Capítulo 24

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Nardelli


Salgado levantou rapidamente e partiu pra cima de mim com socos e pontapés, parecíamos dois garotos brigando.

O pessoal entrou no meio e os seguranças vieram correndo, mas foram colocados pra fora e os mais velhos chamaram a nossa atenção, dizendo que estávamos ali para resolver um problema e não para criar mais um.

- Ele começou tudo isso! – Falei mostrando o dedo pra ele.

- Você acha que eu seria tão louco de colocar a polícia no nosso pé – ele falou limpando a boca – eu vou acabar com você, mas não vai ser através da polícia. Seja inteligente uma vez na vida, Nardelli!!

Houve uma discussão geral e eu passei a refletir sobre tudo e cheguei à conclusão que eu estava agindo apenas com a emoção desde que me envolvi com Clarice, deixando a razão que é a minha melhor arma de lado.

Esse pensamento se confirmou quando Emílio chegou trazendo novas notícias que nenhum de nós estava preparado para ouvir:

- Estão sendo distribuída armas na cidade que não pertence a nenhum de nós, são armas mais pesadas que a nossa e tudo indica que haverá uma guerra não só pela distribuição de armas, mas também pelos pontos de jogos.

Todos começaram a falar ao mesmo tempo querendo saber como ele tinha essa informação e ele continuou:

- Outra coisa importante que não observamos é que está aumentado os pontos de distribuição de drogas, coisa que sempre combatemos na nossa cidade e nas cidades onde temos negócios, pois como todos sabem, as drogas tiram dinheiro do jogo e torna tudo o caos.

- Como você sabe de tudo isso? – Perguntei.

Ele então pegou um envelope que estava dentro do casado e jogou na mesa que havia no canto do galpão e um monte de fotos de armamento desconhecido sendo repassado e de pontos de droga pesada.

Houve um silêncio geral e ele continuou:

- Estou nesse negócio há muito tempo, tenho muitos clientes fixos e comecei a perceber a diminuição e procura por minhas armas bem como por empréstimos, então resolvi colocar mais informantes na praça e deu no que deu – ele falou apontando as fotos.

A partir daí a conversa se deu de maneira organizada, contudo sem muita efetividade, pois não sabíamos com quem estávamos lidando, mas não restava dúvida que era alguém com muito dinheiro e poder.

- E a polícia? – Alguém perguntou – Sempre tivemos a polícia do nosso lado, mas agora surgiu esse delegado de merda querendo fazer justiça.

- Há duas hipóteses – falei andando pelo galpão – ou ele está a mando desse novo grupo ou está sendo usado por eles sem saber.

- Como assim? – Emílio perguntou.

- Ele ou eles podem muito bem ter colhido e dados todas as provas para que o novo delegado fizesse o trabalho de nos eliminar e assim ele estaria tranquilo para agir. Ele deve estar assumindo nosso lugar nesse momento.

A reunião foi pela madrugada afora e na hora de ir embora Salgado veio falar comigo:

- Nardelli, eu jamais faria alguma coisa que prejudicasse as famílias, mas vou fazer qualquer coisa pra acabar com você.

- Por quê? – Perguntei olhando nos olhos dele.

- Você não é daqui, viveu sua vida inteira fora, enquanto eu estive aqui a minha vida inteira, e depois você chega e fica com uma fatia gorda do mercado de jogos e se torna o maior agiota do estado.

Paixão & Sedução (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora