Sem chuva

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Oi, tudo bem com vocês? Espero muito que sim, pois comigo não anda muito, acho que estou com a pior crise alérgica que se teve registro no meu longo histórico de alergia, mas... Eu estou tomando remédio, vou ficar boa, eu acho 🙄
Apesar disso, segue mais um capítulo fofis! Espero que gostem 😘
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Lauren

Domingo nunca foi um dos meus dias favoritos, não porque eu fosse trabalhar ou estudar na segunda feira ou algo assim, mas é que no orfanato era dia de visita dos pais e parentes, e eu? Bom, eu não tinha ninguém. Digo, tinha minha mãe, só que ela veio só até meus dez anos, e não vinha todo domingo como a família de Vero, mas depois daquele eu demorei anos para vê-la novamente.

Eu não sei porque ela não veio mais, talvez por vergonha, mas eu era criança, e crianças não guardam mágoa, na verdade guardam, mas perdoam com mais facilidade, e eu ainda tinha esperanças, mesmo depois do que aconteceu, de que ela fosse aparecer e se desculpar e dizer que nunca mais iria me tratar daquela maneira, mas ela não veio, e a mágoa só crescia no meu peito, ao ponto de eu detestar os domingos no orfanato, ao ponto de eu ainda não gostar de domingo em lugar nenhum, até hoje.

Camila me ligou ontem à noite quando chegou em casa, disse que queria me levar para um passeio que talvez eu nunca tivesse ido, eu fiquei receosa, é claro que eu estava fazendo um monte de coisas que nunca fiz, quebrando algumas barreiras que eu mesma me impus, mas ainda tinha medo de tanta coisa, só que eu não consigo dizer não para ela, e ver aquela carinha ou ouvir aquela voz pidona faz meu coração se contorcer dentro do peito, eu quero agrada-la, e fazê-la sorrir, e mais que isso, eu quero rir e poder fazer as coisas junto com ela, então aceitei.

Ela veio com Ally na picape da baixinha, me surpreendia como uma mulher tão pequenina não tinha medo de dirigir um carro tão grande, acho que tenho muito a aprender com ela também. Bebel veio junto, eram pouco mais de sete da manhã de um domingo ensolarado, e Chris ficou feliz demais por poder ver a amiga, mais ainda por saber onde estávamos indo e o que iríamos fazer.

- Tem certeza de que as prendeu direito Ally? – Camila perguntou quando elas saíram do carro e vieram encontrar comigo e Chris, que já estávamos na calçada esperando há algum tempo.

- Claro né Mila, já fiz isso inúmeras vezes. – Ally sorriu e antes que Camila ou eu pudéssemos dizer qualquer coisa, sentimos corpinhos se chocando contra nossas pernas. 

- Tia Laur! – Bebel correu pra mim.

- Camila! – Chris correu para ela.

Nós pegamos as crianças no colo enquanto nos olhávamos em admiração, Camila usava uma calça jeans azul claro, uma blusa branca com estampa de banda, Oasis para ser mais específica, eu gosto bastante dessa banda, e Converses brancos com bolinhas cinzas bem pequenininhas, estava linda, como sempre.

Eu usava minha calça jeans preta, camisa cinza com uma estampa de Stranger Things, eu amo essa série, Converses totalmente pretos e meu inseparável sobretudo, que estava cheirosinho demais, pois eu mandei lavar na sexta.

- Tia Ally! – Chris correu para ela assim que Camila o pôs no chão, eu soltei Bebel e ela correu para cumprimentar meu irmãozinho.

- Oi. – Camila me deu aquele abraço bom que sempre me traz, e eu me desmanchei um pouco nos braços dela.

- O-oi. – Ela me olhou e meu deu um beijo delicado, mas tão bom ou melhor que o abraço.

- Tudo bem?

- Sim, e-eu acho que sim... – Suspirei.

- Ei cariño, não precisa fazer isso se não quiser. – Eu adoro que ela me chame assim.

The Tiny DancerOnde histórias criam vida. Descubra agora