Lembranças?

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Anna P.O.V

Acordo do que parece ter sido uma noite profunda, a janela esta aberta e um vento frio invade o quarto, Sarah esta deitada em sua cama e parece estar em um sono profundo, ao olhar no quarto, percebo que parece faltar algo, seria algo da minha cabeça? Tento visualizar o que poderia ser, mas o bip do meu relógio me mostra o quão atrasada estou para a aula, não posso simplesmente ignorar as aulas do Jones, estou de mal a pior na sua matéria, sinceramente, não sei porque eu coloquei a matéria dele na minha grade, talvez para aliviar um pouco a cabeça de tantas contas e problemas. Pego minha mochila e ao entrar na sala mais uma vez tenho a leve impressão da falta de algo.
- Algum problema Anna? – Uma voz me tira do meu estado catatônico.
- O...Oi professor, não está tudo bem, só me sinto estranha hoje.
- Estranha?
- Não é nada, só uma noite longa eu acho, fiquei aérea.
- Espero que se concentre em nossa aula hoje, está precisando de notas.- O sorriso dele é encantador.
- Vou tentar me manter concentrada ao máximo.
- Hum, terei sua atenção toda em mim hoje? – Seu olhar se torna brilhante e malicioso.
- Se for o único professor aqui na frente, sim, não ira dividir minha atenção com mais ninguém.- Falo sorrindo.
- Preciso falar com você sobre suas notas.
- Sei que estão ruins.
- Anna, estão péssimas, não quero que aluno nenhum meu repita, por mais que as vezes eu queira continuar a vê-los depois que as aulas terminam.
- E...Eu vou me esforçar, eu prometo.
- Sei que vai, mas quero mesmo assim falar com você depois da aula.
- Tudo bem.
Me sento no lugar de sempre, mas definitivamente eu não estava ali, parecia que meu coração estava incomodado. A  aula passou rápido, tentei prestar atenção no Jones que falava concentrado em mim, mas eu não conseguia, algo estava estranho. Ao final da aula após assinar a lista, Jones pede para falar comigo.
- Anna não saia mocinha, não falei com você ainda. – Me viro sobre os calcanhares e olho para ele.
- Eu não estava saindo. Eu ia te esperar lá fora.
- Ah é mesmo? Porquê será que não acredito?
- Está bem, culpada admito. – Dou um sorriso.
- Conseguiu se concentrar na aula?
- Se eu mentir você vai descobrir?
- Percebi que não, ao contrário do que fez, eu me concentrei em você. - Ele diz isso e me surpreendo, parecia que Jones estava querendo ultrapassar uma linha perigosa.
- Professor, eu preciso ir.
- Anna, eu não quero que repita, eu dou aula de reforços se precisar, e se, se interessar, hoje estou livre as 15:00.
- Jones...
- Me encontre na biblioteca, vamos revisar alguns materiais e slides das aulas passadas.
- Tudo bem. Te encontro lá às 15:00.
- Não me deixe, como é que dizem? “Plantado”. – Ele sorri e beija as costas da minha mão, aquele gesto me surpreende, meu corpo ficou paralisado e aonde seus lábios tocam parece aquecer. Um calor súbito toma conta de cada fibra de meu corpo, ele dá um sorriso malicioso e se retira. Eu fico parada sem reação, depois de um tempo minha mente se conecta novamente e saio da sala. E ao sair, sou surpreendida quando meu corpo se choca contra o corpo de outra pessoa.
- Isso é tipo aqueles animes de alunos e professores que se pegam.
- Drogo? – Fico tensa ao vê-lo.
- Não faz muito o seu tipo Anna.
- Do que está falando Drogo?
- Meu irmão sabe disso? E por falar nele, onde ele está?
- Quem o Nicolae?
- Não o Brad Pitt, é fácil confundir os dois, são idênticos quase a mesma pessoa.
- Você é um engraçadinho. Como eu vou saber do seu irmão?- Ele abre a boca para falar mas Peter chega.
- Ótimo aí está o Peter, agora podem procurar seu irmão em dupla, olha seria um prazer ajudar mas eu tenho mais o que fazer.
- Olha aqui Anna.- Drogo me segura, olho assustada para ele, mas Peter segura o braço do Drogo e o olha nos olhos.
- Drogo ele fez. – Drogo encara Peter e depois revira os olhos.
- Ele não foi estúpido de fazer isso.
- Sim ele fez.- Peter fala triste e Drogo me solta.
- Vocês estão me assustando. – Falo olhando preocupada para os dois. – Seu irmão está com problemas? Olha eu sei que o que tivemos foi algo muito rápido e insignificante, mas apesar de tudo eu posso ajudar.
- Apesar de tudo? – Drogo fala parecendo não acreditar.- Que porra o Nico fez? O que el...
- Não cabe a nós.- Peter interrompe Drogo.
- Eu não acredito nisso, e você não vai fazer nada?
- Não, nem eu, nem você. Ele fez a escolha dele, temos que respeitar.
- Isso tudo é porque ele matou a aula? – Pergunto sem entender.
- Somos de uma família muito rigorosa com os estudos. – Drogo debocha.
- Vamos Drogo, o Nico deve estar por aí e precisando conversar sobre os motivos dele faltar a aula.
- Não acredito na merda que ele fez. – Drogo sai nervoso e Peter me dá um sorriso amarelo antes de seguir o irmão.
Fico parada tentando entender o que foi aquilo, isso tudo por causa de uma aula perdida, mas não me interessava mais, o que eu e o Nico tivemos não passou de alguns beijos e no fim ele optou por ser meu amigo e voltar para a Sam. Mas tudo bem, eu precisava me concentrar nas aulas de reforço do Jones, eu estava confusa sobre as insinuações dele, percebi que precisava da ajuda da Sarah.

