A VERDADE DE EVERY

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"Você me prometeu o mundo e eu caí nessa
Eu te coloquei em primeiro lugar e você adorou
Você incendiou meu propósito e eu o deixei queimar
Você curtiu o sofrimento quando não era o seu,
Eu dei tudo de mim e todos sabem disso
Você me rejeitou e agora isso está se mostrando
Me fez pensar que eu merecia isso, enquanto me curava"

Lose You To Love Me | Selena Gomez

Corro até o banco, no centro da cidade como tio Ethan me instruiu a fazer há pouco.

Ainda continuo olhando para trás de tempos em tempos, apenas checando para ver se alguém me segue.

Estou completamente apavorada.

Meus pulmões ardem de tanto correr.

Minha respiração está ofegante e acelerada.

Minha cabeça parece prestes a explodir a qualquer instante.

Minhas pernas estão dormentes e doloridas pelo esforço. Quando enfim eu paro de correr começo a tossir violentamente, então me forço a voltar ao mesmo ritmo rápido outra vez.

Sem parar por nada, não posso parar.

Chego ao banco e ao lado de fora, em frente ao grande prédio respiro profundamente várias vezes, tentando controlar minha respiração e tentando amenizar minha tosse.

E talvez parecer menos apavorada do que estou aparentando.

Meus olhos arregalados e meu rosto pálido, parecem gritar o pânico que eu tanto tento conter.

Coloco a mão no bolso, puxando o pequeno envelope amarelo que foi depositado nele há pouco. Dentro há duas chaves como Ethan me disse, uma aparentemente de um carro e outra bem menor, com o número cinco entalhado nela.

Guardo a chave do carro no bolso novamente e sigo para dentro do banco com a pequena chave de metal nas mãos. Lá dentro estão dispostas inúmeras gavetas e alguns armários de metal reluzentes nos cantos, dispostos pelas paredes.

São os depósitos que não precisam ser pagos, para serem usados. Qualquer um pode pegar o que contém no armário, desde que tenha chave do mesmo.

Meus olhos procuram o número cinco, e o encontram em uma etiqueta em um armário grande à minha direita no fim da sala ampla e espaçosa.

Quase perto das portas giratórias do banco. Sem pensar caminho até ele, olho em volta examinando o fluxo de pessoas no local.

Coloco a chave no encaixe da fechadura do armário e lentamente a giro, já abrindo a pequena porta de metal. Lá dentro vejo que há uma enorme bolsa preta.

Olho para os lados novamente checando a segurança e rapidamente tirando a bolsa de couro preta do armário, coloco-a sob um ombro. E esta é extremamente pesada.

Fecho o armário trancando-o novamente com a chave e depositando-a em meu bolso. Saio do banco o mais rápido possível, sem olhar para trás caminho para fora pegando a segunda chave que me foi entregue.

A de um carro.

Ele deve estar por perto. Provavelmente.

Aperto o botão do pequeno controle do alarme preso a ela, na esperança de que o carro esteja por perto. E um Jeep preto estacionado do outro lado da rua reage com o controle, piscando os faróis e já desligando o alarme e destravando suas portas.

Olho para os dois lados da avenida movimentada e atravessando-a, chego ao Jeep, automaticamente me jogando dentro dele depois de abrir a porta.

Os vidros do carro são escuros, o que não da nenhuma visão para o interior do veículo apenas para o movimento fora dele. Travo as portas do carro, rapidamente e então puxo o zíper da mala de couro lentamente, extremamente curiosa para saber o que há de tão precioso lá dentro.

Fico chocada quando meus olhos encontram a quantidade de euros que há lá dentro.

Em notas de quinhentos, cem, duzentos e outros tipos de notas mais altas. E alguns maços com números menores.

Curiosa, começo a procurar por qualquer pista ou endereço que Ethan tenha deixado para mim.

Encontro um envelope pardo no porta luvas, onde dentro deste contém três passaportes com a foto do meu rosto. Mas com nomes e sobrenomes diferentes, assim como meu cabelo e aparência. Noto que em uma estou com óculos de grau de aros grossos, em outra meus olhos são castanhos.

O que todos eles tem em comum, é que são de Londres.

Tio Ethan me quer distante, mas não muito.

Apenas o suficiente para estar a salvo e longe do que quer que possa estar acontecendo, mas também me quer perto dele por algum motivo.

Um que ainda não descobri e que não faço a menor ideia.

Dou partida no carro, dirigindo para Cambridge que fica há cento e três quilômetros de onde estou.

Vai ser meu ponto de partida para qualquer outro lugar. Só preciso pensar no que farei em seguida.

E pelo trânsito, levarei pelo menos quatro horas, para conseguir chegar lá e ainda arrumar um lugar para onde possa passar a noite.