na sua direção e colocando algo na sua mão, um plástico talvez.

Ele desmaia de novo.

[...]

Philip acorda com o barulho de um grito. Ele abre os olhos e vê duas meninas do orfanato olhando para ele e em seguida para algo no chão.

Ele olha para o chão e vê uma menina, Tiff, no chão com um plástico amarrado no rosto.

As meninas viram ele acordando e correram. Ele levantou com dificuldade e foi andando até o corpo.

-TIFF!

Ele tirou o plástico do rosto dela, ela estava pálida e gelada...estava morta.

Ele não sabia o que fazer. Mas sabia quem procurar.
Ele levantou e correu até o refeitório, olhou em volta e achou quem procurava.

-Bryan! O que você fez com ela?!

Bryan se levantou e o olhou com seriedade.

-Eu? Eu não fiz nada, quem estava lá com o plástico na mão era você.

Philip sentiu um ódio que nunca sentiu antes.

-Você a matou seu desgraçado!

Bryan riu, mas logo pôde sentir o soco de Philip em seu rosto, fazendo sua boca sangrar.

-Em quem você acha que eles vão acreditar?

Ele ria enquanto dizia. Philip não sabia mais de nada, se sentia vazio.

-Ali está ele! Polícia!

Philip se virou e viu Sra. Keil com três policiais. Ela chorava.

-Parado!

Ele olhou para Bryan e novamente bateu em seu rosto, dessa vez fazendo-o cuspir um dente.

Ele se virou, olhou para Sra.Keil.

-Eu não fiz nada.

Os policias iam andando devagar até ele, então ele corre e sai do orfanato. Ele não sabia para onde ir, só tinha que fugir.

Durante muito tempo ele andou pelas ruas escuras e chuvosas, ouvindo os sons das sirenes de polícia.

Uma forte luz chamou sua atenção, ele se aproximou e viu o grande navio. Whaterhorse. Havia uma multidão de pessoas lá, ele correu e se misturou com as pessoas que estavam lá, esbarrando por acidente em um garoto.

-Desculpa.

Ele continuou e sem que ninguém percebesse, entrou no navio.

Foi aí que tudo começou...

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