P.O.V NICO
Eu faço o que Anna me pediu, cada palavra que induzo ela a acreditar é como uma facada no meu coração, dói cada letra, cada pontuação, os olhos de minha pequena agora estavam sem aquela vivacidade típica da Anna, sem aquele brilho lindo que tinha, sem o amor que ela sempre transbordava quando me olhava nos olhos. Agora eu estava ali os olhando e vendo o vazio e as mentiras que ela agora precisava viver como se fossem verdade, eu sentia dó de mim. Como eu me deixei chegar á isso? Como eu fui estúpido de achar que merecia ela? Coloco Anna em um estado de sono após dizer as palavras mais difíceis de toda a minha longa vida, após abrir mão do meu mundo perfeito e do melhor de mim, após abrir mão de Anna, arrumo o quarto tentando apagar os rastros da noite perfeita que tivemos. Aguardei Sarah retornar, precisava induzi-la também, ela era melhor amiga da Anna e com certeza iria dizer a Anna o contrario de tudo que a fiz acreditar. Quando Sarah chegou, usei a mesma técnica que usei em Anna e a coloquei para dormir profundamente, antes de ir, me ajoelhei ao lado de Anna, passei a mão em seu rosto e dei um último beijo em seus lábios, pulei a janela e andei sem rumo para a floresta. Ao encontrar um antigo Carvalho, comecei a socá-lo, sentia meus dedos quebrarem mas precisava tirar toda aquela raiva de mim.
- Estou tentando imaginar o que a pobre árvore te fez.- Meu corpo ficou em alerta.
- Seu maldito! - Vou com raiva para cima de Victor que desvia de todos os meus golpes, ele sorri cinicamente.
- Esta enferrujado Nico, não vê o que a proximidade com os humanos fez com você? Está fraco, sentimental, está mais humano.
- Coisa que você nunca saberá. – Ele ri alto.
- Ser um humano? Me apaixonar por uma menina sem graça? Me fingir de normal por causa de um rabo de saia?
- Não fale dela assim.
- Sim de falo ela até um pouco interessante Nico, mas vale a pena?
- Quando se gosta de alguém de verdade sim, vale a pena.
- Vale mesmo? Acha que quero ser fraco assim? Não Nicolae, eu não quero essa fraqueza, eu quero esmagar esses insetos. Não vê? Eles são comida. – Victor aponta para algo em um canto e vejo se tratar de um dos alunos da faculdade, vejo seu pescoço dilacerado.
- Victor o que fez? - Eu sabia do quanto ele era inconsequente, mas no fundo eu pensei que dessa vez ele podia me mostrar o contrário.
- Eu o mordi, me alimentei, sou um vampiro Nicolae e caso tenha se esquecido por causa de sua paixonite infantil, você também é um, somos isso Nico, somos monstros, e você não pode negar, muito menos fingir.
Corro em direção ao rapaz e ao me ajoelhar ao seu lado, percebo que ele já está quase sem vida. Quando penso em me virar para falar com Victor sobre o que ele tinha feito e tentar socorrer o estudante, sou surpreendido por ele que me dá uma chave de pescoço. Me imobilizando, Víctor empurra minha cabeça e coloca meu rosto próximo ao ferimento do garoto.
- Victor, não... – Tento puxar meu corpo para trás, mas ele é muito mais forte que eu.
- Não o que Nicolae? Não enxerga são só comida, só potes que carregam o alimento que precisamos.
- Por favor não...
- Não resista Nico, é sua natureza e você é ótimo nisso, o melhor. Já perdeu a garota, não tem mais nada para perder.
Ele encosta meu rosto no pescoço do garoto, tento resistir ao seu gesto mas ele empurra minha cabeça com força, sinto o sangue quente dele na minha pele, eu tento resistir máximo que posso, mas o cheiro do sangue, a raiva que sentia do Victor, a raiva de mim mesmo por ser tão fraco me consomem, penso que o monstro que sou me impediu de estar com a mulher que eu amava, isso aperta meu peito e se torna o rompante de minha fúria e amargura, me entrego ao monstro que sou, me entrego ao pior de mim, minhas presas se afundam na pele ensanguentada e dilacerada do pobre jovem e ele se transforma em minha vítima, eu ceifo a vida daquele rapaz e junto ceifo o resto de bondade que ainda existia em mim.


Olá minhas gatas gatinhas!!!!
Episódio da fic do nosso vampiro gato postado!Corre para seguir meu perfil, salvar a fanfic, curtir e comentar o que estão achando dos acontecimentos da fanfic,emoções a flor da pele, acontecimentos bombástico!(Vocês estão comentando pouco, gosto de saber o que estão achando da história,escrevo elas com muito carinho).                                                             
Boa leitura minhas gatas gatinhas!
Até segunda que vem com mais emoções de sombras do passado,amanhã tem meu Big Boos, quarta Desejos Intensos,quinta spin off de Dark Blood e sextaais meu Big Boos.Beijos,beijos,beijos!

Is It Love? Nicolae Sombras do passado...Onde histórias criam vida. Descubra agora