Enclausurada

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Desde então minha vida se tornou uma montanha russa, de altos e baixos, cheia de loppings.

Eu já havia me acostumado a sentir o amor e depois a dor.

Você me tinha na palma da mão, mas não sabia o poder que exercia sobre elas. Estava apto a abrir minhas janelas e esquentar-me ao sol.

Como num dia qualquer, simplesmente fui a farmácia. Como de costume sempre olho para sua casa, e você não estava lá. Mas quanto retornei, lá estava minha perdição.

Como de praxe, trocamos gentilezas, mas ainda sim o modo que ele me olhava, pra mim era um enigma com a resposta bem nos meus olhos.

Eu não havia trazido a chave do portão comigo, então eu chamei. Certamente minha perdição tinha a chave, mas eu não ia pedir porque não tinha necessidade. Então eu o ouço me chamar.

- Quer a chave emprestada - Pergunta ele com aquela voz hipnotizante.

- Não precisa - Recuso sem pressa, querendo admirar mais a paisagem.

As vezes eu acho que o destino é traiçoeiro, ou simplesmente meu inimigo. Ninguém então tinha aparecido para abriu o portão para mim. Não querendo admitir, mas a felicidade me inundava por dentro, por ter um real motivo para falar com ele.

- Acho que ninguém quer me deixar entrar - Sorri

Interrompendo seu afazer, ele me entrega a chave. Com o coração quase pulando do peito, vou entregar de volta a chave.

Ele segura não só as chaves, mas também minha mão. Por alguns segundos eu quis beija-lo. E outros segundos a frente eu já havia fugido.

Meus batimentos ressoavam pelos céus, minha pulsação atravessava atmosfera. Por repetitivos dias eu parei no tempo enquanto carregava feridas ocultas. A única liberdade que eu tinha era saber que não sentia nada por mim, mas agora não tenho a absoluta certeza.

Isso me destruiu, me quebrou. Eu quis voar para um entardecer de cores profundas para tentar te esquecer.

Querido Diário.

Como pode machucar um coração com tanta pouca ação?

Não o quão é difícil aceitar que não posso ter você, mas quando me da esperanças é pior.

Preferiria nunca ter descoberto a luz no fim do túnel. Queria continuar sozinha e no escuro, não parecia uma alternativa tão difícil de acolher diante de toda a guerra que travo aqui dentro. Pelo contrário, seria fácil demais.

Mas você aparece diante de mim, dando-me aos poucos o que eu realmente desejo.

Naquele momento fiquei radiante, isso alimentou minha esperança. Depois tudo doi.

Por favor não faça isso novamente, não sei se consigo permanecer assim por muito tempo.

TORMENTO

Meu tormento é tentar tampar com a mão esse enorme buraco, onde escorre rios de sentimentos em abundância, sem a permissão de minha razão que perde está batalha facilmente.

Meu tormento é fingir que nada acontece quando te vejo. Tento dormir, mas sua imagem perturba qualquer pensamento trivial que tento alcançar.

Meu tormento é saber que estou cruzando uma estrada cheia de espinhos com os pés descalços. Isso dói, não quero parar por que não consigo.

Meu tormento é crer em uma esperança frívola, onde é você quem o alimenta, com gestos que eu gostaria que fosse mais intensos.

Por meses minha vida continuou a mesma. Eu não consigo tirar ele da minha cabeça. Pra mim nenhum outro homem poderia ocupar esse posto, apenas ele.

Tudo já não é o que parece.
Estou camuflada, sob as várias capas que acolhi depois de ter te conhecido, ter passado por situações que deixaram muitas cicatrizes.

Será que ainda não entende que só a água do teu rio mata minha sede. Somente suas ondas me enlouquecem.

Não está claro que sua ausência é meu castigo e solidão e  tua presença e minha satisfação.

Dos teu olhos eu vejo o precipício cada vez mais perto.

Você se tornou o gelo que aqueçe meu peito no inverno. É também a folha que espero pacientemente todos os dias cair, apenas para guarda-lo pra mim.

Não vê que meu coração é teu para quebra-lo.

O que fará?

Diário De Uma Mulher Apaixonada (CONCLUÍDO)Onde histórias criam vida. Descubra agora