As Crônicas De Jiraya E Tsunade

Capítulo 01

É preciso ter visto a escuridão para sentir o sol tocar-lhe a pele, é preciso ter passado pela pelo sofrimento para dar valor a alegria. Humanos são seres frágeis, morremos com facilidade talvez seja a nossa curta passagem de vida por este mundo que motive a alguns de nós a espalhar a paz para o mundo de guerras.
—DeiseCristtina

                                                  Em meio ao crepúsculo de um fim de tarde fria passos ecoavam no total silêncio, o som da terra sendo pisada, das folhas e galhos pequenos sendo esmagados.

Era algo como um relógio, os passos repetiam-se perfeitamente. A floresta fria estava cercada de árvores altas e densas, os últimos raios de luz esvaíram-se a cada segundo que se passava levando consigo o que talvez seria o único sinal de vida daquele lugar.

Porém aquilo não era um problema para Jiraya, algo a mais o preocupava, algo que conseguia tirar a sua atenção.

Suas mãos que seguravam firmemente a mochila que carregava em suas costas, ansiavam por se mexer. Ansiavam poder tocar um papel e contar-lhe a história a qual ele havia sido incumbido.

A missão a qual ele dedicaria a própria vida, sem mesmo exitar. Ele, era o homem que deveria encontrar aquele que traria paz ao mundo, aquele que faria com que os dias de guerra sumissem.

"Quando começou a chover?"

Ele questionou-se ao sentir a chuva fina toca-lhe rosto, estava tão imerso dentro de seus pensamentos que não havia notado os pingos que antecipavam uma chuva forte.

Correu, encontrou uma caverna abandonada por Deus, o mundo e os animais pareciam nunca tê-la habitado. Afinal, ele não sentiu nenhuma vida naquela floresta que parecia ter sido amaldiçoada pela própria mãe natureza.

Jiraya sentou em meio às pedras, fugindo da chuva forte que caía sem piedade. Os céus ficavam extremamente iluminados pelos raios e os barulhos o alcançaram como verdadeiros estrondos, ele depois de um tempo conseguiu acender uma pequena fogueira com galhos que havia encontrado dentro da caverna.

Recostou-se sobre as paredes da mesma, não havia conforto porém ele não procurava por isso. Pegou sua caneta e papel, precisava pôr em letras aquilo que borbulhavam em sua mente.

"Ele me disse que eu, Jiraya, seria aquele que encontraria a pessoa que traria paz ao mundo... Eu?"

Sua caneta parou, com o som da chuva e o vento frio adentrando os espaços de sua roupa e ele questionou-se se era realmente possível haver alguém assim, ter alguém que poderia sozinho trazer a paz ao mundo. Então, quem ele ou ela seria? Uma pessoa que todos amassem? Todas as vilas? Quem seria tão querido assim?

"Impossível"

Pensou, mas logo em seguida repreendeu-se. Ele queria e sabia que a paz seria alcançada, ele seria o responsável por procurar o escolhido, daria sua própria vida se fosse necessário, apesar de uma dor inexplicável lhe atingir o peito, não iria fraquejar até encontrar aquele que traria a tão sonhada paz. Em meio aquele silêncio ensurdecedor, uma dúvida surgiu em seus pensamentos; "Por que está sendo tão difícil seguir esse caminho? Outros se sentiriam lisonjeados e orgulhosos por uma missão tão importante, mas meu coração se nega a ir.. É tão solitário."

Seus olhos fitaram o teto da caverna, ali, sem enxergar nada mais que a completa escuridão ele percebeu, aquele caminho era o que ele havia aceitado, era árduo, importante e acima de tudo solitário. Afinal, quem em sã consciência aceitaria procurar algo como a paz em tempo de guerras?

"Era como procurar a luz na completa escuridão"

***

"Eu pensei nisso naquela época, e realmente parece uma boa frase para esse livro"

Ele havia escrito aquilo a anos atrás, quando havia saído da aldeia pela primeira vez, antes mesmo de ter encontrado Nagato, e outros que julgou serem aqueles que trariam a paz. Mas, eles não fizeram isso, ele recebeu a notícia que Nagato havia morrido, e os outros cujo ele depositou esperanças fugiram para longe, fugiram da guerra e ele sabia, os covardes jamais alcançariam a paz.