Quem sabe dá certo

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Oi gente tudo bonzinho?! Espero que sim.
Então, consegui terminar de revisar esse capítulo, queria poder postar antes, só que o trabalho atrapalha... Mas continuo jogando na Mega, quem sabe um dia eu ganhe 😝
Espero que gostem desse também, divirtam-se 😘😘😘
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Lauren

- Eu não sei Doutora Moore... - apertei os olhos sentada no meu sofá, estava falando com a minha psiquiatra ao telefone há uns quinze minutos, tentando convencer a ela e a mim mesma de que sair de casa naquele momento não era uma boa ideia, na verdade era uma péssima ideia, afinal não era um dia nem um horário habitual, poderia muito bem acontecer alguma tragédia, ou acidente.

- Lauren, você sabe que só conseguirá realizar seus objetivos se tentar não é? - ela é sempre muito paciente. Fazia apenas dois anos que me atendia, antes eu relutava bastante em aceitar ajuda profissional, mas com a chegada do Christopher eu tinha crises de pânico quase todos os dias, então tive que aceitar a indicação de Verônica, que fez questão de me acompanhar na minha primeira consulta com a Doutora Demi Moore.  

Eu não dizia quase nada e mal olhava na cara dela, mas depois de umas dez sessões comecei a falar, metade dessas sessões aconteceram pelo Skype, e é assim até hoje, como só saio de casa às quartas, não teria tempo de resolver minhas coisas e ainda ir à psiquiatra, então minha médica muito gentilmente concedeu a exceção de me atender desta forma todas as segundas, minhas receitas e remédios são sempre Vero que trás, por que trabalha no mesmo Centro Médico que a doutora Moore, mas estão sempre tentando me fazer sair mais vezes, como agora.

- Eu sei... Mas hoje é terça-feira, e-e eu só saio às quartas, para levar a roupa na lavanderia e comprar croissant e-e pagar contas, eu não sei se posso Doutora... – Decidi que só era seguro sair de casa às quartas feiras, por que vi num jornal que estatisticamente o número de acidentes que ocorrem nesse dia da semana são bem inferiores aos demais.

- Certo, então que tal fazermos um acordo?

- Lá vem a senhora com esses seus acordos... - bufei e olhei para Chris brincando distraído com seu carrinho, totalmente alheio à batalha que eu travava comigo mesma, e com a minha psiquiatra, é claro.

- E algum deles já lhe fez mal? - sua voz soou presunçosa, ela me pegou nessa.

- Não... - suspirei.

- E as feridas no seu couro cabeludo, já estão melhores?

- Estão...

- Tem certeza? Não está lavando o cabelo três vezes ao dia como antes?

- Só no banho da tarde, como a senhora pediu.

E se sente melhor?

- Sim, as dores de cabeça passaram... - soltei o ar derrotada, ela sempre tem razão, maldita!

Eu tenho uma certa obsessão por limpeza, e antes da Doutora Moore eu lavava os cabelos três vezes ao dia, e minha cabeça estava sempre dolorida e ferida pela força que eu empregava no ato, por que por mais que eu esfregasse não sentia que estava suficientemente limpo, ainda sinto isso, mas nós concordamos que se minha cabeça parasse de doer, eu continuaria lavando os cabelos apenas uma vez por dia, e obviamente ela ganhou.

- Certo, então façamos assim...- ela fez uma breve pausa, parecia estar se lembrando de algo. - Lembra-se que você só saía de casa com aquele sobretudo verde?

- Eu lembro, mas a senhora me convenceu de que se eu saísse sem ele eu não iria morrer, nem minhas amigas, ou o Chris. - Torci a boca, na época acreditava verdadeiramente que esse sobretudo evitaria que eu sofresse um acidente, ou as pessoas que eu amo, um pensamento bobo, eu sei, como a maioria dos meus pensamentos obsessivos. Era o sobretudo da sorte, como eu gostava de chamar.

The Tiny DancerOnde histórias criam vida. Descubra agora