5 A cor sangue da dor

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Passei o domingo inteiro fazendo faxina, e isso fez com que o dia passasse rápido, e isso é um lucro para mim. Estava tão exausta quando a noite chegou, que não tive nenhuma dificuldade para dormir. 

***

Eu estava arrumada para ir ao trabalho no dia seguinte, quando a campainha tocou. Pego minha bolsa e abro a porta.

— Pelo visto já está pronta, que bom! Vamos logo — Noah simplesmente disse e saiu do meu campo de visão.

Mais o que foi isso? Ele nem me deixou falar nada. Reviro os olhos trancando a porta e o sigo apressada, no entanto ele entra no elevador e eu desço as escadas.

Chegando lá em baixo o vejo encostado no carro brincando com as chaves. Sem dizer nada ele abre sua porta e entra no carro, enquanto eu fico parada o encarando, então Noah abre o vidro e ergue as sobrancelhas.

— Vai entrar ou está esperando um convite formal? — Pergunta sem o mínimo de paciência.

Bufo e entro colocando o cinto de segurança.

—Não precisava me dar carona — Cruzo os braços.

— Eu sei — Diz apenas.

O ignoro e fico olhando pela janela até chegarmos à loja, o que não demorou muito. Assim que chegamos, saímos do carro e adentramos o estabelecimento.

Coloquei o uniforme e organizei algumas coisas e depois atendi alguns clientes. Noah não mexeu um músculo desde que chegamos, apenas permaneceu sentado olhando para o nada, parecia distante.

Não dei muita atenção para isso e continuei trabalhando. Percebi que os globos de neve estavam bagunçados, pois todos que entram aqui mexem neles, então vou até lá e os organizo na prateleira, pego o de Londres e sem querer o deixo escorregar e ele se espatifa no chão estilhaçando todo o vidro.

— Opa! — Digo colocando a mão na boca.

Noah se levanta e vem até mim.

— Droga Arya olha o que você fez, quebrou o globo, sabe o prejuízo que me deu menina? — Diz nitidamente irritado.

— Me desculpa foi sem querer, você pode descontar do meu salário se quiser.

Ele coça a cabeça e vai para os fundos da loja me deixando sozinha. Antes que eu pudesse raciocinar o que tinha acabado de acontecer, o sino da loja soa chamando minha atenção, olho para a porta e vejo uma garota entrando.

— Oi, posso ajudá-la?

— Ah oi, você deve ser a Arya não é? — Questiona sorrindo.

Junto as sobrancelhas me sentindo um pouco perdida, não me lembro de conhecê-la. Não! Eu não a conheço, mais como ela sabe quem eu sou?

— Me desculpa, meu nome é Audrey — Estende a mão e eu retribuo o cumprimento — Sou prima do Noah, ele me falou sobre você.

— Entendi! Vou chamá-lo — Mas antes que eu pudesse me virar ela diz:

— Não precisa, ele deve estar ocupado. Só vim ver um presente para o meu irmão, você tem alguma sugestão? — Começa a andar e olhar em volta.

— Bom isso depende, me fala um pouco sobre ele, que tipo de presente ele gostaria de receber?

— Esse é o problema, meu irmão é complicado com presentes porque não precisa de nada — Da de ombros.

Olho ao redor um pouco pensativa até que meus olhos param em um possível presente.

— Que tal um relógio? Não tem como errar com isso eu suponho — Sugiro.

— Pode ser — Sorri — Vamos ver.

Ainda há esperança (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora