O plano do imperador é absoluto

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Momoi olhava atentamente para Akashi, que permanecia em silêncio ignorando mais uma das brigas sem noção entre Kise e Aomine.

Desde que o ruivo chegara no colégio, este não havia dito uma palavra. Sequer havia falado com Kuroko, não interferira nas ideias loucas que surgiram no grupo, e parecia que estava em outro universo quando deveria estudar no horário que o professor faltou, rabiscando coisas no caderno e, hora ou outra, fechava a cara logo depois sorria de uma maneira um pouco estranha e maléfica.

Eles nem se aproximavam quando isso acontecia.

Quando o sinal do intervalo tocou, tirando do fundo da alma a coragem necessária, a rosada aproximou do ruivo ainda distraído acompanhada de Tetsuya, claro. Caso algo desse errado, ao menos teria uma testemunha no local.

Parando em frente a mesa, conseguiu ver o que Seijuro fazia no caderno. Um desenho retangular na vertical que, pelos números ao lado, media exatamente a altura da janela de seu quarto para o chão do jardim, a medida que ela tinha o mandado no dia anterior. E algumas coisas escritas com aquela letra perfeitamente feita envolvendo seus nomes.

- Akashi-kun...?- o chamou.

Os olhos heterocromáticos por uma questão de segundos alargaram, talvez tivesse o assustado, logo voltando ao normal e deixando a folha, vendo Satsuki e Tetsuya.

- Sim?- sua voz estava até rouca de tanto tempo sem falar, não que ele falasse muito igual a Ryota.

Atsushi entrou na sala de aula com uma sacola em mãos, e andando na direção do trio, entregou-a para Kuroko.

O azulado tirou de dentro uma garrafa d'água e ofereceu para o ruivo. - Está quase sem voz.- comentou enquanto via Akashi beber a água.- Melhor?- perguntou e o garoto de olhos heterocromáticos assentiu.

- Sim, obrigado.- pegou a borda da folha em que estava anotando e puxou, arrancando-a do caderno. - Poderia chamar todos aqui, Satsuki?- assim que pediu, a rosada confirmou e saiu correndo para o outro lado da sala, parando a discussão do moreno e o loiro e os arrastando para a mesa do ruivo, com Midorima andando ao seu lado.

Quando voltaram, levantando do lugar, Akashi olhou para o grupo e começou a falar.

- Era pra essa peça ser algo simples de se fazer.- começou.- Mas tivemos alguns muitos problemas, como o acidente da escada, que quase rendeu uma suspensão para os responsáveis.- dirigiu o olhar para Daiki, vendo este cruzar os braços virar o rosto. - O cenário.- continuou citando os desastres e Kise engasgou com a própria saliva, a cor de seu rosto fugiu. - E agora o castigo que Satsuki nos fez o favor de ganhar.

- Eu não fiz por querer! Juro!

- Mas já está feito, e a menos que possa voltar no tempo e impedir isso, coisa que tenho certeza que não pode, não considerarei isso.- a interrompeu de falar e Momoi apenas se calou. Assim que percebeu que havia todos voltado a prestar atenção, voltou a falar. - Eu poderia falar com os pais dela, porém não importa o que eu dissesse, eles não deixariam.

- Aka-chin não conseguiria?- erguendo uma sobrancelha Murasakibara repetiu resumidamente o que ouvira.

- Talvez sim, mas seriam baixas as possibilidades.- antes mesmo que a ideia de que o ruivo não seria capaz de algo passasse pela mente dos outros, Tetsuya explicou. - Não se trata de um trabalho avaliativo, então eles não concordariam.

- Não tem como falar que é um?- Midorima sugeriu enquanto limpava os óculos manchados, atraindo o olhar de Momoi.

Suspirando exasperadamente, a rosada colocou as mãos no rosto. - Eu não pensei nisso! Ela já sabe que não é. E mesmo que fosse, ou ela ou meu pai viriam aqui para confirmar.

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