Sou um Monstro?

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Quando Jeon Jungkook fez os seus cinco anos ele ainda era uma criança e sem noção do que o mundo trazia, mas como castigo de algo que ele não fez a vida quis lhe dar um pai que depois de uns anos de o filho nascer tornou-se um assassino, bêbado e que batia no seu filho e mulher por não estar sóbrio, Jungkook com cinco anos já não via os pais terem afecto mas sim andarem á porrada, ele as vezes depois das discussões deles ele via a mãe se dirigir ao quarto e o pai sair novamente, então ele segui-a e espreitava pela greta da porta vendo a mesma a chorar e cortar-se, ele não entendia ainda o porque daquilo acontecer, ele só pensava "será normal isto acontecer?"

Ao longo do tempo Jungkook cresceu muito de mentalidade e percebeu que apesar de haver agressão em casa, o pai assassinava pessoas, ele sentia nojo ele, mas não só , ele também tinha medo, com 13 anos ele pensou em fazer queixa dele, para ter o resto da vida feliz, mas ele tinha medo, medo que tudo piora-se.

-Mãe, voce já pensou em fazermos queixa dele, as coisas provavelmente melhorariam - Dizia Jungkook com a maior das confianças, ele estava a ajudar a mãe no jantar, enquanto ele metia os pratos na mesa da cozinha a mãe estava de volta do fogão, assim que ele acabou, foi ao armário buscar os copos mas antes de os tirar ficou a olhar para a sua mãe, ele lembrava-se tão bem da mãe quando era pequeno, então conseguiu notar as diferenças nela, estava muito magra, pálida, o seu cabelo estava fraco da raiz às pontas, dantes ele era escuro e agora estava quase sem cor, até as unhas estavam partidas e finas, sem força para crescer, ele deixou um suspiro sair de seus pulmões cansados de tanto chorar, lamentar e pedir uma vida só um pouco normal.

-Jungkook nós não devemos fazer isso, eu conheço bem o seu pai, eu sei que depois será pior... - Ela disse enquanto mexia a sopa na panela, o comer era pouco e era quase sempre o mesmo, mas eles não se importavam desde que ficassem saciados era o importante. A mãe dele apesar de odiar aquele homem que se considerava ser seu pai, ela tinha saudades e amava aquele homem que ele foi em tempos,

-Chega! Farto desta vida, farto de ser explorado, eu sou um ser, tenho sentimentos e estou farto disto, cansado de ver a minha mãe a ser espancada quase todos os dias - Agora a mãe dele levanta a cabeça para olhar nos olhos do filho que por sinal já era da sua altura. - Mãe, olhe para voce, voce esta com tão mau aspecto, esta velha, cansada, desgastada e fraca, eu não posso mais admitir isto, posso ser novo e ter medo dele, mas não custa tentar. Voce já pensou na vida que é retirada as pessoas que ele mata mãe? Pessoas que não tem culpa das crises dele...

-Mas filho ele mesmo que vá preso ele ira sair um dia....

-Mas eu vou lá pô-lo custe o que custar eu juro pela sua saúde..

-Quem é que vais prender Jeon Jungkook?- Uma voz grossa e embriagada ouve-se da porta da cozinha. Eles sabiam bem quem era, a mãe dele tremeu, Jungkook vira-se enquanto os seus olhos buscam pelo dono daquela voz, que eles sabiam que era aquele homem que eles mais odiavam.

Jungkook engole em seco, fecha os olhos com força enquanto respira fundo enchendo os seus pulmões de ar para ter a coragem de fazer aquilo que deveria ter sido feito à muito tempo.

-Vou prender-te a ti, seu miserável! - Aquilo que eles menos esperavam era que o pai dele sorri-se como aconteceu, naquele momento os olhos da mãe de Jungkook arregalaram-se com tal ato, ela já esperava o que viria, iria acontecer o mesmo de sempre na cabeça dela, as discussões e agressões..

-O feto ganhou coragem foi? - Ele aproximou-se de Jungkook, levou uma mão à camisola do mesmo ajeitando-a, o filho o olhava com desprezo, saudades do tempo antes, e ódio, pela pessoa que ele se tornara. - Sabes bem que a tua mãe tem razão em dizer que ao prenderes-me ou tentares vai ser pior - O mais velho leva a mão até ao cabelo do menor, Jungkook leva os seus olhos até ela seguindo o seu movimento, ele acariciava-os de forma lenta enquanto o encarava de cima a baixo - Filho, meu rico filho, mais inocente que o mundo trouxe.

-Eu não sou inocente sei bem aquilo que és, e que fazes.

