Redondilha do vidente

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Ó, poeta, se for dito
Que o papel é teu amigo
Que de ti só usa o lápis
Que escreve só pela escrita
E que seja só confuso
Vai e diz, com tal mistério:
"Não escrevo só poemas
Muito menos amo o lápis
Posso ser, talvez, perdido
Mas te digo, com verdade:
Eu escrevo todo o céu
E também qualquer inferno
Eu rabisco imensidões
E vislumbro o teu vazio
Num deserto, arranco água
E nas águas eu me banho
Tenho o mar em minhas mãos
Tenho um verso que se esconde"

Verdadeiros Versos VelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora