Fadas não andam armadas

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– Vamos sortear de novo.- Aomine olhava para o vento quando falou/ ordenou.

– Não, eu gostei do meu personagem. Quero ficar com ele.- Seijuro sorriu minimamente enquanto segurava o papel que havia pego. Agora que havia decidido que ficaria com aquele, não havia nada que o faria voltar atrás. Sacudindo a cabeça positivamente do seu lado estava Murasakibara e Kise.

– O meu é a irmã dela. Qual é o de vocês? Por que parando pra pensar o único papel realmente bom foi o do príncipe.- Midorima lamentava o fato de ganho um dos piores.

– Eu fiquei como umas das irmãs da Cinderella.- Kise disse o papel que faria com os olhos brilhando de orgulho. Não que esse fosse o melhor.

– O rato.- Não ligando muito para a grande ironia, Atsushi pegou um pirulito da mochila e colocou na boca.

– Fada Madrinha.- O adolescente de olhos heterocromáticos apenas contou, seu papel era um dos melhores, não havia por que sentir vergonha ou algo assim.

– Um demônio como uma fada, que ironia né?- Sussurrou Daiki para o loiro, que em resposta apenas deu uma risadinha marota.

O citado ruivo, que infelizmente havia escutado, se virou na direção do piadista:

– E o seu, Daiki, qual é?-

O moreno, que não queria morrer cedo, o entregou o papel e abaixou a cabeça.

Seijuro olhou o papel e um sorriso irônico apareceu no rosto. - Você dará uma 'ótima' madrasta.- O zombou.

– Vamos trocar.- Ainda não desistindo, Aomine pediu.- O Tetsu quer trocar não quer, Tetsu?- Olhou para o amigo, que até agora estava calado. - Tetsu?-

Tetsuya olhava para a rua, focado em nada específico. O pequeno papel com o nome do personagem que interpretaria balançava ao vento, para logo ser amassado pelas mãos do azulado.

Um resmungo foi ouvido vindo de Satsuki. - Por que eu tenho que ser o príncipe? Tantos papéis melhores para uma garota.- reclamou em um sussurro que foi ouvido somente ouvido por Kise.

– Espera, - o loiro começou – se eu e o Midorimachi ficamos como irmãs da Cinderella, Akashicchi como a fada madrinha, Murasakibaracchi como o ratinho, Aominecchi como a madrasta e a Momoi-san como o príncipe, isso quer dizer que .....- lançou o raciocínio no ar para que os outros o entendesse.

– Kuro-chin ....-

– Vai ser ....-

– A Cinderella?!- No mesmo momento, todos gritaram atraindo a atenção de algumas pessoas que passavam na rua, voltando do trabalho ou colégio.

Kuroko, sem dizer meia palavra, se afastou dos amigos com o intuito de ir para casa. - Kurokocchi! Volta!- Kise gritou para o amigo com o melhor tom manhoso que conseguia fazer – Não quer ser a Cinderella? Podemos trocar! Só por favor, atua com a gente!-

Assim como, se o azulado entrasse em algo os outros entrariam também, caso ele saísse, os demais já davam adeus.

Tetsuya parou no meio do caminho, virou-se para os amigos e abaixou a cabeça, olhando para os pés.

– Onde – começou num sussurro – vamos achar um sapato de cristal número 37?- perguntou aumentando o tom de voz aflito.

Kise, que quase estava em prantos pela partida do amigo, parou no lugar e o encarou: - Que?-

– Tetsuya, VOCÊ ficou como Cinderella?! Serio?- Akashi pronunciou logo depois do loiro. Como assim seu namorado ia vestir um vestido? Ou melhor, pior, trapos? Nunca ia confessar em voz alta, mas já o imaginou de vestido, por pura curiosidade. Ele realmente ficava bonito em sua imaginação.

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