-Então o que sou e o que faço?- A esta altura ele já tinha parado com os movimentos na cabeça do menor, mas a mão ainda lá estava, a mãe de jungkook só via, e tentava pensar em uma situação enquanto orava para que tudo fosse só mais um pesadelo pelo medo que ela sentia todos os dias, todas as horas, minutos e segundos.

-Para, já chega deste tormento, é isto todos os dias - Ela tentou dizer com confiança mas a voz dela estava tremula. Os olhos do homem foram directamente aos dela na esperança de lhe meter medo.

-Cala-te imunda! Ninguém falou contigo, achas que agora tens o direito de falares o que queres e como queres - Ele retirou a mão da cabeça de Jungkook e foi em passos grandes e lentos até ela - Eu logo vi, eu tenho sido muito bonzinho contigo não é? -Ele agarrou-lhe no braço com força, puxa-a para si, ela gemeu de dor e sentia o cheiro forte de bebida e tabaco no seu hálito, enquanto as lágrimas estavam quase a cair ela baixou a cabeça, e viu bem as suas vestes, estavam rotas e sujas, ela sentia nojo dele - Responde caralho! Agora perdeste a fala foi? - ela respirou fundo e ao subir o seu olhar viu marcas em seu pescoço, e peito, marcas de luta.

-Não tens emenda pois não? Já viste a vida que deste e dás ao teu filho?

-Filho? Sabes uma coisa eu nem acredito que ele seja meu filho, tão medroso como é e educado, não tem nada meu, se eu sou assim uma pessoa tão miserável vai a procura do seu pai - As lágrimas caiam naquele rosto fraco dela, e Jungkook não se deixava ficar.

-E vou mesmo, porco!

O maior não perdeu tempo e mandou a mulher contra o fogão, ela não teve tempo de se desviar e queimou a mão, gemendo de dor novamente, sendo puxada pelos cabelos até à mesa onde ele mandou-lhe com um prato, Jungkook gritava pela mãe, ela caiu por conta do equilibro e foi pontapeada, o Homem dizia nomes horríveis. O homem levantou a cabeça que segundos atrás estava abaixada para ver a mulher naquele chão frio e sujo, olhou em volta e viu uma faca na mesa, ele a agarrou e se direccionou a ela novamente, a espetando na sua perna, a mulher quase sem folgo gritou, e quase sem dar tempo para respirar o maior esfaqueou-a novamente, nesse momento Jungkook olhou para a mesa vendo a outra e ultima faca que ele tinha posto em cima daquela mesa. Levou a mão até ela deslizando pela mesa, e quando agarrou foi com tanta força até seus dedos ficarem pálidos, ele grunhiu e quando se deu conta já tinha enfiado a faca no pescoço do homem que estava a sua frente, tirou e esfaqueou novamente enquanto gritava, como se fosse um alivio fazer aquilo, ele não sabia se aquilo poderia se considerar errado mas o certo era que ele estava a sentir se extremamente livre com aquilo.

Jungkook quando se apercebeu o homem tinha morrido e ele tirou-o de cima da mãe na esperança que ela tivesse sobrevivido, mas a mesma tentava respirar com muita dificuldade, ele agarrou a mãe e chorou novamente, aquilo não poderia estar a acontecer, a pessoa que ele mais amava estava a morrer

-Mãe calma, está tudo bem, você vai aguentar, já aguentou tanto, por favor não vá agora que tudo vai ficar bem, não agora, nem nunca por favor..

E assim Jungkook percebeu que não iria ser mais aquela criança inocente que era, ele com os anos tornou um assassino por gosto, ele amava ver as pessoas pedirem socorro, o maior pesadelo que ele tinha tornara-se realidade...ser igual ao pai...mas ainda pior que ele, o problema é que ele fazia não só por gosto mas sim por que outros ameaçavam que se ele não o fizesse sofreriam a toda a hora, mas mesmo que ele o fizesse ele sofria, sofria pela morte da mãe todos os dias e por vozes o atormentarem, seus sonhos se tornaram em pesadelos, nos piores pesadelos, ele chegava a ver só sangue no seu corpo a toda a vez que permitia-se dormir.

Quando ele foi eternado no manicómio, ele sofria cada vez mais, ele queria mudar e ser outra pessoa, ser a pessoa inocente que era em tempos, queria mesmo tendo a mãe morta, poder dar-lhe o orgulho de ser uma pessoa melhor.

Jungkook quando viu aquela menina aparecer na porta do manicómio, ele sentiu que ela seria uma nova presa, mas outro sentimento veio, ele sentia que alguém o agarrava e não o deixava fazê-lo, sentia que provavelmente aquela seria a sua salvação......

Aquele ManicômioOnde histórias criam vida. Descubra agora