- Você ouviu?
Philip olhou para Matthew que parou ao ouvir um barulho vindo das paredes. O corredor que eles estavam não tinha portas, era apenas um corredor longo que faziam dobras. Eles apenas estavam andando, sem saber onde aquele corredor iria dar.
- Acho melhor voltarmos.
Matthew já estava ficando mais agitado conforme os barulhos aumentavam e se aproximavam. Parecia que eles estavam indo em direção ao barulho, ou o contrário.
A próxima dobra estava bem na frente deles. Philip se aproximou da parede e inclinou a cabeça pro lado pra poder observar o que havia ali.
- Nada.
Eles continuaram passando por portas que davam em cômodos vazios, até que Philip abriu uma porta que deu numa escada. Provavelmente vai dar onde o capitão está, pensou ele.
- Vamos continuar por aqui. Preste bastante atenção.
Matthew concordou com a cabeça e seguiu Philip pela escada. A escada seguia para cima, era bem estreita, o que preocupou Philip. Eles subiam devagar, o mínimo barulho ali poderia matar os dois.
- Será que os outros já...
- Shiiii.
Philip insistia no silêncio, era o mais racional a se fazer numa hora dessas, e Matthew sabia. Continuaram até chegar no andar de cima, onde haviam duas cabines.
- Vá pra a outra ponta que eu vou ver a dessa.
Matthew foi até lá em passos rápidos enquanto Philip abria a porta da cabine mais próxima da escada por onde subiram. Ele contou mentalmente até três e abriu a porta. O cheiro do local fez seus olhos arderem e ele foi obrigado a fechar. Ele olhou para Matthew e viu que ele ainda estava indo para a cabine. Ele se virou, contou até três de novo e abriu a porta. Dessa vez ele observou o que havia ali, um corpo. O mal cheiro provavelmente vinha de uma poça com um líquido preto que saía do corpo. Ele olhou com cuidado o corpo e o achou familiar.
- O capitão. Mas aqui não é a cabine dele, então...
Ele se virou e viu Matthew parado na porta olhando para ele. Sua blusa estava preta e ele estava tremendo.
- Matthew!
Philip correu até ele e parou um pouco longe.
- Preciso que me diga o que aconteceu.
Ele tentava ver dentro da cabine, procurava um monstro, mas não conseguiu ver nada.
- Eu abri a porta e vi que era a cabine do capitão. Então quando fui ver o que tinha dentro eu escorreguei em alguma coisa e caí numa poça com um líquido preto.
Philip não sabia o que fazer então se afastou mais.
- Tire a blusa.
- O quê?
- É isso mesmo, pode ser que você não sofra nada. Mas rápido!
Matthew fez o que ele disse e tirou a blusa. Philip foi cuidadosamente para dentro da cabine e procurou algo para limpar Matthew. Ele examinou o local e seus olhos logo viram as cortinas de uma pequena janela.
- Vem pra cá, dessa vez com cuidado.
Matthew foi andando devagar e parou perto de Philip que estava esticando o braço para alcançar a cortina.
- Pronto.
Suas mãos tocaram a cortina e ele puxou com força. Não eram muito grandes mas serviriam para limpar o corpo de Matthew.
- Vou limpar devagar, se sentir algo diferente me avisa.
Matthew fez que sim com a cabeça e Philip começou a passar o pano gentilmente em seus braços, pescoço, barriga e peito.
[...]
- Julie? Kaleb?
A cabeça de Dominik doía, ele provavelmente bateu em alguma coisa naquele escuro. Seus olhos começaram a se acostumar com o escuro e ele pôde ver um pouco melhor.
- Pessoal?
Ele dava passos curtos e cautelosos. Ali poderia ter ou não ter qualquer coisa, e não saber o deixava preocupado. Ele foi andando e seus olhos encontraram um feixe de luz, vinha de uma porta que ele cuidadosamente abriu, revelando um tipo de porão repleto de latões, tubos e seringas. Ali também havia um monitor que mostrava partes do navio, o restaurante, o corredor dos blocos e dos quartos e o convés. Provavelmente alguém montou tudo aquilo. Em sua mente veio a misteriosa carta deixada no seu quarto, seu corpo tremeu. A prioridade agora era encontrar Julie e Kaleb, ele continua a andar e começa a examinar todo o local em busca de algo que possa ser útil. Por fim ele para numa porta com uma escada, provavelmente a saída dali.
- Kaleb? Julie?
Não houve resposta, então ele continuou e começou a subir degrau por degrau até que seus olhos foram obrigados a se fechar pela forte luz que vinha da entrada.
- Julie?
Ele se encontrava no início, onde todos se separaram. Ali não havia ninguém, somente ele.
[...]
- Julie? Você está aí?
Julie levantou com dificuldade ao ouvir seu nome ser chamado. Sua visão estava embaçada e sua perna direita doía. Ela foi andando na direção do som e pôde ver alguém de costas. Ela sabia quem era.
- Kaleb?
Ele virou rapidamente e correu na direção dela, a abraçando em seguida.
- Você está bem? Tem algum machucado?
Ele examinava ela um pouco nervoso e ao tocar na perna direita dela, ouviu um gemido de dor.
- Não é nada. Provavelmente bati em algum lugar quando pulei, só está doendo um pouco. Vamos achar uma saída.
Os dois deram as mãos e começaram a andar pelo lugar procurando algo útil. Julie andava cada vez mais devagar e seu rosto demonstrava mais dor a cada passo.
- Tem certeza de que você tá bem? Podemos parar e ver sua perna.
Ela não queria, mas a dor a obrigou a se apoiar na parede. Kaleb analisou sua perna e encontrou um ferimento no lado um pouco acima do joelho na perna direita, e estava sangrando.
- Julie, vou ter que parar o sangramento. Você aguenta?
- Já aguentei até aqui, posso aguentar mais um pouco. Só faz rápido.
Kaleb rasga a manga da sua camisa e amarra na perna de Julie, ajudando no sangramento.
- Agora vamos rápido, temos que nos reagrupar e decidir o que fazer.
- Dominik. Será que ele tá bem?
Os dois continuaram andando até chegar na sala com os barris e monitores, porém dessa vez havia alguém lá, alguém que não parecia muito amigável.
Continua...
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The Cure - Will You Survive?
Mysterie / Thriller"O navio sairá em breve, reserve seu lugar" Uma das viagens mais aguardadas do ano, o Cruzeiro Watherhorse, que irá viajar por todos os continentes abriga muitas pessoas em seu interior, e dentre elas, um vírus que pode acabar com a festa de todos...