Consequências

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E Cinderela e a Fada Madrinha viveram felizes para sempre.
- Não!- Satsuki gritou do nada, no horário do intervalo. Por mais que os outros buscassem a ignorar, apenas continuando a lanchar, quando a negação vinda da rosada aumentara, ficou impossível.
- Momochin, o que é?- o gigante foi o primeiro a comentar enquanto abria mais um salgadinho.
- Tudo culpa do Shintarou!- ela apontou pro esverdeado, um certo deja-vú passando por sua cabeça em questão de segundos. - A irmã dele foi entregar o vídeo da peça na minha casa hoje de manhã, e quem recebeu? Minha mãe! Eu tava no banho ela assistiu tudo, descobriu que eu fugi.- agarrou o cabelo solto. - Agora tô com um castigo maior que o antigo. - começou a reclamar, por se importando se a ouviam.
Daiki se aproximou de Ryota, sussurrando - Eu que não faço o OGRSAUC de novo. - e ele riu, continuou a falar mesmo assim. - Trabalhar - fez aspas com os dedos. - com o Akashi é uma merda, ele não ajudou em nada.
- Gravou.- o gigante completou, colocando mais salgadinhos na boca.
Rindo, Kise decidiu comentar, alto para todos escutarem. - Kurokocchi decidiu ter uma crise de pânico antes da peça. - contou entre risos que escapavam. - Ele ficou branco igual cera de vela.
- Onde estão os dois agora?- Midorima perguntou, o objeto de sorte do dia (um lindo laço colorido) na cabeça.

O moreno escorou em Momoi. - Juntos, ainda tem dúvida?- ele ergueu a sobrancelha, sorrindo maldoso. - Desde quando aquele ruivo endemoniado falta alguma aula? Tem dedo do Tetsu nisso, óbvio, né?

A rosada afastou o maior de si, suspirando exasperadamente. - Que merda, eu não coloquei câmera! Quase morri nas mãos da minha mãe, piorei meu castigo, e agora perdi a limonada.- contou nos dedos todas as desgraças que aconteceram desde o início daquela maluquice.

Ryota levantou a mão, pedindo a atenção de todos, principalmente da azarada.- Eu não deixei nenhuma fantasia por perto, acha que isso ajuda em algo?- perguntou, a inocência estampada na face, mas a menina sabendo bem o que ele sugeriu. Isso que era ser rápida ao captar as ideias.

E começaram a conversar, entre 'Isso não ajuda nada!' e 'Eles não tem freio' os outros perdidos, mas pouco se importando com o rumo que aquilo tomaria.

Ficaram em silêncio, só a fofoca rolando até o telefone de Murasakibara tocar. O gigante pegou o aparelho, atendendo a ligação ainda de boca cheia.

- Aka-chin...?

~.~.~

O azulado espirrou, tirando a atenção do namorado do celular e o fazendo rir da maneira que ele acordou. - Tudo bem?

Ele gemeu enquanto se movia na espaçosa cama. - To cansado e acho que gripei.- murmurou enterrando o rosto no travesseiro, Seijuro o cobriu com uma coberta e acariciou os cabelos rebeldes.

- Atsushi, Tetsuya gripou.- ele voltou a falar no celular, escutando os outros reclamar ao fundo. - Apresentarei a justificativa da nossa falta, pode me passar o que perdemos depois?- esperou a resposta do arroxeado, tendo a mão tirada a força do carinho pelo menor.

Kuroko se ajeitou na cama, sussurrando - Tudo culpa sua e dessa janela aberta.

- Sim, até mais.- o ruivo desligou, sorrindo e puxando-o para perto, - Ainda tá com fome?- sim, ele tinha um monte de outras coisas para falar, mas preferiu a que também se relacionava a ele. - Vamos para a sala de jantar.

Ele encarou os olhos azuis, sérios, e riu. - Vou te bater.

- Não faça isso, a menos que queira repetir.- ergueu a sobrancelha. - Quer?

E não pode deixar de rir da cara extremamente fofa, mas irritada, do menor.

~.~.~

Quando desligou o celular, Murasakibara encarou a rosada e o loiro que esperavam ansiosamente pela resposta, ou ao menos alguma notícia que batesse com suas ideias. - Sim.- ele suspirou, escutando a comemoração de ambos e levantando para ir embora.

- Ei! Isso me lembra de uma coisa!- Ryota berrou do nada, também se levantando e começando a dar pulos de alegria. - Vai ter um baile de formatura pro terceiranistas de um outro colégio, quem quer vir?- sugeriu apoiando-se em Midorima.

Flashback. Foi isso que se passou na mente de todos.

A dificuldade de arranjar as roupas - que no final foram muito bem-feitas por Momoi - e o mico em usá-las em frente a escola toda, e mais alguns convidados.

A complicação com o cenário, e todo o dinheiro gasto que não seria retornado jamais.

O problema da falta de tempo para decorar as frases, que nem foram usadas. Tudo na base da improvisação.

O castigo, e o maravilhoso sequestro que poderia ter resultado na vizinhança chamar a polícia.

E a pressão, não esquecendo dela.

- E então, Kise, vamos conversar.- Shintarou foi o primeiro a se pronunciar, batendo de leve no lugar vazio ao lado. - Repensemos isso tudo.- engoliu seco, determinado a mudar a ideia do outro.

O grupo se calou, esperando que um milagre os tirasse daquele lugar, daquela situação. E o milagre veio, o sinal do final do intervalo tocou, praticamente os mandando voltar para sala.

- Loira, chega aqui.- antes de todos irem embora Daiki o chamou, segurando seu ombro. - Parece ser uma boa ideia - começou, respirando fundo. - mas não viaja, tudo tem seus limites, e o nosso nessas coisas já deu.

Deus salve o moreno por dizer o que queriam.

- Na próxima Kise-chin. Na próxima.

- Na próxima quer dizer nunca. Nunca é jamais novamente.

Momoi sorriu sem graça. - Assim, é um baile, não uma peça.- comentou. - Talvez daqui dois anos? Quando nos formarmos?

Andavam para a aula cabisbaixos, tendo somente o copista sorrindo e girando em volta do grupo. - Decidido, quando nos formarmos a gente faz O baile. Acham que o Akashicchi deixaria ser na mansão dele? Se pedirmos ao Kurokocchi ele consegue convencer ele, certeza.

Akashi e Kuroko não concordariam, e claramente a alegria do loiro duraria pouco, ao menos até o dia seguinte.

- Momochin, o que diabos que você fez?

Ela suspirou, jogando a franja para trás. - Planejei nossa dor de cabeça pra dois anos, de nada. Eu acho.

- Gente,- antes de entrarem na sala ele chamou, sorrindo abertamente. - depois da aula vamos no Maji's Burguer?

CinderellaOnde histórias criam vida. Descubra agora