Capitulo 2 parte 2

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- Eu amo essa frase, um dos meus livros favoritos. – Paulinho fala entusiasmado.

- E eu sigo esperando meu momento de ser aplaudida de pé. – completo.

- É uma ótima frase, que horas você precisa ir embora ?

- Às 22:00 . – Olho no relógio, já são 20:38.

- Ótimo, temos tempo.

- Tempo ? para que ?

- Venha vou te pagar um sorvete, finja que esse é o meu "aplauso de pé" para você. – Ele diz se levantando e esticando a mão para mim.

Sei que não deveria aceitar, sei que não deveria ir com ele, eu nem o conheço, mas ele parece ser divertido e uma boa pessoa, e eu preciso conhecer uma boa pessoa só para variar.

Me levanto segurando em suas mãos.

Entramos na sorveteria bem em frente a praia do forte, próximo a uma praça. Consigo ver minha prima e suas amigas.

Pego apenas uma bola do sorvete de flocos, não quero ficar mais acima do peso, enquanto Paulinho pegou 3 bolas de sorvete.

- Olha só o maluco das frases fez uma amiga nova – um garoto de pele clara, olhos verde e um cabelo loiro preso em um coque se aproximou de nós.

- Infelizmente é minha prima. – Bia falou cruzando os braços.

- Não acredito que essa garota é da sua família. – falou o garoto loiro.

- Sim, vamos logo, daqui a pouco preciso ir embora. – completou minha prima.

Paulinho paga o nosso sorvete, e vamos sentar um pouco na areia.

Ainda não consigo entender por que a Bia esta agindo assim.

- Eles são os populares do Lightmoz, o colégio onde estudo, não sabia que você era da família da bia.

- Sou, eu não sabia que a bia poderia ser tão cruel.

- Ela já foi minha amiga, mas começou a namorar o Felipe, aquele loiro, e entrou pro grupinho deles. Mas e você me conte mais sobre sua vida.

- Não tenho muita coisa para contar, sou só eu, eu to aqui por um tempo, fazendo um intercambio, para o seu colégio mesmo inclusive, namorei uma vez mas terminei pouco antes de viajar pra cá, viu não tem nada de mais. – disse enquanto apertava as mãos com frio.

- Todos temos uma peculiaridade em nossa vida, talvez você não queira contar ou simplesmente ainda não descobriu.

- Mas e a sua qual é ?

- Quer mais alguma além de ficar viciado em frases ?

- Frase todos gostam, não tanto quanto você parece gostar mas sim as pessoas gostam.

- Okay, Okay. Perdi meu pai com 7 anos, culpa de um câncer. Minha mãe se afundou em remédios e bebidas, eu tinha tudo para ser revoltado com o mundo, mas escolhi ser amigo dele, da alma; quem sabe assim eu não receberia coisas boas dele, e não é que ele devolveu coisas boas ? minha mãe esta sóbria desde os meus 15 anos,  a três anos atrás, comecei a trabalhar no cinema com 16 anos, isso fez com que eu me viciasse em frases.

- Realmente Paulinho, você é muito peculiar, é uma historia que um dia ainda quero ouvir ela inteira.

- E eu farei de tudo para que esse dia aconteça Clara.

- É difícil ser a garota nova no meio do ano, fico feliz em ter conhecido você.

- "Amigo estou aqui. Se a fase é ruim, e são tantos problemas que não tem fim.."

-"Não se esqueça que ouviu de mim, amigo estou aqui". – Interrompo ele pra completar a musica de toy story.

-Pelo jeito encontrei alguém tão louco quanto eu. – Ele solta uma gargalhada.

- "As melhores pessoas são". – Consigo sentir minhas bochechas corando.

Olho para baixo, caçando meu celular para ver a hora, já são 22:18.

- Preciso ir já passou da minha hora, se vemos na escola Marcos Paulo. – Levanto sem olhar para ele.

Começo, a correr em direção onde paramos com o carro.

Consigo ver minha prima parada com os braços cruzados, encostada no carro.

- Finalmente, ta atrasada, marcamos 22:00, não 22:21; da próxima vez tenta chegar no horário, fica andando com o menino maluquinho isso que dá, vive no mundo da lua. – Bia então da uma piscada de um único olho para mim sem eu saber o motivo.

Entramos todas no carro, vidros aberto. Meus cachos, o ondulado negro da bia, e o cabelo "black" da Julia, os três voando ao som de Imagine Dragons no ultimo volume; o braço para fora deixando o vento fazer "ondas" com ele, quase que automaticamente, nesse momento eu já não era mais pingo, eu era mar, eu tava tão grande que eu não deixaria me abalar por pequenos pingos como Julia e Beatriz; mas infelizmente falar é mais fácil do que realmente fazer.

Um amor perfeitamente imperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora