História sem título

O Pacto

            Adaliz verificou o ferimento, Loukanós a informou como foi ferido na luta contra o Rei Morto, tudo parecia estar girando em sua frente, mas conseguiu lembrar de algo.

-Aqui, em consegui umas coisas depois da luta – mostrou a ela o cálice e o arco – O arco foi um presente do rei mas o cálice é seu.

-Obrigada, mas temos que cuidar de você primeiro.

Ela deu mais uma olhada no corte do amigo, dele saíam veias pretas pulsantes que pareciam se espalhar cada vez mais na área em que estava.

-Eu nunca vi um veneno assim, não tenho como te curar, não tenho o antídoto certo.

-Então esse é o meu trágico fim? – disse rindo – ao menos pude te conhecer não é mesmo? Pena que a gente sempre se encontra assim.

-Não diga bobagens – deu um tapa de leve na cabeça dele – Você já esta delirando. Já sei! Vamos a Feira de Azick, conheço uma pessoa lá que pode saber o que fazer.

O caminho foi longo e tenso, saíram do pântano e foram diretamente para a feira, cada minuto que se passava parecia uma hora, principalmente para Loukanós que estava deitado na carroça de Adaliz que o havia levado ao pântano. Decidiu tentar não pensar muito, pois tudo parecia bagunçado em sua mente, se concentrou em tentar não vomitar no caminho, o que era muito difícil, visto que o caminho possuía mais curvas do que um rio.

A jovem estava muito preocupada com seu amigo, não sabia ao certo se seu amigo poderia se curar a tempo, seu coração estava apertado no peito, mal conseguia se concentrar no caminho. Antes de Loukanós, ela nunca tivera um amigo se quer, apenas algumas amigas de seu antigo lar, mas sua relação com o jovem parecia diferente, com ele o tempo passava mais devagar, ela se sentia meio estranha perto dele, isso jamais aconteceu com suas amigas, estar com ele era... divertido.

Finalmente chegaram, depois de longas cinco horas de viagem, já era de manhã e o sol ia nascendo. O local era imenso, nele haviam várias tendas com diferentes tipos de produtos, que iam desde garrafas de vidro até mascotes mágicos, como por exemplo dragões. Ela era conhecida por ser o ponto de ligação de todos os reinos do mundo, era considerada quase infinita.

Antes de adentrarem o local, os dois colegas se vestiram com roupas encapuzadas de cor marrom que cobriam seus rostos e corpo.

-Por que temos que vestir isso? – perguntou o herói

-Pode ser que alguém aqui esteja atrás de você, assim como o demônio que você matou.

-Entendi, mas onde vamos encontrar o seu amigo nessa multidão?

-Eu sei onde fica, vamos indo e por favor fique quieto.

-Até parece que eu falo muito. – disse virando o rosto corado.

-Você fala até dormindo – ela ria baixinho com a mão na boca – Agora vamos.

Durante o caminho os dois não disseram uma palavra entre si, passaram por muitas tendas, das quais a que mais chamou a atenção de Adaliz foi a de animais mágicos, ela fitou encantada uma coruja quase toda branca, somente seu bico era preto, ao seu lado estava uma coruja menor, era preta com vários pontinhos brancos em seu corpo, esta chamou mais a atenção de Loukanós.

Finalmente chegaram ao local que queriam, o vendedor era magro e baixo, usava uma túnica azul cobalto com muitos detalhes em dourado, tinha uma barba longa e branca assim como seu cabelo, a pesar disso aparentava ter uns trinta anos, seus olhos eram cinzas, tinha um nariz pequeno e tinha a pele branca assim como a de Adaliz, porem era menos brilhante e viva.

-Como vai prima? O que você deseja? – disse olhando para Adaliz com um sorriso largo

-Oi primo, eu preciso da sua ajuda o mais rápido possível.