Capítulo 18

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Mirelle entreabriu os olhos e sonolenta viu a imagem de um homem moreno e alto sentado em sua cama, os cabelos soltos... e usava uma túnica branca como neve.

- Alan... – ela murmurou tonta.

- Acalme-se, querida... eu te amo... e tem que saber que vai dar tudo certo... você vai ver... - abaixou-se e deu um leve beijo nos lábios, e Mirelle deixou uma lagrima rolar pelos olhos. Queria tanto que aquilo fosse um pesadelo!

- Alan... – ela repetiu quando o beijo foi interrompido e sentiu frio. Era como se ele tivesse mesmo ido embora mas passasse para dizer que estava bem.

De repente a porta se abriu e entrou Giu.

- Mirelle... Mirelle... acorde...

Mirelle abriu os olhos assustada ainda sentindo o gosto dos lábios quente do maravilhoso beijo do marido.

- Alan... esteve aqui. – murmurou.

- Acalme-se, amiga... acalme-se... – disse Giu abraçando-a – Foi só um sonho...

- Não... Alan esteve aqui.

- Acalme-se, Mirelle... Alan... está... morto! – disse Giu abraçando-a – Foi só um sonho...

- Não. Alan esteve aqui... - ela murmurou quase que delirando – eu sei... eu sei... - ela dizia se, parar.

- Mirelle... Alan está morto… e já lhe prepararam o corpo... para enterrá-lo... aqui na Espanha mesmo...

Mirelle não disse nada. Sabia que ele gostaria de ser sepultado em sua terra mas o melhor teria sido ficar ali mesmo perto do pai e dos irmãos.

- Enquanto isso, você tem de ser forte para que o filho de vocês nasça lindo e forte... seu filho precisa de forças para nascer lindo e forte por vocês...

Mirelle não sentia forças mas sabia que tinha de ter... por seu filho... aquele pequeno sinal de vida que Alan havia deixado.

- Tem razão... - disse Mirelle passando a mão por seus cabelos.

- Ótimo... agora vamos tomar um banho... estão todos te esperando...

- Sim... – disse Mirelle levantando-se e jurando que lutaria para se recuperar por seu bebê... e logo voltaria para Áden, tão logo voltasse seu irmão.

* * *

Todos se viraram logo que Mirelle voltou usando um vestido longo e preto de gola alta os cabelos presos em uma trança acobreada. A jovem mulher desceu as escadas, acompanhada de Giu, os olhos tristes a face ainda mais pálida.

- Meus pêsames, querida... – disse Antonio ali presente acompanhado de Estefane, Roberto, Octavio, Sofia, e outros criados e amigos mais próximos.

Mirelle sentiu um ódio repentino que logo foi controlado ao sentir o olhar de Estefane o qual Roberto percebeu porém disfarçou.

- Obrigado, tio Antonio... – disse Mirelle se estendendo as mãos para o tio.

- Hã... co licença, senhora Mirelle... – disse Josef tocando o braço de Mirelle – vamos para o saguão... a senhora tem que ver... o corpo do senhor Alan...

- Claro. – disse Mirelle seguindo o criado até o local onde Mirelle avistou Alan deitado em um caixão, os cabelos soltos penteados para trás.

- Pronto, senhora... – disse Josef retirando-se em seguida.

Mirelle tentando se controlar, sentiu as lágrimas banharem-lhe o rosto, ao pensar que nunca mais ouviria a voz tão querida de Alan. Não sentiria mais seu corpo...

- Amor... por que você teve que morrer... eu estava te adorando tanto... – disse enxugando os olhos com um lenço preto de seda – É... você devia ter me contado que conhecia meu tio e Estefane... eu poderia ter te ajudado... e você não morreria... poderíamos cuidas do nosso bebê... sim! Por que eu sei que estou esperando um bebê seu... depois de tantas noites... – ela ia dizendo baixinho em árabe, a língua de ambos – Mas não se preocupe por que eu vou descobrir tudo por nós. Vou desvendar esse caso... e desmascarar o tio Antonio, descobrir onde a tia Vic e a senhora Kate estão... depois... – as lagrimas se tornaram mais grossas e quentes – Vamos voltar para a Áden... e seu filho será criado como o filho de All Mukalla e vai dar continuidade ao seu povo... e vai saber como você foi valente e belo... o pai dele...

Mirelle ia dizendo quando foi interrompida por uma voz conhecida que ela sabia bem de quem era.

- Mirelle... meus sentimentos... – disse dona Sofia com voz triste naquele momento – sabe que fazia brincadeiras bobas com você podem agora peço que aceite meus sentimentos... sei bem como é perder a pessoa que se ama. Tenha forças... – disse a mulher de forma verdadeira e séria, deforma que Mirelle nunca havia visto – Sei que é necessário ter forças para seguir adiante e sei que os filhos são as coisas que mais dão forças para tudo dar certo e seguir em frente. Quando quiser conversar comigo, peça-me o que quiser que te ajudarei...

Mirelle não entendeu bem, porém nada disse. Somente agradeceu e saiu dali. Realmente não queria falar tanto com a dor que sentia e sabia que se tinha que começar de algo era de seu filho e então saber onde estava Henrique...

Uma Conspiração do DestinoOnde histórias criam vida. Descubra agora