Loukanós tentou localizar a origem da voz e percebeu que a mesma vinha de dentro do templo. Tentou encontrar uma entrada, mas foi em vão, já que não havia portas no local. Foi então que percebeu uma fissura localizada bem próxima a uma árvore. Ela era estreita e de possível acesso, porém o maior problema era na árvore que estava cheia de espinhos. A probabilidade de se cortar em um deles devido a proximidade era grande, porém decidiu que valia a pena correr o risco.
Espremeu-se na parede lisa e repleta de musgos escorregadios. Quanto mais próximo ficava do local, mais escorregadio o chão era, como a lâmina recém-polida de uma espada. Quando conseguiu chegar à fenda, segurou-se em um pequeno, mas firme, galho da árvore, tomando cuidado com os finos espinhos presentes no mesmo.
Finalmente conseguiu adentrar o lugar que fedia a carcaça e água podre, fazendo com que o estomago do jovem revira-se por completo. Era muito escuro, sendo que a única fonte de iluminação eram as rachaduras no teto.
-Irmão? – chamou a voz mais uma vez
-Estou aqui.
Algo parecia ter se movido na escuridão próxima ao rapaz, que se assustou e caiu sentado no chão. Rapidamente se levantou e disse:
-Onde você está?
Olhou para os lados mas não conseguiu ver nada. Sentiu o suor frio descendo pela testa, sua visão começou a embaçar, sua cabeça doía e lhe causava náuseas. Caiu de joelhos no chão e se inclinou para a frente na esperança de ver alguém, porém não conseguiu ver nada.
Levantou-se cambaleando e seguiu para uma pequena escada, localizada no centro do lugar, que parecia levar a um andar subterrâneo ainda mais escuro.
Ao descer, avistou uma pequena criatura correndo na escuridão. Loukanós a seguiu tentando alcançá-la, atravessando um corredor que dava em uma sala pequena com um túmulo de rocha sólida, cheia de detalhes esculpidos, com uma tampa pesada de granito avermelhado.
O garotinho surgiu atrás da sepultura. Não estava ferido como no sonho, mas olhava para o rapaz com magoa nos olhos.
-O que você faz aqui Gii? – disse Loukanós
-Eu vim te ajudar irmão!
-Eu... eu não me lembro de quase nada do meu passado, onde estão os nossos pais?
-Eles morreram no incêndio da nossa vila.
-Incêndio... Como eu escapei?
-Você não escapou – o garoto agora estava com lágrimas nos olhos – Você nem estava lá, você estava com a sua namorada, viajando.
- Você pode me dizer qual o nome dela?– a cabeça do rapaz estava a mil por hora, as duvidas não paravam de aparecer, sendo que a cada resposta, mais duvidas surgiam.
-Imir Zaluck.
-E o da nossa vila? Eu quero encontrá-la de novo. - agora usava uma voz mais suave e tentava parecer mais amigável, afinal estava conversando com uma criança.
-Sussurro de Xacran, a mamãe dizia que era um lugar onde o deus Xacran sussurrava seus feitiços para os seus descendentes.
-E você, como escapou maninho?
-Eu não escapei...
O garoto agora se transformara em uma pequena nuvem de fumaça verde que se dissipou no ar.
Aturdido pelo acontecimento, o jovem se sentou para pensar melhor no que tudo aquilo significava, mas ao olhar para a sepultura notou que a mesma produzia um pequeno feixe de luz roxa vindo de uma ínfima pedra em sua lateral.
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História sem título
AdventurePerdido e sem memórias, Loukanós segue em uma jornada complicada com sua mais nova parceira a procura de tesouros e mistérios, até que algumas coisas começam a complicar suas vidas... Baseado em jogos de RPG, Harry Potter, Percy Jackson e outros liv...