capitulo 2 parte 1

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O vento está mais gelado, o clima começa a mudar, estou chegando no "caribe brasileiro", tento sugar todo o ar para meus pulmões na esperança de sentir um ar mais puro e leve, e consigo.

É inegável a alegria em mim de estar neste lugar, um novo ciclo se inicia, um novo começo para mim era tudo o que eu queria.

Pego meu celular e tiro foto de cada paisagem, memórias da minha infância.

Então o carro vira mais uma esquina, agora em uma rua de paralelepípedo, é familiar porém não consigo lembrar o porque, o automóvel para, uma casa branca a minha direita, parece menor do que quando eu era criança, mas ela continua sendo uma casa gigante, o portão se abre e entramos com o carro.

Vejo minha prima parada na porta de casa, usando um vestido preto de renda da cor de seu cabelo, ela está linda. Após eu descer do carro ela corre em minha direção e me abraça, eu retribuo.

- Eu esperei tanto tempo para te abraçar Clara – Beatriz diz.

- Eu senti sua falta – digo ainda abraçada – você ta maravilhosa.

- Obrigada, já digo que não é fácil ser eu – Ela responde dando uma risada.

- Vamos meninas depois vocês conversam mais, Clara precisa tomar banho e lanchar – interrompe tia Bruna. – Vai sair hoje Bia ?

- A noite apenas, irei a praia do Forte com as meninas. – Responde Beatriz .

- Leve a Clara vai ser bom ela conhecer suas amizades.

- Claro mãe eu tava pensando em chamá-la. Você quer Clara ?

- Sim, fico muito feliz – respondo alegre.

- Ótimo. – As duas respondem em uni som.

Após o banho coloco uma blusa cinza da mulher-maravilha com uma escrita, "fight like a girl", um short jeans, e um tênis baixinho preto, decido deixar meus cachos ruivos soltos com bastante volume.

Caminho até a cozinha onde meus tios e minha prima já estão a mesa, posso ver minha tia e a bia discutindo, mas não sei o motivo pois logo que eles se viram para mim ambas se calam.

- Você ta linda Clara, seus pais devem ter muito orgulho de você pela mulher que você se tornou. – David falou.

- Obrigado.

Olho para bia ela está com um short jeans escuro curto, e uma blusa com transparência deixando a mostra seu sutiã de renda preto, uma jaqueta vermelha amarrada na cintura combinando com sua botinha de veludo vermelho, o seus cabelos negros presos em um rabo-de-cavalo deixando a mostrar seu belo rosto com uma maquiagem impecável.

Ela me olha de canto de olho e pergunta:

- Você vai assim ?

- Sim, ta boa não ? – respondo.

- Esta, mas por que tão grande ?

- Esta ótimo assim, perfeito para mim- respondo.

- Vamos antes que seja muito tarde- completa bia revirando os olhos.

Ela sai pela porta me puxando pelo braço após eu ter negado o lanche oferecido.

Ficamos por cerca de 10 minutos no portão da casa dela esperando uma das amigas dela aparecer. Então chega Julia, uma menina com pele bronzeada, muito bem vestida com um top branco, um short jeans preto e um blusão xadrez azul amarrado na cintura, ela está dirigindo o carro.

- Julia essa é minha prima Clara, vai morar lá em casa por um tempo, mas é só você ignorar- Bia que agora já está no banco do carona vira pra trás e diz – Não é por que você é minha prima que ainda somos amigas, quando voltarmos você vai dizer que teve uma noite maravilhosa para minha mãe.

Aquelas palavras me deixaram surpresa, eu não acredito que ela está sendo uma vaca comigo, esperava isso de qualquer pessoa menos da minha prima, mas não vou deixar isso me abalar.

O carro para e descemos todas do carro, elas seguem sem me esperar.

- às 22:00 no mesmo lugar para irmos embora- Grita Julia

Olho no meu relógio ainda são 19:12, não conheço ninguém. Descido sentar em um dos bancos, meus olhos fixos nas ondas se quebrando.

Quando percebo tem um garoto sentado ao meu lado, o vento bagunça o cabelo escuro dele.

- Eu gosto de vir aqui toda noite observar as ondas- o garoto começa a falar – é incrível como a água no mar parece ser uma imensidão e, em minha casa, os pingos do chuveiro são tão menores, gosto dos meus momentos de ser mar, mas também gosto dos meus momentos de pingos, o mar é feroz e chamativo, mas são os pingos que nos acalma e eu gosto da sensação de ser os dois, tão grande quanto o mar e tão pequeno quanto os pingos.

Olho para ele com uma expressão clara do que acho disso tudo, maluquice, mas minha expressão começa a mudar e deixo escapar um sorriso envergonhado. Eu percebo que minha vida toda fui um pingo, eu me sinto bem assim, mas agora ali eu me sinto um mar, com todos os olhos virados para mim.

- Prazer, Marcos Paulo, mas todos me chamam de Paulinho, e com todos eu quero dizer minha mãe mesmo – ele diz com um sorriso no rosto e esticando a mão para mim.

- Prazer, Clara – Respondo apertando sua mão.

- Mas e você por que está aqui ?

- Minha prima saiu com umas amigas dela e eu fiquei aqui.

- Direta, sem metáfora ou pensamento filosófico nenhum.

- Prefiro não mexer tanto com meus pensamentos, se eu brincar de mais com eles posso sair perdendo.

-Interessante, nunca pensei nisso- ele fala sacando um caderninho do seu bolso.

Tento ver o que ele ta escrevendo, é o que acabei de falar.

- A sobre isso ? eu gosto de escrever alguns pensamentos, frases como a sua. Mas e você qual frase move sua vida ? qual é a sua frase favorita ?

- Acho que eu poderia dizer ser do livro "Extraordinário" , que diz " acho que deveria haver uma regra que determinasse que todas as pessoas deveriam ser aplaudidas de pé ao menos uma vez na vida".

Um amor perfeitamente imperfeitoOnde histórias criam vida. Descubra agora