3 À um salto da morte

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No dia seguinte quase não fui trabalhar, porém acabei indo já que a vida continuava. Coloquei faixas em meus pulsos e os cobri com o casaco.

Noah sempre tentava puxar assunto mais eu dispensava qualquer conversa então ele desistiu. O dia foi tranquilo e por incrível que pareça passou rápido. Por fora eu aparento ser uma mulher calma, tranquila, fácil de lidar que apenas é anti-social, no entanto por dentro eu estou em ruínas, completamente destruída.

A nevasca lá fora está piorando, não sei como chegarei no apartamento sem antes ser engolida por toda essa neve.

— Vamos Ary eu te levo em casa — Noah parece ter lido meus pensamentos.

Ary! Era assim que meu irmão e minha mãe me chamavam, dou um pequeno sorriso ao me lembrar deles mais logo fico triste de novo. Começo a caminhar sem nem me dar o trabalho de responder Noah, muita falta de educação hein dona Arya.

Ele entra no carro e eu continuo andando mais quase não via nada por conta da neve. De repente Noah para o carro ao meu lado e abre a porta descendo do veículo.

— Se você não vai por bem vai por mal — Diz num tom ameaçador.

— Como é? — Pergunto confusa.

Ele me agarra pela cintura e me levanta me jogando em seus ombros.

— O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO? ME PÕE NO CHÃO AGORA — Grito batendo em suas costas.

Ele é bem mais forte do que eu então não move um músculo enquanto eu me rebato. Ele abre a porta do carro e me joga dentro, corre para o lado do motorista e tranca o carro dando partida.

— Você ficou maluco? Que ideia foi essa? — Questiono nitidamente irritada.

— Que espécie de homem eu seria se te deixasse ir sozinha para casa com esse tempo?

— Noah deixa eu descer — Tento abrir a porta.

— Como você é teimosa, para com isso e me fala onde você mora — Diz sem tirar os olhos da estrada.

— Isso é sequestro sabia? — Cruzo os braços.

Ele da de ombros e me pergunta novamente onde moro. Indico o caminho ainda emburrada e ele dirige com um pouco de dificuldade por causa da quantidade de neve na rua.

Quando chegamos em frente ao prédio Noah está com os olhos arregalados.

— Não acredito, nós moramos no mesmo prédio — Diz abismado.

— É sério? Você mora aqui? — Também fico surpresa.

— Se eu falar mais sério eu choro — Brinca e eu reviro os olhos.

Saímos do carro e fomos até o elevador em silêncio. Realmente nunca tinha visto Noah no prédio, ou pelo menos acho que não. Essa não! Não era para mim ter entrado no elevador, detesto essa caixa de metal.

— Parece que moramos no mesmo andar — Diz quando a porta do elevador se abre.

Ando até meu apartamento e Noah me segue parando na porta de frente a minha.

— Somos vizinhos — Afirma com uma cara engraçada.

— Que coincidência — Junto as sobrancelhas.

— Há quanto tempo mora aqui?

— A mais de um ano — Respondo.

Ele parece se assustar e joga a cabeça para trás dando uma leve gargalhada.

— Ah! Então é daqui que eu te conheço, sabia que já tinha te visto em algum lugar — Fala ele sorrindo.

E então uma luz ilumina minha mente.

Ainda há esperança (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora