- Você fez o que!?- o loiro correu pro jardim dos fundos. Bem como sua irmã havia dito quando chegará, não estava lá. E não era uma das brincadeiras dela.
A mulher apareceu atrás de si. - Joguei fora. Está surdo por acaso? Só estava juntando lixo. Você que não viu, mas estava cheio de insetos em cima.- falou de braços cruzados assistindo o irmão.
- Nee-san, isso era importante! Era só colocar no meu quarto!- Kise se ajoelhou na grama. - Akashicchi vai me matar! E o Kurokocchi 'tava contando com isso!- as lágrimas acumuladas começaram a escorrer livremente pela face do modelo.
Ainda observando, a mais velha considerava levar Ryota para trabalhar na TV. 'Renderia um bom dinheiro' analisou as possibilidades de o fazer ator de novela. Suspirou por fim, se irritando com o drama.
- Mas que coisa! Se é esse o problema eu te ajudo.
Kise levantou e agarrou os ombros da mulher. - Nee-san, que coração bondoso!- a olhou com esperança. Talvez ainda tivesse salvação.
- Mas...- sempre tinha esse 'mas'. - Você vai ter que arrumar a casa sozinho por 2 meses, três vezes por semana.
- O que?? Isso não é justo!
- Então que tipo de flores quer no seu velório?
- Eu faço!
~.~.~
- Tetsuya.- Akashi chamou o azulado que lia deitado no sofá.
- Sim?
- É sou eu ou você também teve a sensação de que Ryota fez algo de errado?
- Todo dia sinto isso.
~.~.~
- Não! Essa cor aí não!- Kise chamou a atenção da mulher. Pareciam que nunca tinham mexido com tinta, estavam tão coloridos que um arco-íris estaria com inveja. O loiro estava coberto da cintura pra baixo, principalmente de roxo, a cor que novamente atacou. Ouviu a campainha tocar e pediu para que a mulher abrisse a porta, já sabendo quem era pela quantidade de vezes que a mesma tocou.
- Kise, você fazer suas merdas sozinhos, tudo bem. Mas não me coloque no meio!- Aomine reclamou quando entrou e viu a casa igual ao dia anterior. - Se eu soubesse que teria que vir aqui de novo teria voltado com você.
O loiro levantou a cabeça e olhou para o moreno. - Eu não fiz merda, Aominecchi. Nee-san que fez.- jogou a culpa na irmã.- E eu só quero que me ajude a pintar um papelão, não esconder um corpo.- revirou os olhos. Daiki jogou a mochila no sofá e se sentou ao lado de Ryota.
- Então, o que eu faço?
- Pega o pincel e pinta aquela parte de azul-escuro, daqui a pouco minha irmã vem e te ajuda.
- Não preciso de ajuda pra isso.- o moreno começou a fazer o que lhe foi dito, emburrando a cara.
Kise riu baixinho da reação já esperada. - Então faça sozinho, senhor independente.
- Estou fazendo isso pra te ajudar, se o Akashi descobrir ele te mata. Não quero que morra assim.- Virando a cabeça pro lado, Aomine acabou dizendo sem pensar.
Ryota soltou um som semelhante ao que fazia quando via algo fofo. - Aominecchi se preocupa comigo?
- Claro que não, seu idiota!
- Ele se importa!
- Se o Akashi não te matar, faço eu!
- Eu ajudo!- a irmã do loiro voltou pra sala com algumas cartas em mão.
- Vocês não me amam....- Kise lamentou e ouviu em 'Não' em resposta, vindo de ambos.
~.~.~
- Aka-chin?
- Kuroko.- o azulado respondeu ao telefone. Após sair da casa de Kise, depois de muita negociação, Tetsuya acabou indo para a casa de Akashi, a gula falou mais alto que a razão. Obviamente não ia perder a chance de ter seu almoço pago durante duas semanas apenas para passar dois dias na casa do ruivo. Ele era quieto, não idiota. Com dinheiro que economizaria poderia comprar o presente de dia dos namorados, que estava chegando. Se bem que, parando para pensar, ele ia simplesmente pagar com outra coisa o dinheiro gasto pelo namorado.
- Kuro-chin, pode chamar o Aka-chin?- o gigante pediu. Não era o que poderia chamar de urgente, mas seria bom dar uma conferida.
- Acabou de sair.
A linha ficou em silêncio durante um tempo.
- Posso mandar por mensagem a foto? Achei a roupa que tenho que usar no teatro numa lojinha aqui perto de casa, mas...
- Não vejo problema. Depois ele olha.
- Okay.... Se você for olhar, apenas não ria.
- Rir? Do que?- antes que pudesse ter uma resposta, Atsushi desligou. Suspirou e deixou o celular na escrivaninha. Assim que tirou a mão do aparelho o som irritante da caixa de mensagem tocou.
Pegou novamente o celular e abriu a mensagem. Bem mais rápido que esperava, Murasakibara mandou a imagem.
Kuroko a olhou e seguiu para a cama, deitando de barriga pra baixo, o rosto no travesseiro. Prometeu que não riria da foto, mas não dele atuando dele vestido daquele jeito na peça.
Murasakibara seria um lindo ratinho.
~.~.~
- Eis eu! Minha bela princesa, seu amado príncipe veio salvá-la das mãos dessa maligna bruxa!- Satsuki fez uma posse heroica e gritou no quarto em pleno pulmões. - Não, espera.... Bruxa? Tem isso na história?
Mesmo sendo comum ouvir a filha gritar por coisa, na maioria das vezes sendo músicas em línguas que não conhecia, a mãe da rosada subiu as escadas e invadiu o quarto, se deparando com a mais jovem de pijama, o que antes devia ser o lençol da cama caindo sobre os ombros, a tiara que sua avó tinha usado no casamento, muito cara por sinal, na cabeça, quase caindo no chão.
A rosada parou o que fazia e olhou para a porta, sua mãe estava lá, estática. Surpreendente seria reagir a essa bagunça, a filha de 17 anos carregando na cabeça algo de valor inestimável, literalmente.
- Minha querida.- a mais velha respirou fundo, cruzando os braços.- O que você pensa que está fazendo?- perguntou, mesmo não esperando resposta.- Me dê essa tiara agora.
Em pânico, Momoi apenas entregou e voltou pra cama, sem tirar o olho da mãe.
- De castigo. Sem sair de casa, somente pra ir pro colégio
- O que?! Por quanto tempo??
- Até segunda ordem. Só não tiro sua internet por não querer que fique me importunando o dia inteiro.- e saiu do quarto, fechando a porta em um baque.
- Merda. Isso é muito. Muito ruim.- 'arrumou' o quarto bagunçado, colocando tudo na cadeira e se deitou na cama. Pegou o celular e mandou no grupo do teatro uma mensagem, rindo da situação que tinha parado.
"Pulei da história da Cinderela para a da Rapunzel"
VOCÊ ESTÁ LENDO
Cinderella
Fanfiction"Kuroko era considerado uma sombra. Era algo que estava lá, porém raramente notavam. Para que ele aceitasse participar disso, tinha que ter um motivo. Ou não. Talvez só queria se divertir junto com os outros, que pareciam estar se afastando. Aguenta...