Capítulo 3

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— Oi! – Papai diz entrando na cozinha e eu sorrio largamente enquanto ele alisa meu cabelo.

— Oi papiiii! – Abraço ele por trás e inspiro o cheiro confortável do seu perfume. Esse é definitivamente o ponto alto do meu mês.

— Ellen pode ter deixado escapar que London está te ajudando com o Gabriel. Como você está?

Eleonor é uma fofoqueira e eu poderia facilmente esmagar aquele pescoço lindo com as mãos se não estivesse ocupada abraçando meu pai.

— É. Algo do tipo. – Sou categórica ao responder e encerrar esse assunto.

— E como você se sente com tudo isso? – Sorrio largando ele de uma vez, e ele puxo uma cadeira se sentando perto de mim.

— Está tudo normal Elliot! – Resmungo e ele puxa um cupcake pra me ajudar na decoração.

— Eu espero que esteja, você sabe. Com toda a situação que vocês tem.

— Eu sei papi, realmente está tudo bem. Tem aproximadamente uma semana que fujo de London. Eu não poderia estar melhor!

Ele solta uma gargalhada e é como se meu corpo inteiro relaxasse com esse som. Meu pai sempre foi minha maior âncora e eu não poderia ser mais grata por ter nele o meu melhor amigo.

A campainha toca e eu enrugo a testa sabendo que é sábado a noite e nunca esperamos visitas em casa.

— Ellen deve ter esquecido a chave – papai da de ombros e se levanta. — Eu vou acabar deserdando essa garota qualquer noite dessas.

É minha vez de gargalhar enquanto ele abre a porta da sala, fazendo minha risada morrer no mesmo instante.

O maldito London Wallis parado na minha porta com um sorriso no rosto é a personificação de todos os meus pesadelos em forma humana.

Grunho de ódio vendo ele caminhar junto ao meu pai enquanto quase esmago o saco de confeitaria na minha mão.

— Ellen estava na casa do JJ e eu posso ter escutado ela resmungar o quão ingrata você é por não sair com ela – Ele se explica e eu me limito a concordar com a cabeça. — Eu posso ter escutado ela dizer que você não estava bem e por isso estava mais chata que o normal...

As palavras vão morrendo quando ele estende uma sacola marrom em minha direção e eu apenas aponto para a mesa da cozinha. Ele entende o recado e coloca a sacola em cima da mesa.

Todo o ar da casa derepente fica quente, eu me sinto sufocada. Meu pai caminha a passos largos e se senta no seu lugar, sútil como um canhão ele dispara;

— Então você está namorando minha filha, Wallis?

Me engasgo com um guincho e solto o nome dele em um grito desesperado. Meus olhos estão o dobro do tamanho e eu poderia desmaiar bem aqui.

— Estou brincando – papai da dois tampinhas nas minhas costas. — Sente-se London, eu sei que é mentira.

Olho pra ele ainda mais chocada. Resmungo algo incoerente vendo London tirar a jaqueta e se sentar em uma das cadeiras.

— O que estamos fazendo? – Ele questiona me olhando.

— Decorando cupcakes. – As palavras saiem como facas afiadas encerando a conversa.

Alguns minutos de passam e eu desvio o olhar pra sacola de papel ao meu lado. Meu dedo coça pra abrir e ver o conteúdo dela.

London e meu pai começam uma conversa animada e eu apenas puxo mais um cupcake começando a decoração dele.

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