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PONTO DE VISTA - MATTHEW

A chuva caia pesadamente lá fora, intercalando os grunhidos e gemidos com o barulho dos trovões. A sala estava parcialmente escura, dá ultima vez que chequei eram quase 14h, então a escuridão era devida as condições climáticas mesmo. Eu e Rob especulávamos por onde nossas famílias estariam ou faziam agora e se devíamos ficar mais preocupados com eles ou com nós mesmos no momento. Eu disse a ele que minha mãe estava em casa graças a seu dia de folga, mas meu pai e irmãos estavam trabalhando e eu não fazia ideia por onde estariam agora. Rob por sua vez, disse que apenas seu pai estava fora de casa, a mãe e os irmão estavam supostamente dentro de casa, apesar que, pelo que ele disse, sua mãe costuma sair com frequência de carro para a rua, geralmente em busca de algo que esteja faltando dentro da casa naquele momento ou para levar o irmão mais novo de Rob em algum lugar. Todas essas especulações estavam me deixando louco.

Enquanto falávamos sobre o quanto estávamos preocupados, inesperadamente escutamos três fortes batidas na porta, o que fez todos nós levantarmos. Depois de alguns segundos, as batidas voltaram a se repetir, mas dessa vez uma voz a acompanhava:

- ABRAM A PORTA! - a voz do lado de fora gritou desesperadamente.

Estávamos agora todos olhando para a porta, sem saber exatamente o que fazer. Aquela voz...eu...acho que a conheço.

Os infectados falam? Tipo...eles mantém essa habilidade? E agora? Abrimos?

Olhei para Rob que tinha voltado ao seu estado de pânico de horas anteriores, ele estava com ambas as mãos nos ouvidos, como se aquilo fosse somente um sonho e ele estivesse forçando a si mesmo a acordar.

- Meu Deus! Meu Deus! - Rob disse.

- E agora?! - Rey olhou para nós todos. Procurávamos respostas nos olhares uns dos outros. Todos confusos.

- EEEEI! A PORTA!! ABRAM RÁPIDO!! SOU EU!! - a voz gritava incansavelmente.

Sou eu? Espere um pouco!

- ABRE A PORTA! - eu gritei em epifania. É claro! Sabia que reconhecia de algum lugar! Comecei a andar em direção a porta e depositei minhas mãos na mesa que bloqueava a porta, senti uma mão em meu ombro.

- Espera! O que vai fazer?! - Carley dizia enquanto eu levantava a mesa e ignorava sua mão.

- A PROFESSORA! - gritei novamente o que fez Carley tirar a mão do meu ombro e arregalar os olhos - GENTE, AJUDA! - virei para os outros que estavam ainda parados observando a situação.

Carley saiu em disparada para a estante que ficava no fundo da sala e tirou uma das tábuas onde anteriormente os livros estavam em cima, antes dos mesmos serem jogados no chão depois que Carley tirou a primeira tábua para entregar a professora que agora estava do lado de fora. Restava ainda mais duas tábuas lá, Carley pegou uma em cada mão, restando agora uma estante vazia.

- Espera! Espera! - eu estava com as mãos no trinco que ficava em cima da porta, mas parei por um momento quando a vi com duas tábuas na mão.

- Se virem algum deles - Carley entregou uma das tábuas para Harry - afastem. - ela se virou agora próxima a porta e segurou sua tábua restante em ambas as mãos e as levou por cima da cabeça, ficando preparada.

Eu diria que isso não vai AFASTAR em si. Se ela der com força o suficiente, pode matar.

Mary olhou em volta e pegou a mesa da carteira que há alguns segundos atrás bloqueava a porta, a segurou com ambas as mãos e a segurou contra o corpo, apontando as pernas da mesa para a frente. Suas mãos tremiam. Rey, e Rob estavam atrás dela. Harry e Carley estavam um de cada lado meu. Ambos segurando as tábuas em posição de defesa. Eu levei minha mão na chave da porta mas não a virei.

Tóxico; Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora