•Chapter Eight•

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- Você ouviu?

Philip olhou para Matthew que parou ao ouvir um barulho vindo das paredes. O corredor que eles estavam não tinha portas, era apenas um corredor longo que faziam dobras. Eles apenas estavam andando, sem saber onde aquele corredor iria dar.

- Acho melhor voltarmos.

Matthew já estava ficando mais agitado conforme os barulhos aumentavam e se aproximavam. Parecia que eles estavam indo em direção ao barulho, ou o contrário.

A próxima dobra estava bem na frente deles. Philip se aproximou da parede e inclinou a cabeça pro lado pra poder observar o que havia ali.

- Nada.

Eles continuaram passando por portas que davam em cômodos vazios, até que Philip abriu uma porta que deu numa escada. Provavelmente vai dar onde o capitão está, pensou ele.

- Vamos continuar por aqui. Preste bastante atenção.

Matthew concordou com a cabeça e seguiu Philip pela escada. A escada seguia para cima, era bem estreita, o que preocupou Philip. Eles subiam devagar, o mínimo barulho ali poderia matar os dois.

- Será que os outros já...

- Shiiii.

Philip insistia no silêncio, era o mais racional a se fazer numa hora dessas, e Matthew sabia. Continuaram até chegar no andar de cima, onde haviam duas cabines.

- Vá pra a outra ponta que eu vou ver a dessa.

Matthew foi até lá em passos rápidos enquanto Philip abria a porta da cabine mais próxima da escada por onde subiram. Ele contou mentalmente até três e abriu a porta. O cheiro do local fez seus olhos arderem e ele foi obrigado a fechar. Ele olhou para Matthew e viu que ele ainda estava indo para a cabine. Ele se virou, contou até três de novo e abriu a porta. Dessa vez ele observou o que havia ali, um corpo. O mal cheiro provavelmente vinha de uma poça com um líquido preto que saía do corpo. Ele olhou com cuidado o corpo e o achou familiar.

- O capitão. Mas aqui não é a cabine dele, então...

Ele se virou e viu Matthew parado na porta olhando para ele. Sua blusa estava preta e ele estava tremendo.

- Matthew!

Philip correu até ele e parou um pouco longe.

- Preciso que me diga o que aconteceu.

Ele tentava ver dentro da cabine, procurava um monstro, mas não conseguiu ver nada.

- Eu abri a porta e vi que era a cabine do capitão. Então quando fui ver o que tinha dentro eu escorreguei em alguma coisa e caí numa poça com um líquido preto.

Philip não sabia o que fazer então se afastou mais.

- Tire a blusa.

- O quê?

- É isso mesmo, pode ser que você não sofra nada. Mas rápido!

Matthew fez o que ele disse e tirou a blusa. Philip foi cuidadosamente para dentro da cabine e procurou algo para limpar Matthew. Ele examinou o local e seus olhos logo viram as cortinas de uma pequena janela.

- Vem pra cá, dessa vez com cuidado.

Matthew foi andando devagar e parou perto de Philip que estava esticando o braço para alcançar a cortina.

- Pronto.

Suas mãos tocaram a cortina e ele puxou com força. Não eram muito grandes mas serviriam para limpar o corpo de Matthew.

- Vou limpar devagar, se sentir algo diferente me avisa.

Matthew fez que sim com a cabeça e Philip começou a passar o pano gentilmente em seus braços, pescoço, barriga e peito.

[...]

- Julie? Kaleb?

A cabeça de Dominik doía, ele provavelmente bateu em alguma coisa naquele escuro. Seus olhos começaram a se acostumar com o escuro e ele pôde ver um pouco melhor.

- Pessoal?

Ele dava passos curtos e cautelosos. Ali poderia ter ou não ter qualquer coisa, e não saber o deixava preocupado. Ele foi andando e seus olhos encontraram um feixe de luz, vinha de uma porta que ele cuidadosamente abriu, revelando um tipo de porão repleto de latões, tubos e seringas. Ali também havia um monitor que mostrava partes do navio, o restaurante, o corredor dos blocos e dos quartos e o convés. Provavelmente alguém montou tudo aquilo. Em sua mente veio a misteriosa carta deixada no seu quarto, seu corpo tremeu. A prioridade agora era encontrar Julie e Kaleb, ele continua a andar e começa a examinar todo o local em busca de algo que possa ser útil. Por fim ele para numa porta com uma escada, provavelmente a saída dali.

- Kaleb? Julie?

Não houve resposta, então ele continuou e começou a subir degrau por degrau até que seus olhos foram obrigados a se fechar pela forte luz que vinha da entrada.

- Julie?

Ele se encontrava no início, onde todos se separaram. Ali não havia ninguém, somente ele.

[...]

- Julie? Você está aí?

Julie levantou com dificuldade ao ouvir seu nome ser chamado. Sua visão estava embaçada e sua perna direita doía. Ela foi andando na direção do som e pôde ver alguém de costas. Ela sabia quem era.

- Kaleb?

Ele virou rapidamente e correu na direção dela, a abraçando em seguida.

- Você está bem? Tem algum machucado?

Ele examinava ela um pouco nervoso e ao tocar na perna direita dela, ouviu um gemido de dor.

- Não é nada. Provavelmente bati em algum lugar quando pulei, só está doendo um pouco. Vamos achar uma saída.

Os dois deram as mãos e começaram a andar pelo lugar procurando algo útil. Julie andava cada vez mais devagar e seu rosto demonstrava mais dor a cada passo.

- Tem certeza de que você tá bem? Podemos parar e ver sua perna.

Ela não queria, mas a dor a obrigou a se apoiar na parede. Kaleb analisou sua perna e encontrou um ferimento no lado um pouco acima do joelho na perna direita, e estava sangrando.

- Julie, vou ter que parar o sangramento. Você aguenta?

- Já aguentei até aqui, posso aguentar mais um pouco. Só faz rápido.

Kaleb rasga a manga da sua camisa e amarra na perna de Julie, ajudando no sangramento.

- Agora vamos rápido, temos que nos reagrupar e decidir o que fazer.

- Dominik. Será que ele tá bem?

Os dois continuaram andando até chegar na sala com os barris e monitores, porém dessa vez havia alguém lá, alguém que não parecia muito amigável.


Continua...

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