vinte e um

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Dakota
Eu estava tão radiante em saber que eu esperava um menino, meu pai ficou tão feliz, mas parece que toda a alegria acabou quando eu olhei e vi Jamie saindo do elevador.
Nós dois nós encaramos e eu vi seu olhar pra minha barriga, senti o quanto ele estava incomodado com esse momento embaraçoso, e eu estava mais ainda, queria sair correndo chorando, queria abraçá-lo e implorar pra ele ficar comigo, e queria dar em sua cara e dizer que eu nunca vou perdoa-lo.
- Boa tarde... - Ele fala baixinho, minha mãe sorri e meu pai apenas responde o boa tarde.
- Boa tarde Jamie, como você está? - Minha mãe pergunta e ele suspira.
- Bem na medida do possível. - Ele fala e eu reviro os olhos, quem não tá bem nessa porra sou eu.
- Que ótimo...
- Eu ouvi vocês falando que é um menino. - Ele fala apontando pra minha barriga. - Parabéns Dakota, tenho certeza que será um menino lindo.
- Obrigada. - Respondo e ele sorri triste, eu sabia que era um sorriso triste.
Então ele apenas entra pra sua sala.
- O que foi isso? Ele já se arrependeu? - Meu pai fala e eu começo a rir.
- Até parece né pai, isso daí não é arrependimento não.
- Me parece sim. - Minha mãe fala e eu reviro os olhos.
Fico mais um tempo conversando com meu pai, minha mãe ia ficar com ele a tarde, e eu iria embora pois tinha trabalho da faculdade pra fazer.
- Você me manda mensagem assim que chegar em casa... já falei que não acho bom você ficar dirigindo grávida por aí... - Meu pai fala e eu reviro os olhos.
- Você sabe que a tia dirigiu até o último minuto de dar a luz.
- Mas você não é ela, é super desligada no trânsito.
- Eu vou ficar bem.
- Não esquece que tem uma vida dentro de você. - Mamãe diz e eu dou uma risada irônica.
- Não me diga? Tchau, amo vocês.
Entrei no elevador e respirei fundo, estava começando a ter crise de asma novamente, depois de tempos...
O elevador para no andar de baixo, e eu respiro fundo quando vejo Jamie entrando, ótimo só eu e ele no elevador.
Ele não fala nada, apenas abaixa a cabeça pega seu celular e começa a mexer como se eu não existisse.
O elevador deu um tranco e as luzes se apagaram.
- Que isso? - Falo assustada.
- Ei calma. - Ele fala rapidamente acendendo a lanterna do celular e iluminando pra me achar.
- Eu tenho claustrofobia.
- Calma, fica calma.
Ele levanta e começa a apertar a campainha do elevador, mas ninguém respondeu.
- Eu acho que acabou a luz.
- Aí meu Deus. - Falo começando a soar frio.
- Calma, fica calma o bebê... - Ele me ajuda a sentar no chão, e senta do meu lado ligando pra alguém, ele desliga e fala que falou com meu pai, que ele pediu pra eu ficar calma que eles estavam vendo como destravar o elevador pois a luz tinha acabado.
Começo a sentir a falta de ar tomar conta de mim, e as lágrimas saírem, eu estava desesperada e além da claustrofobia tinha a asma.
- Eu estou me sentindo mal. - Falo baixinho colocando a mão em minha barriga. - Calma pontinho.
- Fica calma, vai ficar tudo bem.
- Nada vai ficar bem. - Eu falo usando o duplo sentido da frase, e ele respira fundo me olhando dentro dos olhos.
- Vai sim Dak, tudo vai se acertar, mesmo que demore...
Ele fala e eu respiro fundo sentindo mais lágrimas caírem, meu pontinho que não tinha nome ainda começa a ficar agitado, lembro do que a médica disse de ele sentir o que eu estou sentindo, então respiro fundo e tento ficar calma mesmo me sentindo totalmente agoniada e tonta.
- Ele está mexendo né? - Jamie pergunta olhando pra minha barriga.
- Ele esta agitado, mais que o normal agora.
- Ele mexe muito? - Jamie pergunta.
- Por que te interessa?
- Eu, eu só to tentando te distrair.
- Você está me deixando irritada, fingindo que nada aconteceu e fazendo pergunta sobre seu filho, quer dizer MEU FILHO, que você não foi homem de assumir.
- Eu acredito em você Dak.
- Piada essas horas Jamie? Por favor né!
- Eu acredito em você.
- Tá brincando? Que foi? Sua irmã assumiu a mentirosa que ela é?
- Não, ela não falou nada! Mas eu conheço a mulher que eu amo, eu sei que ela me ama também, ela não me trairia com outro, eu sei como ela amava a minha irma e não faria nada desse tipo com ela.
- Essa mulher é uma idiota, por amar demais agora está sozinha, deveria ter sido filha da puta pra falarem de mim com motivo.
- Um dia você vai me perdoar?
- Nunca Jamie, eu tenho nojo de você.
- Nojo? Não é uma palavra muito forte? - Ele fala me olhando com os olhos cheios de lágrima.
- Nojo é o olhar que você me olhou aquele dia que te falei do meu bebê, nojo foi as palavras que saíram da sua boca quando você me chamou de vadia, não se faça de vítima agora.
- Eu fui um imbecil.
- Que bom que você sabe.
- Eu queria tanto voltar naquele dia.
- Mas você não pode Jamie, no momento que eu mais queria você comigo, você fez tudo aquilo... eu nunca vou esquecer disso.
- Eu quero acompanhar sua gravidez, é meu filho.
- Não era seu filho até alguns meses atrás, então por que você faz tanta questão?
- Sempre foi meu filho.
- Só vai ser seu filho quando você tiver o DNA na sua mão.
- Eu acredito que o filho é meu, só tem como ser meu.
- Ah agora você concorda comigo? Eu faço questão Jamie de esfregar o DNA na sua cara e na cara daquela vagabunda da sua irmã.
- Eu quero ficar perto de vocês, eu não quero perder mais do que eu já perdi.
- Eu me recuso a ficar perto de você Jamie.
Falo e ele respira fundo, desliga a lanterna do seu celular deixando o elevador totalmente escuro, sinto ele fungando, eu sabia que ele estava chorando.
Por mais que eu o ame e odeie ver ele assim, eu não me importei.
Pois no dia que eu falei que estava grávida dele chorando, ele não fez questão.

(...)
Foram os 20 minutos mais longos da minha vida, mas finalmente as luzes se acenderam e as portas se abriram, levantei rapidamente e olhei para meu pai junto com dois técnicos, passei por ele correndo e fui para meu carro, sem olhar pra trás, sem olhar pra Jamie.

Dakota, humilha mais que tá pouco!
O que vocês acham hein?
O que nossa Dakota poderia fazer pra uma vingança completa? 🤔
Comentem ❤️
Ah, e não esqueçam de ler as histórias novas no meu perfil, PRINCE e What about us ❤️

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